MURALHA DE LIVROS | História, Direito, Estudos Bíblicos e Espionagem

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Destaque para obra de Ortega y Gasset lançada pela Vide Editorial

A Muralha desta semana está focada em títulos de História, Direito, Estudos Bíblicos e, com um interessante lançamento de quatro ex-agentes da CIA, Espionagem. Acompanhe a seleção dos tijolos a seguir!

Destaque

O destaque desta semana é uma publicação da Vide Editorial, Uma interpretação da história universal, de José Ortega y Gasset. O livro foi composto a partir de um curso de 12 aulas ministradas pelo filósofo espanhol no Instituto de Humanidades, que ele fundou em Madri quando voltou do exílio após a guerra civil. O curso visava a expor e analisar a obra do historiador inglês Arnold Toynbee, e oferecer uma nova interpretação da história universal. Mas o que Ortega y Gasset empreendeu, na verdade, foi uma crítica avassaladora de Yoynbee, na mesma medida em que oferecia a sua própria doutrina a respeito da ciência histórica, com uma viva descrição da evolução dos povos, e muito especialmente do Império Romano, em aulas que foram, segundo ele mesmo, “das mais densas que já se deu em qualquer lugar”.

O valor desta obra de Ortega y Gasset está justamente no fato de que seu curso desmascara e demole a noção equivocada, criada por Toynbee e infelizmente muito difundida e respeitada até hoje, de “ciclos históricos que se repetem”, como se a marcha histórica de todos os povos, em todos os cantos do planeta, obedecesse a um determinado “padrão inevitável”. Por isso, é interessante prestar atenção às palavras do autor no seguinte trecho do livro, sobre a necessidade do amadurecimento dos estudos historiográficos:

A erudição, ou seja, a papelada dos arquivos, a publicação de documentos, a edição de textos antigos escrupulosamente repristinados, é imprescindível para a história, mas ainda não é história, porque esta consiste precisamente em entender as realidades humanas a que esses documentos aludem, e que esses próprios documentos são. […] Essa intelecção supõe possuir toda uma sorte de difíceis teorias, umas fundamentais e outras instrumentais, sem as quais não há história. Por isso a história é ainda uma ciência adolescente, que com frequência balbucia. Mas, sendo ela, por antonomásia, a ciência do homem, e entrando este agora numa etapa sobremaneira crítica de seus destinos, temos o dever de fazer um esforço enérgico e peremptório para transformá-la numa ciência adulta.

Uma interpretação da história universal é o décimo terceiro título de Ortega y Gasset publicado pela Vide em sua louvável iniciativa de fazer conhecida para os leitores brasileiros toda a obra do célebre filósofo. Se você quiser conhecer outros livros do autor, recomendados: Kit Ortega y Gasset, que traz seus 12 primeiros títulos publicados pela Vide, e Kit Novidades Ortega y Gasset, que reúne os 4 lançamentos ortegueanos da Vide anteriores a Uma interpretação da história universal.

Kit Ortega y Gasset, disponível em nossa livraria.

Outros lançamentos

Pela Auster, Encontre a mentira: ex-agentes da CIA ensinam como detectar mentirosos, de Don Tennant, Michael Floyd, Phil Houston e Susan Carnicero. Neste livro-manual, os quatro ex-funcionários do Inteligência americana compartilham conosco dicas para nos tornarmos “detectores humanos de mentiras”, a partir da experiência deles com o polígrafo, o famoso “detector de mentiras”, que, quando manejado por um examinador experiente, pode determinar de forma bastante eficaz a veracidade de uma pessoa. Essa metodologia, que tem aplicabilidade universal, pode ser empregada com um grau de eficiência tal que iguale — ou até supere — os resultados de um polígrafo.

Imagine ser capaz de desenvolver a habilidade de provocar aquilo que se chama de “momento de flagrante mentira”. É o que te espera neste volume.

Pela Editora O Mínimo, O mínimo sobre Direito, de Thaméa Danelon, obra que ajudará o leitor a compreender perfeitamente todos aqueles termos que ficaram famosos nas discussões políticas recentes, como PEC, PGR, CPI, STF… No mínimo, é garantido que nada disso soará mais apenas como uma sopa de letrinhas.

Combo Thaméa Danelon, disponível em nossa livraria.

Pela Ecclesiae, O Livro de Daniel, décimo oitavo volume da Coleção Cadernos de Estudo Bíblico, de Scoth Hahn e Curtis Mitch, em que os autores conduzem o leitor por um profundo estudo do livro de Daniel, usando como guia o próprio texto bíblico e as diretrizes da Igreja Católica para sua interpretação. Cada página traz várias observações e oferece novos esclarecimentos e comentários dos renomados professores Hahn e Mitch, especialistas em estudo bíblico, além de algumas interpretações feitas pelos Padres da Igreja, há muito consagradas. Essas notas de estudo ajudam a tornar explícito aquilo que o autor do livro frequentemente toma por pressuposto, além de fornecerem também preciosas informações históricas, culturais, geográficas e teológicas pertinentes ao Velho Testamento. O volume conta ainda com quadros, ensaios sobre certos tópicos e estudos específicos sobre determinadas palavras; há em cada página uma seção de referências facilmente utilizável e, para cada capítulo, são propostas algumas questões a fim de se aprofundar o entendimento pessoal da santa Palavra de Deus. Há ainda um ensaio introdutório que abarca questões de autenticidade, data, destinatários e temas do livro de Daniel, além de um esquema de sua estrutura.

Kit 17 Cadernos de Estudo Bíblico, disponível em nossa livraria.

Fechando a semana, um lançamento do IBESEC: Ensaio histórico sobre as letras no Brasil, de Francisco Adolfo Varnhagen. Publicado originalmente em 1847, impresso em Portugal pela Imprensa Nacional Casa da Moeda, é o melhor resumo da história das belas letras em nosso país escrito por um intelectual de nossa pátria. Varnhagen, aliás, não foi qualquer intelectual, mas o pai da historiografia brasileira, que sistematizou e desenvolveu um método para o estudo da história no Brasil. Este seu Ensaio, de franca honestidade intelectual traça um painel de nossa produção literária desde o século XVI até o conjunto de poetas menores que antecederam a profusão de versos do nosso Romantismo.


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