DOSE DE FÉ | Moisés

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Libertador do povo de Deus da escravidão no Egito, São Moisés é modelo do espírito de obediência, sacrifício e fidelidade a Deus

Para muita gente pode soar estranho o nome São Moisés. É, mas não estranhem. Moisés, que livrou o povo de Deus da escravidão no Egito, de onde ele mesmo havia sido príncipe, é um Santo de nossa Igreja, e seu dia é hoje.

Nascido em Gosen, no Baixo Egito, por volta de 1200 a.C., Moisés era filho Anrão e Joquebede, da Tribo de Levi, hebreus escravos no Egito. Era ainda bebê quando o faraó Seth mandou assassinar todos os recém-nascidos para controlar o crescimento da população de escravos.  Sua mãe o escondeu por três meses, e depois o colocou em um cesto nas águas do Nilo, para que ele pudesse escapar do morticínio.

O pequeno foi descoberto pela filha do faraó, que se banhava no Nilo, e que o entregou pra ser amamentado e criado por uma ama hebreia. Posteriormente, a princesa egípcia adotou-o como seu próprio filho. Deu a ele o nome egípcio Moisés, que quer dizer “aquele que foi tirado das águas”.  

Criado na Corte, Moisés tornou-se príncipe do Egito. Quando tinha por volta dos seus 40 anos, testemunhou a violência de um mestre de escravos contra um hebreu, e acabou o matando. Depois disso, fugiu em autoexílio, e fixou-se na região de Midiã. Lá, casou-se com Zípora, com quem teve dois filhos. Quarenta anos depois, deparou-se, no Monte Horebe, com uma sarça ardente e ouviu a voz do Altíssimo, que lhe ordenou que voltasse ao Egito para libertar os hebreus da escravidão.

Acompanhado de seu irmão Aarão, que lhe servia de intérprete (o Santo Patriarca era gago), Moisés interpelou o faraó Ramsés II, que, mesmo diante dos prodígios de Deus (como o cajado de Moisés que se transformou em uma cobra e que comeu as cobras dos feiticeiros egípcios), ficou irredutível. E assim continuou o monarca, mesmo diante das pragas lançadas contra sua nação. A última delas, no entanto, demoveu sua vontade, quando o Altíssimo ceifou as vidas de todos os primogênitos do Egito, incluindo o filho do Faraó. Humilhado e com o coração destroçado, Ramsés permitiu a partida dos Hebreus.

O restante da história pode ser bastante resumido: a perseguição do Faraó, a divisão das águas do Mar Vermelho, os 40 anos no deserto em busca de Canaã, a apostasia do povo, as 10 Tábuas da Lei, a chegada às portas da Terra Prometida, a morte de Moisés aos 120 anos de idade. Mas convém ainda desenvolver alguns tópicos.  

Deus endurece o coração do Faraó

É importante abrir um parêntese aqui. Por 5 vezes, na Sagrada Escritura, está registrado que “Deus endureceu o coração do Faraó”. Nessas ocasiões, Ramsés continua a pecar pela soberba, mesmo diante dos sinais do Altíssimo.

Isso pode nos levar a crer que o próprio Deus estava a agir contra o livre arbítrio de Ramsés, e, consequentemente, contra Seus próprios princípios. No entanto, é importante reforçar que o Altíssimo jamais força a vontade de quem quer que seja. Entenda-se que o Faraó era alguém tomado pelo pecado da soberba, e que foi por vontade própria, e guiado por seus próprios impulsos, que ele tomou cada uma de suas decisões, inclusive a de perseguir os hebreus que recém libertara, causando ainda mais sofrimento para o povo egípcio com a morte de milhares de seus soldados, afogados no Mar Vermelho.

A presença de Deus em tais episódios está em sua misericórdia para com os que Lhe são fiéis, e por sua justiça para os que O desafiam. Se Deus endurece o coração de Ramsés, não é por ação Sua de fato, mas pela do próprio Faraó, que se recusa a reconhecer Sua grandeza.

Não duvidem dos milagres!

E por falar em prodígios e Mar Vermelho, que fique claro: tudo aquilo aconteceu. Desde as primeiras manifestações do Altíssimo diante do Faraó, passando por cada praga, a divisão das águas do mar e a passagem dos hebreus naquela que foi a primeira Páscoa, até o maná que caía dos céus e a água que brotava da rocha, foram todas realidades históricas.

Não acreditem em modernas e heréticas exegeses que os queiram levar a crer em meras “simbologias” e “metáforas”. Não duvidem da Verdade de Deus.

Os três ciclos

São Moisés, em sua trajetória neste mundo, cumpre três ciclos de igual duração: 40 anos como príncipe do Egito; 40 anos como pastor e, depois, libertador dos hebreus; e 40 anos vagando no deserto com seu povo, como punição por ele ter duvidado do poder de Deus.

Estes três ciclos encerram uma vida com tamanha quantidade de histórias, com inúmeras simbologias envolvendo cada uma, que seria possível escrever todo um livro de poemas – sim, a vida do Patriarca do Êxodo daria um belo épico! No entanto, por hoje, para encerrar esta Dose de Fé, ficaremos com o fechamento do último ciclo, a morte de Moisés às portas da Terra Prometida.

Que o espírito de obediência, sacrifício e fidelidade a Deus, presente em Moisés, estejam sempre conosco, para que possamos por Sua Graça sermos libertos da escravidão dos pecados e conduzidos à Sua Terra Prometida no Céu.

São Moisés, rogai por nós!

 

A morte de Moisés

 

Quando Moisés chegou aos cento e vinte,

aos filhos de Israel disse o seguinte:

“Já estou bem velho, e disse-me o Senhor

que o rio Jordão jamais irei transpor.

 

Portanto, para guiar-vos no amanhã

e liderar-vos rumo a Canaã,

consagro neste dia Josué,

viril varão, de valorosa fé.”

 

E a Josué voltando-se, falou:

“Encontrarás o que o Senhor jurou,

e à frente deste povo marcharás,

 

e o Senhor Deus jamais te deixará.”

Assim falou e, deixando-se aquietar-se,

ao Pai logo em seguida foi juntar-se.


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