A Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte, é a sede da exposição
Para aqueles que são amantes da Arte e, em especial, da Arte produzida no Brasil no decorrer do século XVIII, durante o período Barroco, existe uma oportunidade especial: a Casa Fiat de Cultura, sediada na capital mineira, abriu ao público, a título de exposição, o trabalho de restauração de três obras do mestre Aleijadinho.
Em função das dificuldades impostas pelo Covid-19, a Casa Fiat, importante instituição de Cultura sediada no histórico edifício do Palácio dos Despachos, prédio tombado pelo patrimônio estadual e municipal, manteve-se fechada desde o início da “pandemia”. A ocupar o histórico prédio desde 2006, a instituição integra o circuito cultural da Praça da Liberdade, na região centro-Sul de Belo Horizonte.
A instituição voltou a abrir as portas ao público nesta quarta-feira, 3, e, segundo os organizadores da nova exposição, até o dia 2 de janeiro os amantes do Barroco poderão apreciar a mostra “Aleijadinho, arte revelada: o legado de um restauro“. A fim de reanimar o público nesse período pós-confinamento, a exposição será gratuita; no entanto, o público terá de agendar a visita através do sítio da Plataforma Sympla.
As obras objetos da restauração são Sant’Ana Mestra, São Joaquim e São Manuel. As imagens foram esculpidas pelo mestre Aleijadinho entre o final do século XVIII e o início do século XIX. A restauração, que acontece em tempo real numa espécie de ateliê-vitrine, é um dos atrativos da exposição. O público pode testemunhar as etapas dos trabalhos da restauração, e observar os detalhes das peças históricas.
Segundo os organizadores da exposição, a partir do dia 8 de novembro, uma websérie em oito capítulos será transmitida pelas redes sociais. A produção audiovisual exibirá o making of do processo de restauração. O trabalho também apresentará aspectos da biografia do mestre do Barroco Mineiro.
Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, vivera entre 1738 e 1814. Nascido na antiga Vila Rica — como era chamada, nos tempos áureos do ciclo do ouro, a atual Ouro Preto –, Aleijadinho fez fama em todo o Reino (na época, o Brasil ainda era território ultramarino português) com o seu talento para a escultura. O mineiro tudo aprendera como autodidata, na prática, sem estudos “formais”.
Por meio do seu talento e do seu esforço, mestre Aleijadinho tornara-se um dos principais representantes do Barroco e do Rococó do mundo lusófono. Sua fama, no entanto, tornou-o conhecido para além das fronteiras do reino. Aleijadinho, que era mestiço e pobre, não fora destruído por nenhuma fatalidade sociológica, sua longa vida reflete o vigor do seu talento; ele conquistou o reconhecimento da sociedade por meio do seu esforço pessoal, o que implicou na observância da sua vocação e no aprimoramento constante do seu talento.
Com informações do portal Agência Brasil e do site oficial da Casa Fiat de Cultura.
“Bíblia de pedra-sabão banhada no ouro das minas”.
Oswald de Andrade refletindo sobre o trabalho de Aleijadinho
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