DOSE DE FÉ | São Julião e Santa Basilissa

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Autorizados pelo próprio Jesus a viverem sob voto de castidade em seu matrimônio, o santo casal Julião e Basilissa constituiu um dos inúmeros instrumentos de Deus para a conversão de muitas almas em tempos atribulados para a fé

Hoje é dia de São Julião, mártir, e Santa Basilissa, virgem.

Julião e Basilissa viveram entre os séculos II e III, em um dos momentos mais terríveis da perseguição anticristã romana. Ele provinha de uma família rica cristã da Antioquia, e desde cedo sentia-se chamado à vida religiosa. Por isso, fez voto particular de castidade. No entanto, seus pais insistiram em casá-lo com outra jovem cristã, Basilissa, para que eles pudessem gerar bons filhos cristãos.

Entristecido e dividido entre sua vocação religiosa e o dever para com os pais, Julião rezou a Nosso Senhor clamando por auxílio, e Ele o escutou: em uma visão, o Filho de Deus aconselhou o jovem a se casar e não temer, pois ele poderia manter seu voto de castidade estando casado. Assim, Julião aceitou sem medo seu noivado.

Na noite de núpcias, Basilissa sentiu um perfume incomum no ar, e perguntou ao noivo do que se tratava aquela fragrância. Julião explicou-lhe que era o perfume de sua castidade, e revelou a ela sobre seu voto e sua visão com Jesus. Basilissa aceitou com alegria a situação, e também fez seu voto particular de castidade.

O casal deu quase toda sua fortuna aos pobres, ficando apenas com duas casas, em que cada qual transformou num mosteiro. Ambas as Casas prosperaram e atraíram inúmeras vocações, além serem pontos de visitação de muitos fiéis que buscavam orientação espiritual dos respectivos Superiores Julião e Basilissa.

No ano de 302, sob as perseguições de Diocleciano e Maximiano, o mosteiro de São Julião foi invadido pelas forças romanas e todos os monges foram levados presos. Foram torturados com chicotadas e instados a renunciar à fé para se verem livres, mas todos preferiram dar seu sangue por Cristo e foram mortos por decapitação. Julião, diante das autoridades, proferiu as seguintes palavras: “Deus ajuda aos que são seus amigos e Cristo Jesus, que é muitíssimo mais importante e poderoso do que o imperador, me dará as forças e o valor para suportar os tormentos.

Durante seu martírio, Julião converteu pelo menos duas pessoas. Um dos carrascos que o chicotava por acidente atingiu o próprio olho e ficou cego. Julião orou com ele e seu olho foi restituído. Além dele, o jovem Celso, filho de Marciano, prefeito de Antioquia, converteu-se diante do corajoso testemunho de fé do santo mártir. Celso, inclusive, acabou sendo martirizado a mando do próprio pai, junto com São Julião e seus companheiros. Conta-se que pouco após o martírio, a cidade foi tomada por um tremor de terra que matou muitas pessoas, inclusive Marciano.

Basilissa, apesar da perseguição, não foi martirizada. Viveu mais dois anos, durante os quais realizou inúmeros prodígios. O santo casal, que foi autorizado pelo próprios Cristo a viver em castidade no matrimônio, constituiu um dos inúmeros instrumentos de Deus para a conversão de muitas almas em tempos atribulados para a fé.

São Julião e Santa Basilissa, rogai por nós!

 

A São Julião e Santa Basilissa

Viveu no século três
um casal em Antioquia,
que sob as bênçãos de Deus
em castidade vivia.

Julião e Basilissa
o casal era chamado,
e quase tudo o que tinham
para os pobres foi doado.

Ficaram só com duas casas
que em mosteiros transformaram,
nos quais inúmeros jovens
a vida santa abraçaram.

Um dia, Julião foi preso
pelas tropas de Marciano,
prefeito que fez valer
a Lei do Império Romano.

Junto de seus monges foi
submetido a cruéis torturas,
mas fiado em sua fé
suportou bem as agruras.  

No meio de seu suplício,
converteu um carcereiro,
e até o filho do prefeito
levou ao Deus Verdadeiro.

Como muitos de seu tempo,
o mártir São Julião
foi elevado ao Senhor
pela decapitação.

Basilissa, pelo esposo
deveras se entristeceu,
mas por dois anos ainda
neste mundo ela viveu,

e apesar de todo o luto,
em meio a tantas tristezas,
por Jesus ela operou
maravilhosas proezas.

Quando enfim ela expeliu
o seu último suspiro,
reencontrou-se com Julião
no Santo e Eterno Retiro.

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