DOSE DE FÉ | Francisco e Jacinta

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Canonizados em 2017, os pequeninos de Fátima são grandes intercessores por nossa salvação

Hoje é dia dos santos Francisco Marto e Jacinta Marto, videntes de Fátima.

Nascidos em Aljustrel, na Freguesia de Fátima, em Portugal, Francisco (1908) e Jacinta (1910) eram irmãos, os dois últimos de 9 filhos do casal Manuel e Olímpia de Jesus Marto. Junto com a prima Lúcia, eles trabalhavam como pastores na região onde moravam.

A partir da primavera de 1916, os três pastorinhos começaram a receber visitas do Anjo de Portugal na Loca do Cabeço e, depois, na Cova da Iria. Em 13 de maio de 1917, encontraram-se com a própria Mãe de Deus, também na Cova da Iria. Ela iria aparecer-lhes ainda mais 5 vezes, até 13 de outubro de 1917, quando se operou o Milagre do Sol em Portugal. A eles foram revelados segredos e mensagens relativos à Adoração ao Santíssimo Sacramento, à intercessão de Maria, o Sagrado Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria, conversão e penitência.

Os três pastorinhos, no decorrer dos encontros com Nossa Senhora, sobretudo depois da visão que tiveram do Inferno, passaram a impor-se mortificações e penitências rigorosas pela salvação das almas. Enquanto Lúcia, falecida em 2005, recebeu a missão de ser a mensageira de Fátima, os dois irmãozinhos ganharam o Céu quando ainda crianças. Adoecido com broncopneumonia, Francisco faleceu em 4 de abril de 1919, aos 10 anos. Jacinta, vítima da mesma enfermidade, juntou-se ao irmão em 20 de fevereiro de 1920, aos 9 anos. Ambos sabiam que suas mortes não tardariam a acontecer, e, conscientes de seu encontro com Nosso Senhor Jesus Cristo e Sua Mãe Santíssima no Céu, não temeram. Foram beatificados por São João Paulo II em 13 de maio de 2000, e canonizados por Francisco em 13 de maio de 2017.

Visões do Santo Padre

Entre as visões de Jacinta, há duas em particular, relativas ao Santo Padre. Relata a Irmã Lúcia, em suas memórias: “Um dia, fomos passar as horas da sesta para junto do poço de meus pais. A Jacinta sentou-se nas lajes do poço; o Francisco, comigo, foi procurar o mel silvestre nas silvas dum silvado duma ribanceira que aí havia. Passado um pouco de tempo, a Jacinta chama por mim: – Não viste o Santo Padre? – Não! – Não sei como foi! Eu vi o Santo Padre em uma casa muito grande, de joelhos, diante de uma mesa, com as mãos na cara, a chorar. Fora da casa estava muita gente e uns atiravam-lhe pedras, outros rogavam-lhe pragas e diziam-lhe muitas palavras feias. Coitadinho do Santo Padre! Temos de pedir muito por Ele. Em outra ocasião, fomos para a Lapa do Cabeço. Chegados aí, prostrámo-nos por terra, a rezar as orações do Anjo. Passado algum tempo, a Jacinta ergue-se e chama por mim: – Não vês tanta estrada, tantos caminhos e campos cheios de gente, a chorar com fome, e não têm nada para comer? E o Santo Padre em uma Igreja, diante do Imaculado Coração de Maria, a rezar? E tanta gente a rezar com Ele?“.

Francisco e Jacinta foram crianças simples e sem instrução escolhidas pela Mãe de Deus para a missão de rogar à humanidade pelo arrependimento, a conversão e a penitência, e nesse sentido foram – e ainda são – grandes intercessores junto a Deus por nossas almas. Os pequeninos chamam-nos à Eternidade. Basta que os ouçamos.

Santos Francisco e Jacinta Marto, rogai por nós!

 

O coração de Francisco

 

No coração de Francisco

não cabia humano amor;

por isso, cedo ele foi

juntar-se a Nosso Senhor

lá no alto do Céu.

 

No coração de Francisco

só cabia a Vera Crença,

e, por isso, no seu peito

instalou-se uma doença

que o levou ao Céu.

 

O coração de Francisco

era caridoso e puro;

por isso, aqui não durou,

e em seu eterno futuro

foi bater no Céu.

 

O coração de Francisco

a imitá-lo nos convida,

pois quer que nos encontremos

com ele na Eterna Vida,

com Jesus no Céu.

 

O pedido de Jacinta

 

Eu vi o Santo Padre ajoelhado

diante de uma mesa, com as mãos

em seu rosto, a chorar desconsolado.

 

Havia, ainda, impios maus cristãos,

que lhe atiravam pedras, odientos,

e pragas lhe rogavam, qual pagãos,

 

tão desviados e tão violentos,

que cá também chorei. Ó, coitadinho

do Santo Padre com tão maus rebentos!

 

Rezemos, pois, por ele, que sozinho

tantas vezes se vê, por ele oremos,

pra que não se desvie o seu caminho.

 

Hoje e sempre, por ele, pois, rezemos!


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