A imagem de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, difundida a partir século XIX, constitui uma variante bizantina da “Hodegétria”, primeira pintura da Mãe de Deus, atribuída a São Lucas
Hoje também é data mariana, dia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
A devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro começou a difundir-se em 1870, a partir de uma história que começa no século XIII, com um quadro de Nossa Senhora em estilo bizantino, inspirado na primeira pintura da Mãe de Deus, atribuída a São Lucas, a “Hodegétria”.
Diz a tradição que essa pintura foi roubada por um comerciante na ilha de Creta, na Grécia, no século XV. Esse comerciante, em viagem de volta a Roma, teria sofrido um naufrágio em meio a uma tempestade em alto mar, e sobreviveu graças à proteção de Nossa Senhora, pela qual clamou. Quando chegou a Roma, ele adoeceu mortalmente e deixou a um amigo a missão de devolver a imagem a uma igreja, como forma de reparação por seu ato sacrílego.
O ícone ainda ficou em posse da família do comerciante por mais um tempo, até que Mãe de Deus apareceu à filha dele, de apenas 6 anos, em 27 de março de 1499, para cobrar da família o ato de reparação não realizado. Os familiares obedeceram e entregaram o quadro à Igreja de São Mateus, onde permaneceu por mais de 300 anos.
Com a invasão do franceses a Roma no século XVIII, a Igreja de São Mateus foi destruída, e os agostinianos que guardavam o ícone o esconderam por cerca de 30 anos, até ele ser reencontrado pelos redentoristas, a quem foi entregue a guarda, em 1866, pelo Bem-Aventurado Pio IX, com a seguinte recomendação: “Fazei com que todo o mundo conheça esta devoção”. Eles fizeram, então, diversas cópias da imagem e a espalharam mundo afora. Por essa obra, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro passou a ser oficialmente reconhecida como Padroeira dos Redentoristas, e sua festa passou a ser comemorada em 27 de junho.
A imagem original da Mãe do Perpétuo Socorro permanece hoje na Igreja de Santo Afonso Maria de Ligório no Esquilino, Seu fiel devoto. Enquanto ícone bizantino, o quadro é o mais venerado no mundo. Sua simbologia é bastante rica. Entre diversos detalhes, Nossa Senhora traz no colo o Menino Jesus, e seu olhar é entre grave e sereno, e algo melancólico. Rodeiam a Mãe e o Filho os Arcanjos Gabriel e Miguel, que trazem em suas mãos a cruz, a lança e a vara com uma esponja, objetos da Paixão de Cristo (na Igreja Ortodoxa, a imagem recebe os nomes de “Mãe de Deus da Paixão” e “Virgem da Paixão”). O Menino Jesus, um tanto assustado, deixa cair uma de suas sandálias. O colo da Mãe representa Seu amparo perpétuo, que se estende a nós, seus filhos adotivos.
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro exorta-nos à fidelidade, à coragem e à confiança em Seu constante auxílio, mesmo nos momentos mais sombrios. Ela jamais desampara Seus filhos. Antes, sofre por nós e conosco, como o fez na Paixão de Nosso Senhor. Evitemos magoá-La, e, cheios de confiança, clamemos:
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, rogai por nós!
À Mãe do Perpétuo Socorro
Ó, Mãe do Socorro,
ó, Mãe da Paixão,
ampara e protege
o povo cristão.
Ó, Mãe do Socorro,
ó, Mãe tão amada,
ampara-me a vida,
a Ti consagrada.
Ó, Mãe do Socorro,
a Ti agradeço
por todo esse amor
que pouco mereço.
Ó, Mãe do Socorro,
ó Mãe tão querida,
ampara-me e salva
a alma e a vida.
Ó, Mãe do Socorro,
do Mal, Doce Algoz,
protege-nos todos
e roga por nós!
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Ó, Mãe do Socorro,
a Ti agradeço
por todo esse amor
que pouco mereço.
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, rogai por nós!