DOSE DE FÉ | Santa Odília de Alsácia

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Hoje é dia de Santa Odília de Alsácia, virgem e mística.

Nascida em 680, na Alsácia (hoje região da França, e na época um ducado da Alemanha), Odília era a primogênita do soberano local, Aldarico, um cristão convertido havia pouco tempo, e não muito convicto em sua fé. A pequena foi rejeitada pelo pai, que aspirava por um primogênito homem para legar seu trono. Além disso Odília nasceu cega, o que aumentou a rejeição paterna.

Enviada para ser criada em um mosteiro, Odília foi acolhida pelas religiosas com todo o amor. Um dia, o Bispo local, Santo Heraldo, surgiu no mosteiro, alegando que um Anjo aparecera para ele em sonho, dando-lhe a ordem se encaminhar até lá para batizar uma menina. Apresentaram-lhe a pequena Odília. No momento em que a batizava, Dom Heraldo, inspirado pelo Espírito Santo, disse: “Que os teus olhos do corpo se abram, como foram abertos os teus olhos da alma“. Imediatamente, a menina passou a enxergar, e, a partir de então, tornou-se uma grande mística da Igreja, sendo dotada do dom da profecia – entre suas previsões, inclusive, consta a Segunda Guerra Mundial, que Santa Odília descreveu com detalhes.

Santo Heraldo também intercedeu junto a Aldarico para que ele se reconciliasse com a filha. O soberano, comovido, converteu-se enfim verdadeiramente, e aceitou Odília de volta no castelo da família. No entanto, diante da vontade manifesta da filha (na época, um jovem monja devota) em seguir a vida religiosa, fundou para ela um mosteiro no castelo de Hohenbourg, do qual Odília foi a primeira Abadessa.

O Mosteiro de Hohenbourg recebeu inúmeras vocações, enchendo-se rapidamente de jovens nobres que queriam seguir o exemplo de Santa Odília. Anos depois, a santa Abadessa fundou ali, também, um hospital para atender os pobres e pacientes incuráveis, e, após a morte de seus pais, ela fundou outros mosteiros e hospitais nos castelos que recebeu como herança. Posteriormente, os mosteiros e hospitais fundados por Santa Odília passaram a ser administrados pelos Beneditinos.

A fonte milagrosa

Conta a Tradição que, quando houve uma intensa seca em Alsácia, a região passou a padecer por falta de água. Santa Odília intercedeu por meio de suas orações, e no Mosteiro de Hohenbourg brotou uma fonte que ajudou as religiosas a passarem por aquele período difícil. Há inúmeros relatos de curas milagrosas para pessoas que se banharam nas águas daquela fonte.

Túmulo de Santa Odília, na Abadia de Hohenbourg

Santa Odília faleceu em 13 de dezembro de 720, aos 60 anos de idade, e foi enterrada no Mosteiro de Hohenbourg. Seu túmulo tornou-se local de peregrinação e veneração bastante concorrido, tendo sido visitado por todos os soberanos do Sacro Império Romano-Germânico desde Carlos Magno, além do rei Ricardo I, da Inglaterra. Canonizada por Leão IX, no século XI, ela é Padroeira da Alsácia, dos cegos, portadores de doenças da visão e dos oftalmologistas. Em 1807, o Mosteiro de Hohenbourg foi transformado em um Santuário.

Santa Odília de Alsácia, rogai por nós!

 

O batismo milagroso de Santa Odília de Alsácia

Em sonhos certa noite apareceu
um Anjo a Dom Heraldo, e lhe ordenou
que a um mosteiro ele fosse e batizasse
uma menina. O Bispo concordou

e ao convento seguiu de imediato.
Lá chegando, seu sonho referiu,
e as Irmãs prontamente lhe trouxeram
uma pequena cega, e assim que a viu

ele soube que era ela. Preparou
todo o aparato para o batizado,
e enquanto administrava o Sacramento,
pelo Espírito Santo iluminado,

assim falou: “Que os teus olhos do corpo
como os da tua alma possam enxergar!”
Após o “Amém”, um fato milagroso
as freiras todas fez embasbacar:

os olhos enevoados da pequena
brilharam, e a enxergar ela passou,
e enquanto as Irmãzinhas festejavam,
glorificando a Deus, o Bispo orou

a Ele dando graças: “Obrigado,
por Vossas maravilhas, ó Senhor!
Bendito sede sempre, Vós que olhastes
para esta pequenina, e com amor

a seus pobres olhinhos concedestes
o brilho da mais plena e viva luz!
Louvado sede agora e para sempre
o Santo Nome do Senhor Jesus!”

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