DOSE DE FÉ | Onofre

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Modelo de desapego às coisas deste mundo e total entrega de si a Deus, Santo Onofre viveu em total isolamento por sete décadas

Hoje é dia de Santo Onofre, eremita.

Tudo o que se sabe desse santo partiu de seu discípulo Pafúncio, um monge que peregrinava pelo deserto a procura de eremitas com que tencionava se aconselhar. Segundo seus relatos, Onofre foi um monge cenobita da região da Tebaida, no Egito, que viveu entre o século IV e o início do século V, e que resolveu retirar-se para o completo isolamento, no qual viveu por cerca de 70 anos.

Pafúncio relata que estava andando pelo deserto durante vinte e um dias, até que caiu exaurido. Viu então surgir-lhe uma figura um tanto assustadora: um homem idoso, todo coberto de pelos, como um animal, e usando uma tanga de folhas. Esse homem era Santo Onofre. Sua primeira reação foi correr, mas o eremita conseguiu acalmá-lo e explicar-lhe que ele era um servo de Deus que vivia naquela região.

Onofre levou Pafúncio para sua gruta e contou-lhe sua história. Durante as sete décadas que passara ali, fora alimentado pelos frutos de uma tamareira localizada próxima a seu retiro. Os dois passaram o dia conversando sobre as coisas de Deus até que, ao pôr-do-sol, apareceu diante deles um pouco de pão e água que revigorou a ambos.

Pafúncio então declarou seu desejo de se tornar eremita, mas Onofre disse-lhe que essa não era a vontade de Deus: o monge fora enviado a ele para assisti-lo em sua morte, e depois deveria retornar à sua comunidade e relatar aos outros sobre seu encontro com o santo eremita.

Assim foi feito. Em um 12 de junho, um Anjo surgiu para dar a Santa Eucaristia a Onofre, que morreu logo em seguida. Pafúncio sepultou-o e, de volta à sua comunidade, escreveu sobre seu mestre e espalhou sua história por toda a Ásia. A devoção por Santo Onofre difundiu-se muito pelo Oriente, popularizando-se no Ocidente a partir do século XI. 

Santo Onofre, rogai por nós!

 

Da morte de Santo Onofre

Relatado por seu discípulo Pafúncio

 

Era doze de junho, e ele pediu,

sabendo que era hora de partir,

a última bênção. Logo, então, surgiu

um Anjo do Senhor a reluzir,

 

trazendo-lhe a Sagrada Eucaristia.

Olhei maravilhado: o Vinho e o Pão

recebeu Mestre Onofre de sua mão,

e logo após, sem mais, ele partia

 

direto para o Céu, acompanhado

do celestial espírito abençoado.


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