DOSE DE FÉ | Santa Virgínia Centurione Bracelli

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

“Apóstola de Gênova”, Santa Virgínia Centurione Bracelli constitui modelo de amor a Jesus Cristo na caridade para com os pobres, enfermos e abandonados

Hoje é dia de Santa Virgínia Centurione Bracelli, viúva, religiosa e mística.

Nascida em Gênova, em 1587, Virgínia Centurione provinha de uma família de nobres muito devotos. Desde criança mostrou inclinação à vida religiosa, sobretudo para o claustro, mas quando ela tinha 15 anos seu pai a fez casar-se com Jorge Bracelli, um jovem também de ilustre família, mas viciado em álcool e jogatina. Com ele teve duas filhas, Lélia e Isabella.

A vida desregrada de Jorge fez com que ele adoecesse, e em 1608, aos 20 anos de idade, Virgínia ficou viúva. Pela força de suas orações, ela conseguiu com que o marido se convertesse e morresse em paz com Nosso Senhor.

Virgínia fez voto de castidade e passou a viver retirada na casa de sua sogra, levando uma vida devota e cuidando da educação das filhas. Ao mesmo tempo, passou a dedicar-se cada vez mais à caridade para com os pobres. Foi incrementando progressivamente este seu apostolado, e criou uma rede de assistência que foi chamada de “Obras das Paróquias Pobres”, articulando várias entidades beneficentes junto às comunidades mais carentes.

No inverno entre 1624 e 1625, guerras locais geraram uma multidão de pobres. A partir de então, ela passou a acolher jovens abandonadas em sua casa, além de sair pelas ruas mais pobres de Gênova para levar auxílio aos necessitados. Em 1626, fundou as “Cem Damas da Misericórdia, Protetoras dos Pobres de Jesus Cristo”, com que intensificou ainda mais seu piedoso apostolado.

Em 1630, com o aumento da carestia e disseminação da peste em Gênova, Virgínia alugou o Convento do Monte Calvário, que estava vazio, para onde se transferiu em 1631 com um grupo de jovens abandonadas que ela havia acolhido. Colocou sua obra sob a proteção de Nossa Senhora do Refúgio. Três anos mais tarde, havia fundado duas outras Casas, que contavam com cerca de 300 internas. Essas jovens, que Virgínia considerava suas filhas, eram instruídas no Catecismo e também aprendiam profissões com que pudessem sustentar-se. Muitas eram encaminhadas para a vida religiosa e tornavam-se colaboradoras engajadas na missão da santa genovesa.

A Obra, aliás, cresceu muito, e passou a ser administrada por religiosos. Com o tempo, desdobrou-se em duas Congregações: as Irmãs de Nossa Senhora do Refúgio no Monte Calvário e as Filhas de Nossa Senhora do Monte Calvário. Nesse meio tempo, Santa Virgínia, que continuou seu apostolado executando as tarefas mais simples no Convento (considerava-se “a última entre as filhas do Calvário”), foi dotada de dons místicos diversos, como êxtases divinos, visões e conversas interiores. Faleceu aos 64 anos, em 15 de dezembro de 1651, na Casa Mãe do Monte Calvário. Foi aclamada como santa pelo povo de Gênova logo após sua morte. Em 1801, quando seu túmulo foi aberto, seu corpo foi encontrado intacto. É venerado até hoje no Convento das Filhas de Nossa Senhora do Refúgio do Monte Calvário, onde está exposto.

Corpo de Santa Virgínia Centurione Bracelli, exposto no Convento das Filhas de Nossa Senhora do Refúgio do Monte Calvário.

Beatificada em 1985 por São João Paulo II, e canonizada pelo mesmo Pontífice em 2003, Santa Virgínia Centurione Bracelli, Apóstola de Gênova, constitui modelo de amor a Jesus Cristo na caridade para com os pobres, enfermos e abandonados.

Santa Virgínia Centurione Bracelli, rogai por nós!

 

A Santa Virgínia Centurione Bracelli

Virgínia desde criança
sonhava com a clausura,
mas quis casá-la seu pai
com importante figura.

Obediente, ela então
casou e teve duas filhas,
porém, o seu casamento
não eram reais maravilhas:

o esposo era um beberrão
e viciado em jogatina,
e rezar por ele foi
grande parte de sua sina.

A vida desregulada
custou caro a seu marido,
que ela ao menos conseguiu
com que fosse convertido.

A piedosa Virgínia,
depois que viúva se viu,
entre suas filhas e os pobres
seus cuidados dividiu.

Quando as meninas cresceram
e seguiram suas vidas,
as atenções de Virgínia
foram mais comprometidas:

acolheu meninas pobres
e as adotou como suas,
e a ajudar os miseráveis
ela saiu pelas ruas.

Seu trabalho ganhou vulto
e muito se agigantou,
e em duas Congregações
marianas se desdobrou,

e enquanto as coisas andavam,
e sua obra tanto crescia,
da labuta e da oração
ela humilde se investia.

Ouvindo-O em seu coração,
conversava com Jesus,
via os Querubins no Céu,
era infundida de luz.

Um dia, ela adoeceu
e seu tempo aqui findou,
e levada pelos Anjos,
à Eternidade rumou.

1 COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Abertos

Últimos do Autor