HOJE NA HISTÓRIA | Aniversário do Imperador

Vitor Marcolin
Vitor Marcolin
Ganhador do Prêmio de Incentivo à Publicação Literária -- Antologia 200 Anos de Independência (2022). Nesta coluna, caro leitor, você encontrará contos, crônicas, resenhas e ensaios sobre as minhas leituras da vida e de alguns livros. Escrevo sobre literatura, crítica literária, história e filosofia. Decidi, a fim de me diferenciar das outras colunas que pululam pelos rincões da Internet, ser sincero a ponto de escrever com o coração na mão. Acredito que a responsabilidade do Eu Substancial diante de Deus seja o norte do escritor sincero. Fiz desta realidade uma meta de vida. Convido-o a me acompanhar, sigamos juntos.

D. Pedro II consolidou a identidade nacional brasileira

Um país não existe sem a ligação orgânica entre o substrato religioso, a estrutura político-administrativa, a cultura, as bases econômicas etc. Nesse sentido, quem criou o Brasil fora, objetivamente, D. João VI. A transferência da côrte de Lisboa para o Rio de Janeiro implicou no estabelecimento definitivo dos elos entre essas diversas esferas que, somadas, conceberam o quadro coeso da realidade do país.

No entanto, a identidade nacional — que nasce da unidade de vários grupos étnicos sedimentada na comunidade de língua e de herança histórica — fora fomentada por D. Pedro II, durante o transcurso do seu longo reinado.

Daí, mais do que sob qualquer outro ponto de vista, decorre a importância objetiva do seu governo — que durou quase 50 anos. De 1840 a 1889 o país viveu um formidável período de incremento, sobretudo no âmbito da cultura, a fim de cristalizar a experiência de ser brasileiro.

Conjugados a atuação direta do Poder Moderador sobre o fomento cultural da nação e a estabilidade política assegurada pelo regime monárquico, o Brasil alcançou níveis de crescimento extraordinários. A prosperidade do Segundo Reinado, no entanto, não se repetiria na República — exceto durante curtos períodos e sempre a fim de garantir primeiro o favorecimento das demandas partidárias do momento.

O Imperador, como praticamente em unanimidade os seus biógrafos fazem questão de salientar, sempre recusou as propostas de aumento do próprio salário que políticos bajuladores lhe propunham de tempos em tempos. Não só. D. Pedro II tirava do próprio bolso o financiamento de jovens talentos — no Brasil e na Europa — a fim de que, depois de formados, pudessem contribuir com a vida cultural do país. O Imperador custeou a construção de muitas escolas, tanto na côrte do Rio de janeiro quanto nas diversas províncias do Império.

Bibliotecas, teatros, escolas de artes e ofícios e outros meios de incremento cultural foram criados por D. Pedro II em pessoa. No Império a data de 2 de dezembro, aniversário do Imperador, era celebrada como feriado nacional. Era natural que o Monarca fosse, dado o seu zelo pelas letras e ciências, patrono de inúmeras instituições de cultura e pesquisa. Mas, não só. D. Pedro II, que mantinha um observatório astronômico no palácio de São Cristóvão, era aficionado pelas observações astronômicas; daí que hoje celebra-se também o dia nacional da Astronomia.

Com informações de Lima, Oliveira, Formação histórica da nacionalidade brasileira, Folha de S. Paulo Editora, São Paulo, SP, 2000; Carvalho, José Murilo de, Perfis brasileiros: D. Pedro II, Cia das Letras Editora, Rio de Janeiro, SP, 2007; e Schwarcz, Lilia Moritz, As barbas do Imperador, Cia das Letras Editora, 1ª edição, Rio de janeiro, RJ, 1998.

“Deus que me conceda esses últimos desejos — paz e prosperidade para o Brasil”.

D. Pedro II
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