DOSE DE FÉ | Germano de Paris

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Bispo da capital francesa por três décadas no século VI, São Germano de Paris era amado pelos nobres e pelo povo

Hoje é dia de São Germano de Paris, Bispo.

Germano nasceu na cidade de Autun, na França, em 496. Diz a tradição que sua mãe não o queria e tentou abortá-lo, mas não conseguiu. Posteriormente, ela tentou livrar-se do filho novamente, envenenando-o, novamente sem sucesso. Depois disso, ele foi criado por um primo eremita, que o enviou para estudar em Avalon.

Em 531, Germano foi chamado para trabalhar junto ao Bispo de Autun como seu diácono. Três anos mais tarde, foi ordenado sacerdote. Quando o Bispo morreu, seu sucessor delegou a Germano a direção do Mosteiro de São Siforiano, em plena decadência moral. Tentou reformar o mosteiro, imponho-lhe o rigor que lhe deveria ser conferido, mas acabou sendo vítima de intrigas e deixou o cargo.

Mudou-se então para Paris, onde ganhou a estima do rei Childeberto. Em 536, assumiu o Bispado de Paris, e passou a exercer ainda mais influência sobre a corte merovíngia. Nessa época, o rei ficou gravemente enfermo, e foi curado com o auxílio das orações do Bispo Germano. Em ação de graças, o monarca mandou construir uma grande igreja e, bem próximo, um grande convento, que mais tarde se tornou o famoso Seminário de Paris.

Generoso, São Germano também era amado pelos pobres, a quem dava tudo o que podia. Era comum ser visto apenas de túnica, pois doava suas demais vestes aos miseráveis de Paris, e alegrava-se nos rigores do inverno, sabendo que ao menos um pobre estaria aquecido. Quando não tinha o que doar, fechava-se em tristeza.

São Germano levou essa vida de serviço, generosidade e ascetismo (três palavras que resumem o caráter do santo Bispo de Paris) até os seus 80 anos. Em 28 de maio de 576, foi chamado à Casa de Nosso Senhor. Pouco após a sua morte, muitos milagres passaram a ocorrer àqueles que o invocavam, e logo seu culto foi autorizado.

São Germano de Paris, rogai por nós!

 

O prêmio de São Germano

 

Andava pelas ruas Dom Germano

e quando via um pobre tiritante,

a congelar no frio mais cortante,

sem mais tempo a perder, de todo o pano

 

que o corpo lhe cobria, num instante

livrava-se e entregava pro fulano,

ficando só de túnica o decano,

tremendo ao frio, mas com reconfortante

 

calor na consciência caridosa.

Um dia, quando o Bispo foi ao Céu,

presenteou-o a Mãe de Deus com rosas

 

que Ela mesma tirou de Seu Laurel:

uma pra cada pobre que salvou

Germano quando a roupa lhes doou.


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