Destaque para romance que se passa em plena Revolução Russa
O grande destaque desta edição da Muralha é uma obra literária que se passa em plena efervescência de uma das revoluções mais cruentas de todos os tempos. Também entre os destaques uma obra contrarrevolucionária em favor das maiores vítimas dos revolucionários e carniceiros de plantão.
Ainda: como uma das mais antigas heresias da história permanece até hoje no imaginário revolucionário? E, para tempos turbulentos, os sábios conselhos de um nobre da Casa dos Habsburgos, e um alento para o sono das crianças.
Confira os lançamentos a seguir, e um excelente final de semana!
Destaques
O destaque da semana é um lançamento da Sétimo Selo: Golovin, de Jakob Wasserman.
Na plena efervescência da Revolução Russa, a aristocrata Maria de Krüdener chega a Tula, perto de Moscou, com seus quatro filhos, criados e tudo o que foi possível levar, para juntar-se ao marido a quem não vê desde que ele foi obrigado a fugir para a Pérsia. Durante a viagem, repleta de contratempos e misérias, ela encontrará Golovin, um marinheiro revolucionário, em uma pousada nas costas do Mar Negro. Ela, uma mulher cheia de força, bonita, inteligente e com ideais firmes, terá de enfrentar o caráter mordaz, pessimista, tenaz e corrompido de Golovin, o que será um verdadeiro desafio moral sem volta.
Em Golovin, Jakob Wassermann antepõe dois extremos, dois aspectos da vida formados por forças antagônicas que, em se chocando, apresentam a harmonia e o complemento dos contrastes violentos. Postos um em frente ao outro, reagem e batem-se como dois duelistas ferozes, deixando-se arrastar pelas palavras perigosas. Na tradução do escritor Adonias Filho, o leitor poderá observar a notável capacidade de Wassermann para sondar a alma humana, mostrando possuir um “gênio inventivo como poucos outros”, como observou Otto Maria Carpeaux, e sendo “um dos poucos autores alemães modernos de renome universal”.
Outro destaque é A favor da vida indefesa! Contra o aborto!, do Frei Vanderlei de Lima, lançado pela Benedictus.
O livro é uma ardorosa defesa da vida desde a concepção até o seu fim natural, sem exceções. Diz, portanto, um rotundo “Não!” ao aborto. Recorre à Biologia, ao Direito, à Filosofia, à Antropologia, à Teologia Moral e ao Magistério da Igreja a fim de fundamentar sua argumentação. Afirma a importância da participação dos católicos na vida política, dado que setores laicistas da sociedade lhes querem negar tal direito. Expõe o arrepiante pecado do aborto, bem como a omissão dos que pouco (ou nada) fazem para, dentro da lei e da ordem, freá-lo. Trata do valor inegociável do nascituro, à luz da ciência e da fé, como pessoa humana, portanto, com dignidade e direitos. Por fim, versa sobre o importante, mas pouco divulgado direito natural – e também positivo humano – à objeção de consciência ao qual médicos e enfermeiras, em especial, devem recorrer, se convocados ao homicídio no ventre materno.
Outros lançamentos
Pela Ecclesiae, À moda Habsburgo: sete regras para tempos turbulentos, de Eduard Habsburg.
Esta breve história familiar, que não deixa de ser uma história da Europa e de boa parte do mundo, oferece ao leitor um vislumbre da vida de alguns dos mais importantes membros da dinastia — mas mais do que isso: suas vidas nos ensinam a orientar também as nossas famílias e a encontrar um caminho para viver em prosperidade pacífica e a crescer em santidade. Um jeito de viver à moda Habsburgo.
Com fervor e sinceridade, Eduard Habsburg, membro da família e Arquiduque da Áustria, escreve aqui sobre os santos (incluindo o Beato Carlos da Áustria, o último Imperador) e pecadores que povoaram sua nobre família ao longo das gerações. Pelo caminho, ele apresenta e explica sete regras que estão na base do pensamento, da ação, da política e da vida familiar dos Habsburgos, dentre as quais estão:
• O principal ingrediente para um casamento estável
• O segredo e o valor de uma vida familiar feliz e produtiva
• Como o Império dos Habsburgos não tinha nada a ver com o de Star Wars
• Como morrer como um nobre
A edição conta ainda com um prefácio do Primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.
Pela O Mínimo, O mínimo sobre gnosticismo, de Flávio Gordon.
O que há em comum entre as primeiras heresias do cristianismo, a revolução francesa, o marxismo, o nazismo, a eugenia evolucionista e o novo ateísmo de Richard Dawkins? Podem todos ser encarados como momentos distintos de um mesmo contínuo herético, ou como variações sobre um mesmo tema, a mesma “Revolta metafísica”?
Nesta obra, Flávio Gordon parte do presente para chegar ao passado, no qual encontraremos a noção de gnose, o mínimo denominador comum das heresias subsequentes. Mais do que o pai das heresias cristãs, em sentido histórico, o gnosticismo foi a mãe em sentido lógico: uma meta-heresia, ou a síndrome espiritual que gestou todas as outras.
Leia a seguir um trecho da obra:
“Fundamentalmente, os milenaristas seculares de que vamos tratando são revoltados metafísicos. Mas, ao contrário do que se poderia imaginar, eles não são necessariamente ateus (os quais, aliás, Rousseau queria condenar à morte), mas blasfemos. O revoltado metafísico, diz Camus, ‘blasfema, simplesmente em defesa da ordem, denunciando Deus como o pai da morte e o supremo escândalo’.
Não se trata, portanto, de negar Deus pura e completamente. Trata-se, essencialmente, de substituí-Lo.
Daí que, ademais de blasfemo, o revolucionário francês – encarnação moderna do revoltado metafísico – fosse, sobremaneira, um herético. Como diria Belloc, ele não negava a religião completamente, pois ‘é da essência da heresia deixar intacta uma grande parte da estrutura que ataca’.”
Pela Texugo, Eu só queria dormir!,de Denise Mota.
O livro conta a história de Alice, que, após ter um pesadelo e não conseguir mais dormir, segue o conselho de sua mãe e conta carneirinhos para afastar o medo. A menina, porém, não poderia imaginar o que estava prestes a acontecer: suas noites nunca mais seriam as mesmas…
Obra ideal para leitura compartilhada com crianças a partir de 1 ano de idade, e independente para os pequeninos a partir dos 3 anos.
Veja abaixo uma ilustração do livro: