DOSE DE FÉ | Policarpo

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Discípulo de São João Evangelista e amigo pessoal de Santo Inácio de Antioquia, São Policarpo, condenado à fogueira, constitui exemplo de fidelidade a toda prova

Hoje é dia de São Policarpo de Esmirna, bispo e mártir.

Nascido no ano 69, em Esmirna, na atual Turquia, Policarpo foi discípulo de São João Evangelista, que o nomeou Bispo de Esmirna, e conheceu vários outros dos Apóstolos – foi amigo pessoal de Santo Inácio de Antioquia.

Em seu apostolado, esteve sempre voltado para o pastoreio de seu rebanho, procurando fortalecer a fé dos cristãos em tempos difíceis. De todos os seus escritos, sobreviveu apenas uma carta, endereçada aos filipenses no ano 110, exaltando a constância na fé em Cristo. Ainda que não se envolvesse muito em questões administrativas da Igreja, auxiliou o Papa Aniceto na conciliação sobre a celebração da Páscoa entre os cristãos do Oriente e os do Ocidente.

Policarpo foi martirizado em 155, quando o Procônsul Estácio Quadrado tentou fazê-lo renegar a Cristo. Sua resposta foi a seguinte: “Faz 86 anos que O sirvo e nunca me fez mal algum: como poderia blasfemar o meu Redentor?” Quando ameaçado de morte na fogueira, disse: “O seu fogo queima por um momento, depois passa; eu temo é o fogo eterno da condenação.” O Procônsul cumpriu sua ameaça, mas, jogado na fogueira, Policarpo foi preservado das chamas, e enquanto exalava um cheiro de pão assado, os soldados tiveram de matá-lo sob o fio da espada. Logo em seguida, ele rapidamente transformou-se em cinzas. Sua última oração antes de morrer foi a seguinte: “Sede para sempre bendito, Senhor, que vosso nome adorável seja glorificado em todos os séculos, por Jesus Cristo, pontífice eterno e onipotente, e que toda a honra vos seja dada com ele e o Espírito Santo, por todos os séculos.

Que o martírio de São Policarpo nos seja exemplo de fidelidade a toda prova.

São Policarpo de Esmirna, rogai por nós!

 

A última oração de Policarpo

 

Enquanto Policarpo era queimado

num fogo que seu corpo ignorava,

dele um cheiro de pão era exalado,

 

e aos Céus, muito sereno, ele rezava:

“Bendito sede sempre, meu Senhor,

que Vosso nome, ardente como lava,

 

pra sempre seja digno de louvor,

Pontífice Perene e Onipotente,

Jesus, Verbo Divino, Eterno Amor,

 

hoje e em todos os séculos à frente!”

E porque não queimava, às estocadas

foi Policarpo morto finalmente,

 

e então queimou. Suas cinzas, espalhadas

dispersaram-se ao vento, e sua alma eterna,

como é comum às fiéis e consagradas,

 

foi se juntar à Habitação Paterna.  


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