Barroco Mineiro: público tem acesso ao trabalho de restauração das obras de Aleijadinho

Vitor Marcolin
Vitor Marcolin
Ganhador do Prêmio de Incentivo à Publicação Literária -- Antologia 200 Anos de Independência (2022). Nesta coluna, caro leitor, você encontrará contos, crônicas, resenhas e ensaios sobre as minhas leituras da vida e de alguns livros. Escrevo sobre literatura, crítica literária, história e filosofia. Decidi, a fim de me diferenciar das outras colunas que pululam pelos rincões da Internet, ser sincero a ponto de escrever com o coração na mão. Acredito que a responsabilidade do Eu Substancial diante de Deus seja o norte do escritor sincero. Fiz desta realidade uma meta de vida. Convido-o a me acompanhar, sigamos juntos.

A Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte, é a sede da exposição

Para aqueles que são amantes da Arte e, em especial, da Arte produzida no Brasil no decorrer do século XVIII, durante o período Barroco, existe uma oportunidade especial: a Casa Fiat de Cultura, sediada na capital mineira, abriu ao público, a título de exposição, o trabalho de restauração de três obras do mestre Aleijadinho.

Em função das dificuldades impostas pelo Covid-19, a Casa Fiat, importante instituição de Cultura sediada no histórico edifício do Palácio dos Despachos, prédio tombado pelo patrimônio estadual e municipal, manteve-se fechada desde o início da “pandemia”. A ocupar o histórico prédio desde 2006, a instituição integra o circuito cultural da Praça da Liberdade, na região centro-Sul de Belo Horizonte.

“Aleijadinho, um legado: a arte do restauro na Casa Fiat de Cultura”. Créditos: Leo Lara/Divulgação

A instituição voltou a abrir as portas ao público nesta quarta-feira, 3, e, segundo os organizadores da nova exposição, até o dia 2 de janeiro os amantes do Barroco poderão apreciar a mostra “Aleijadinho, arte revelada: o legado de um restauro“. A fim de reanimar o público nesse período pós-confinamento, a exposição será gratuita; no entanto, o público terá de agendar a visita através do sítio da Plataforma Sympla.

As obras objetos da restauração são Sant’Ana Mestra, São Joaquim e São Manuel. As imagens foram esculpidas pelo mestre Aleijadinho entre o final do século XVIII e o início do século XIX. A restauração, que acontece em tempo real numa espécie de ateliê-vitrine, é um dos atrativos da exposição. O público pode testemunhar as etapas dos trabalhos da restauração, e observar os detalhes das peças históricas.

Segundo os organizadores da exposição, a partir do dia 8 de novembro, uma websérie em oito capítulos será transmitida pelas redes sociais. A produção audiovisual exibirá o making of do processo de restauração. O trabalho também apresentará aspectos da biografia do mestre do Barroco Mineiro.

Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, vivera entre 1738 e 1814. Nascido na antiga Vila Rica — como era chamada, nos tempos áureos do ciclo do ouro, a atual Ouro Preto –, Aleijadinho fez fama em todo o Reino (na época, o Brasil ainda era território ultramarino português) com o seu talento para a escultura. O mineiro tudo aprendera como autodidata, na prática, sem estudos “formais”.

Santuário Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas — MG. No local estão as principais obras de mestre Aleijadinho

Por meio do seu talento e do seu esforço, mestre Aleijadinho tornara-se um dos principais representantes do Barroco e do Rococó do mundo lusófono. Sua fama, no entanto, tornou-o conhecido para além das fronteiras do reino. Aleijadinho, que era mestiço e pobre, não fora destruído por nenhuma fatalidade sociológica, sua longa vida reflete o vigor do seu talento; ele conquistou o reconhecimento da sociedade por meio do seu esforço pessoal, o que implicou na observância da sua vocação e no aprimoramento constante do seu talento.

Com informações do portal Agência Brasil e do site oficial da Casa Fiat de Cultura.

“Bíblia de pedra-sabão banhada no ouro das minas”.

Oswald de Andrade refletindo sobre o trabalho de Aleijadinho

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