DOSE DE FÉ | Madre Teresa de Calcutá

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Fundadora das Missionárias da Caridade, Santa Teresa de Calcutá a vida toda esteve em profunda comunhão com Nosso Senhor, e este amor fê-la servir aos mais pobres entre os pobres vendo Sua Figura neles

Hoje é dia de Santa Teresa de Calcutá, popularmente conhecida como Madre Teresa de Calcutá.

Madre Teresa nasceu em Skopje, na Albânia, em 27 de agosto de 1910, com o nome de Agnes Gonxha Bojaxhiu. Pouco se sabe sobre sua infância e adolescência, pois ela não gostava de falar sobre si mesma.

Aos 18 anos, com o consentimento dos pais, ingressou na Casa Mãe das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, na Irlanda, onde viveu por algum tempo. Seu sonho era ser missionária na Índia, e para lá seus superiores a enviaram, para que fizesse seu noviciado. Em maio de 1931, quando a jovem Agnes, aos 20 anos, fez sua profissão religiosa e assumiu o nome de Teresa, em homenagem a Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face.

Transferida para Calcutá, trabalhou por um tempo como professora. Impressionava-se ao ver a quantidade de gente miserável e doente pelas ruas da cidade. Em 10 de setembro de 1946 (data que ficou conhecida como o Dia da Inspiração), durante uma viagem de trem ao noviciado do Himalaia, ela topou com um pedinte que lhe disse: “Tenho sede!”. Naquele dia, Madre Teresa afirmou ter recebido “o chamado dentro do chamado”, e de que as missão de servir a Nosso Senhor cuidando dos mais pobres entre os pobres.

Depois de um período de discernimento, com o auxílio do Arcebispo de Calcutá e de sua Madre Superiora, ela saiu de sua antiga congregação para dar início ao trabalho missionário nas ruas da cidade. Começou reunindo um grupo de 5 crianças em um bairro pobre, e dava-lhes aula em uma escola improvisada. Em dez dias, já atendia 50 crianças.

Com o tempo, antigas alunas de Madre Teresa, vocacionadas, começaram a aparecer para ajudá-la em seu apostolado, que cresceu substancialmente. Elas não trabalhavam mais apenas com crianças, mas com todos os mais pobres e doentes que conseguiam atender. Em 1949, Madre Teresa começou a escrever as Constituições daquela que viria a ser a Congregação das Missionárias da Caridade, aprovada pela Santa Sé em 1950.

Em 1965, a Congregação recebeu autorização para expandir seus trabalhos para outros países, e passou, entre 1968 e 1989, a atuar na Albânia, Rússia, Cuba, Canadá, Palestina, Bangladesh, Austrália, Estados Unidos, Ceilão, Itália e China. Hoje, as Missionárias estão espalhadas por 132 países em todo o mundo.

O trabalho de Madre Teresa foi cheio de percalços, mas incansável, e continua até os dias de hoje, 25 anos após sua morte, em 5 de setembro de 1997, aos 87 anos de idade. As Missionárias da Caridade nunca pararam com seu serviço, por mais dificuldades e perseguições que tenham encontrado. Isso porque entre as regras de Santa Teresa de Calcutá não era o serviço que vinha em primeiro, mas Jesus. A Santa Madre sempre O teve como centro e princípio de tudo o que fazia. Tanto que, antes de missionárias, as Irmãs da Caridade são religiosas contemplativas, e a adoração ao Santíssimo é a primeira de suas obrigações diárias. Conta-se, inclusive, que, certa vez, quando um grupo de Irmãs, exasperadas, pediu à Madre Teresa para que o tempo de adoração fosse diminuído, a fim de que pudessem dar conta das obrigações diárias com mais tranquilidade, ela serenamente lhes respondeu: “Pois bem. A partir de amanhã, todas farão uma hora a mais de adoração”.

A vida de Santa Teresa de Calcutá, beatificada por São João Paulo II em 2003, e canonizada pelo Papa Francisco em 2016, foi como de tantos Santos que devotaram suas vidas no serviço aos mais pobres: uma vida devotada a Nosso Senhor Jesus Cristo. Seu apostolado só foi possível e se desenvolveu com tamanha santidade porque Madre Teresa estava sempre em profunda comunhão com Ele, em sua atitude contemplativa. Como diz o Padre Paulo Ricardo, “as Irmãs de Santa Teresa não somente fazem bem aos pobres, mas se dedicam profundamente à adoração e a uma verdadeira súplica para que possam amar Jesus nos pobres […] O mundo é até capaz de admirar Madre Teresa como uma mulher que fez boas obras humanitárias; mas somente nós, católicos, que temos fé, somos capazes de penetrar naquilo que foi a verdadeira virtude de Madre Teresa e de suas Irmãs: amar o Cristo, com o amor que vem do próprio Deus, na vida de oração, para poder amar Cristo no irmão.

Que no dia de hoje, enquanto nos lembramos das lições de humildade, oração e serviço de Santa Teresa de Calcutá, lembremos com especial carinho e peçamos pelas Missionárias da Caridade que foram expulsas da Nicarágua pelo tirano comunista Daniel Ortega. E que Madre Teresa possa interceder especialmente pela Nicarágua, pelo Brasil e pela América Latina contra os horrores do comunismo.

Santa Teresa de Calcutá, rogai por nós!

 

A nova regra da Madre

 

Estava a orar a Madre, concentrada,

quando lhe interromperam a oração

de Missionárias uma comissão

e lhe pedir que fosse abreviada

 

a hora de fazer adoração.

“Há muita coisa a ser executada

e pouco tempo!”, disse exasperada

uma Irmãzinha, em justificação.

 

A Madre pôs-se então a ponderar

e respondeu “Pois bem, eis nova regra:

sempre uma hora mais cedo heis de acordar,

 

e uma hora a mais fareis em plena entrega,

e em silencioso, e intenso, e vivo amor,

de adoração a Deus Nosso Senhor.”


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