DOSE DE FÉ | Vítor da Mauritânia

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Mártir do século IV, São Vítor foi um centurião mouro que se recusou a renegar sua fé em Nosso Senhor

Hoje é dia de São Vítor da Mauritânia, mártir.

Natural da Mauritânia, no norte da África, Vítor, o Mouro, como era conhecido, progrediu no exército romano até tornar-se centurião. Não se sabe quando ele abraçou a fé, mas era cristão.

Quando o imperador Maximiano precisou sufocar uma rebelião na Gália (hoje França), recrutou um enorme contingente das legiões orientais, e entre os oficiais recrutados estava Vítor, que se deslocou até Milão.

Maximiano exigia que todos os militares prestassem culto aos deuses pagãos antes de seguirem para batalha. Quem se recusasse era punido com a morte. Junto com vários outros soldados e oficiais, Vítor recusou-se ao culto pagão e afirmou publicamente sua fé em Cristo.

Levado a julgamento, reafirmou sua fé e foi deixado preso por seis dias sem água ou comida em uma cela. Depois, foi arrastado pelas ruas de Milão até o hipódromo do Circo, onde foi novamente interrogado, e mais uma vez afirmou sua fé em Nosso Senhor. Foi então duramente flagelado e, quando foi levado de volta à prisão, os carrascos cobriram suas feridas com chumbo derretido. No entanto, pouco depois estava milagrosamente curado e ileso, deixando muitos de seus algozes espantados.

Na primeira oportunidade que teve, o centurião fugiu da prisão e se escondeu na estrebaria de um teatro, mas foi descoberto pouco depois. Os carrascos levaram-no para uma floresta e o decapitaram. Era 8 de maio de 303.

Conta a Tradição que o corpo de São Vítor permaneceu por uma semana na floresta, sendo guardado por dois animais ferozes, até ser encontrado por São Materno, Bispo de Trier, que lhe deu um sepultamento digno. No mesmo local, São Materno erigiu a primeira Igreja de São Vítor. Posteriormente, várias outras igrejas e monumentos em honra a São Vítor foram construídos em Milão, onde há grande devoção por ele.

Padroeiro dos prisioneiros e exilados, São Vítor da Mauritânia constitui exemplo de coragem e fidelidade a Cristo diante das tiranias temporais.

São Vítor da Mauritânia, rogai por nós!

 

Martírio e glória de São Vítor da Mauritânia

 

Quando Vítor, o Mouro, centurião,

recusou-se a prestar culto pagão

 

e testemunhou sua fé em Jesus Cristo,

tronou-se um pária, um marginal malquisto,

 

e de oficial, foi feito prisioneiro.

À fome à sede e ao látego o ex-guerreiro

 

entregue foi, e até chumbo fundido

em suas cruas chagas foi vertido.

 

No entanto, ele permaneceu fiel,

e como graça vinda do Alto Céu,

 

de todos os seus males foi curado,

deixando seus algozes perturbados.

 

Fugiu, foi pego, e condenado enfim

à decapitação, e foi assim

 

que terminou sua mundana história,

e alçado foi o Mouro à Eterna Glória.


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