DOSE DE FÉ | Catarina da Suécia

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Filha de Santa Brígida, Santa Catarina da Suécia sucedeu a mãe como abadessa do Mosteiro de Vadstena

Hoje é dia de Santa Catarina da Suécia, também conhecida como Santa Catarina de Vadstena.

Nascida em 1331, na Suécia, Catarina era de berço nobre e cristão, filha de Santa Brígida (então princesa). Foi educada pelas irmãs do Convento de Risberg e, aos 18 anos, casou-se com um jovem da corte sueca, Edgard, cristão fervoroso e de saúde muito frágil. Ele aceitou viver como irmão de Catarina, reconhecendo o voto de castidade que ela havia feito antes mesmo de conhecê-lo e fazendo ele mesmo tal voto.

Quando o pai de Catarina faleceu, sua mãe resolveu dedicar-se totalmente à vida religiosa, que iniciou em uma romaria para visitar os túmulos dos Apóstolos em Roma. Catarina obteve autorização de Edgard para ir se encontrar com a mãe em Roma. Chegando lá, ficou sabendo da morte de seu marido. Viúva, resolveu acompanhar a mãe na vida religiosa.

Catarina e sua mãe, então, vestiram o hábito religioso, fizeram seus votos e nunca mais se separaram. Fundaram o Mosteiro de Vadstena, na Suécia, do qual Santa Brígida tornou-se abadessa e onde fundaram a Ordem de São Salvador, cujas freiras passaram a ser chamadas de brigidianas.

As duas santas realizaram diversas peregrinações a Roma, e em diversas vezes enfrentaram perigos, dos quais sempre eram salvas pela Providência. Em duas dessas ocasiões, salvou-as um cervo selvagem.

Em uma dessas peregrinações, estando mãe e filha em Roma, lá faleceu Santa Brígida. De volta à Suécia, Catarina assumiu o posto de abadessa do Mosteiro de Vadstena. Durante várias ocasiões foi assediada com pedidos de casamento de nobres que insistiam para que abandonasse a vida religiosa. Um desses pretendentes, mais ousado, tentou levá-la à força, mas ficou cego, e só recuperou a visão depois que se arrependeu e, ajoelhado aos pés de Santa Catarina, pediu-lhe perdão. Consta-se que ele viu, naquele momento, um cervo selvagem ao lado dela. Por isso, a santa é representada com esse animal a seu lado.

Entre 1376 e 1381, Catarina esteve em Roma, mediando o processo de canonização de sua mãe, por cuja intercessão já se operavam diversos milagres. Quando voltou para a Suécia, estava doente, e veio a falecer em 24 de março, aos 50 anos. Foi canonizada em 1484, pelo Papa Inocêncio VIII.

Santa Catarina da Suécia, rogai por nós!

 

Catarina, o cego e o cervo

 

Após a morte de sua mãe tão santa,

assumiu Catarina seu mosteiro,

e a moça, que tribulação já tanta

 

passara, viu mais uma em seu roteiro:

pedidos de casório impertinentes!

Recusou todos, mas um zombeteiro,

 

tomado de desejo impenitente,

planejou sequestrá-la do convento

e com ela casar forçosamente.

 

No entanto, quando biltre virulento,

tão temerário dela se achegou,

cegado foi por forte luzimento,

 

e mais nada à sua frente ele enxergou.

Na escuridão, perdido e angustiado,

caiu em si, e, sem mais, se ajoelhou,

 

a moça e a Deus pediu perdão, prostrado,

e, abrindo olhos, logo pôde ver:

Catarina a perdoá-lo, e ali ao seu lado,

 

um cervo da floresta, a defender

sua protegida, e pronto foi embora

louvando a Jesus Cristo por poder

 

ter visto, bem ali, naquela hora,

uma santa e seu Anjo protetor,

e sob a luz da já nascente aurora,

 

seguiu pelo caminho do Senhor.


Esse conteúdo é exclusivo para assinantes da Revista Esmeril.

Esmeril Editora e Cultura. Todos os direitos reservados. 2023

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Abertos

Últimos do Autor