COLHEITA DO ISOLAMENTO MASCARADO

José Anselmo Santos
José Anselmo Santos
O autor é cristão, conservador e originário de Sergipe. Em seus 80 anos conviveu com pobres e bilionários, párias e homens notáveis. Autodidata e ávido leitor, na juventude conheceu parte do norte africano e alguns países europeus, coletando as diferenças e similitudes entre os povos e nações. Visitou cenários de guerra e na condição de clandestino político completou suas viagens pela América Latina e Caribe. Entre os anos 71 e 2008, trabalhou como consultor de dezenas de empresas, foi treinador de pessoal, especializou-se em PNL ao nível de Master e desenvolveu programas de liderança empresarial. Depois disso tem-se dedicado a criar textos, documentando suas visões de mundo e transfigurando a memória afetiva.

“Oh, tempos! Oh, costumes!” é o pensamento que me assalta enquanto navego nestes mares tempestuosos

A vagabunda mente vadia adoidada, perdida, prostituta viajante, ensandecida nos terrenos de blogs, plataformas, várias como as frutas de formas e cores exibidas nas ruas de uma feira. Frutas que chegam de campos distantes, doces ou ácidas, cultivadas por vontades e mãos desconhecidas.

As laranjas, limões, abacaxis, mangabas, umbus e sapotis espalhados nas bancas da feira eletrônica; notas, comentários, opiniões, imagens, filmes e sons que permeiam este espaço virtual chegam despencadas, diferentes das uvas e pitombas. Caracterizam-se pelo sabor ácido, ora amargo. Em poucas mensagens aparecem as manifestações éticas e gentis de fé e esperança, com o anúncio dos caminhos possíveis para sair deste labirinto insano, para chegar aos campos da liberdade.

Resisto, relaxo, medito, divago teimoso por mares nunca d’antes navegados, pelas duas últimas gerações de humanos que desembarcaram neste planeta sequestrado pelo poder vitalício e viciado, instalado nas estruturas de estados gigantes, onde atuam pessoas perversas, que cuidam com prioridade da economia, das guerras com armas barulhentas e outras silenciosas, ignorando a missão de cuidar do bem comum e da harmonia entre os cidadãos.

A manipulação dos controladores que sequestraram o planeta chega a cada núcleo de hominídeos obedientes, para os quais, as leis devem ser cumpridas, as injeções venenosas devem ser aceitas, como renunciar ao ar puro, alimento essencial à saúde. Se um gordinho, um carequinha, um vaidoso, um corrupto desde o berço, um bêbado, um facilitador do narcotráfico, um militante ideológico “progressista” assassino é exposto à execração pública numa página perdida entre no cipoal da comunicação eletrônica, logo, os assuntos proibitivos são isolados por um super computador e o autor é punido.

“Oh, tempos! Oh, costumes!” é o pensamento que me assalta enquanto navego nestes mares tempestuosos, lembrando um dos discursos do cônsul.


Até quando, ó Catilina, abusarás da nossa paciência?

Por quanto tempo ainda hás de zombar de nós com essa tua loucura?

A que extremos se hás de precipitar a tua audácia sem freio?

(…)

Não sentes que os teus planos estão visíveis para todos?

Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem?

Quem, dentre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, em que local estiveste, a quem convocaste, que deliberações foram as tuas?

Oh tempos, oh costumes!

O Senado tem conhecimento destes fatos, o cônsul tem-nos diante dos olhos; todavia, este homem continua vivo!

Vivo?!

— Marco Túlio Cicero | Senado Romano

Sigo no meu quintal Brasil, caraminholando sobre este planeta empastelado, no qual as Catilinárias alumiam os cantos obscuros de uma história que pouca gente conhece como exemplo de ações improdutivas, destrutivas, ignorando que todos somos parte de um mesmo ambiente, que não estamos separados, que somos formas de vida com aspecto único e diferenciado, interdependentes, buscando evoluir em essência. Mas… “na prática a teoria é outra”, como dizia Joelmir Betting. Tocar fogo em Roma ou criar guerras e crises, envenenar os alimentos, solos e cursos d’água parece ser a escolha dos poderosos semeadores da morte.

Os assassinatos de regentes ou de políticos influentes estão registrados desde antes da passagem de Cristo entre os humanos

Julio César, imperador romano, foi cercado por um grupo de senadores e morto a punhaladas. No ato reconheceu seu próprio filho entre os sicários e disse: “Até tu, Brutus, meu filho?”

Shakespeare dramatizou o regicídio em Hamlet, o rei da Dinamarca, envenenado por seu próprio irmão, Claudio, que tomou o trono e se casou com a rainha. Quando Cabral “descobria” o Brasil, nascia na história a Inglaterra, aquela que seria a segunda consorte do rei Henrique VIII. O rei mandou cortar a cabeça de Ana… Um ato repetitivo na saga daquele que foi considerado “o pior rei” daquela ilha nebulosa…

Na história da Rússia, em 1918, o todo poderoso bolchevique Lenin ordenou o fuzilamento de todos os membros da família Romanov. O imperador Nicolau II, esposa, filhos e criados foram crivados de balas na casa que ocupavam na condição de exilados. A fortuna da família, calculada em bilhões de dólares, sumiu, evaporou… Em 1940, Stalin, sucessor de Lenin, depois de mandar executar todos os bolcheviques críticos do seu poder, preparou Ramón Mercader, um ativista do comunismo na Revolução Espanhola, para assassinar Leon Trotsky, exilado no México.

Os magnicídios são descritos como rotina nas páginas das histórias de nações asiáticas, europeias e americanas parecem esquecidos:
Abraham Lincoln recebeu um tiro na cabeça disparado por um segregacionista, dentro de um teatro, em 1865. Em 1881 foi a vez oo presidente James Garfield ser vitimado por dois tiros; 1901, o anarquista Leon Czolgosz disparou contra o presidente McKinley, que morreu alguns dias depois. Em 1914 o assassinato do arquiduque da Áustria, Francisco Fernando, um dos principais gatilhos para o início da Primeira Guerra Mundial.

Em dias mais recentes, na história das Américas, os registros são abundantes: o assassinato de John F. Kennedy em 1963; Kennedy e seu irmão Robert, (assassinado em 1968) atacavam as máfias do narcotráfico, a discriminação racial e os interesses do complexo industrial militar. Até hoje existem mistérios sobre os mandantes e motivações dos executores.

Créditos da Imagem | Reprodução

No mesmo ano, 1968, foi abatido Martin Luther King, pacifista e contrário às leis de segregação racial. Outros presidentes dos EUA sofreram atentados contra a vida: Andrew Jackson, em 1835; Theodore Roosevelt, em 1912; Roosevelt, em 1945; Truman, em 1950; Nixon, em 1974; Gerald Ford em 1975; Carter em 1979 e Ronald Reagan em 1981, mesmo ano em que Anwar el Sadat mais cinco convidados estrangeiros, era assassinados no Cairo durante um desfile militar.

Em 1984, Indira Ghandi foi assassinada por um guarda costas enquanto meditava passeando nos jardins de sua casa em Nova Delhi.

É bom lembrar o assassinato do Primeiro-Ministro de Israel, Yitzhak Rabin, em 1995, quando estava prestes a anunciar um acordo com a Autoridade Palestina para acabar com a guerra. Um “lobo solitário” israelita era contrário. A segurança do Primeiro Ministro falhou. As investigações, quase sempre concluem pela autoria de “lobos solitários”, sem esclarecer a logística, os motivos ou os mandantes reais. Um fato que fica claro é que os procedimentos dos assassinos parecem copiados uns dos outros.

Discorrer sobre tais fatos no contexto brasileiro inserido no planeta é como estar diante de um espelho. Aqui se repetem e se copiam os procedimentos mais escabrosos que têm configurado a história de todas as nações que, aparentemente (?) inspiram os pensadores, os teóricos crentes da Inteligência Divina, os contrários e os duvidosos. Inspiram a continuidade das guerras o que é diferente de buscar a harmonia e paz entre os diferentes para uma construção produtiva.O saber científico já tem a posse de todos os meios para superar todas as crises e inaugurar uma era de harmonia para o bem comum.

Até os vulgares, os cidadãos produtivos, os que pensam e observam o caminho dos humanos periféricos, os que se debruçam sobre o produto do trabalho cultural, atinam para o fato de que a gangorra, a queda de braço, o impedimento, é resultante das mentes que, nos postos de poder perseguem mais poder a qualquer custo, poder de mando, poder econômico, poder político, poder acima na pirâmide hierárquica das relações sociais. No final, queira ou não queira, o burro vai à feira.

As obrigatórias formas de abastecimento na feira virtual otimizaram as formas de manipulação dos que decidem sobre cada coisa na hora o pega pra capar. As armas para o assassinato ganharam em sofisticação e a maioria dos juízes, em seus tribunais, agem como mensageiros do diabo espalhando o terror das prisões, proibindo a liberdade de pensamento que desafie a lógica irracional, a ausência de ética e destruição dos fundamentos culturais de todas as nações.

Neste pedaço do planeta denominado Brasil, malgrado os assassinatos de personalidades sigam os requintados parâmetros internacionais com aval dos justiceiros supremos, parecia estar-se erguendo uma resistência ainda dispersa em grupos defensores do conservadorismo, desconfiados uns dos outros, alguns cantando de galo como únicos donos da verdade. Grupos que peça coragem de seus integrantes foram estigmatizados e proibidos de falar. Até as opiniões do Presidente da República foram censuradas, “conteúdo incompatível com as nossas políticas”, dizem as plataformas da internet… e dia a dia somam-se novas judicializações dos conteúdos opinativos, por iniciativa dos êmulos do “grande irmão”.

Como enlaçar e dar continuidade à distribuição do saber multicultural que distingue e caracteriza as ações dos na mesma direção de defesa da vida, das liberdades fundamentais e da fé? Como concentrar a ação na mesma direção do que interessa às famílias que povoam o território nacional e o mesmo planeta? Como ultrapassar as barreiras de drones, vacinas, alimentos envenenados, assassinatos de reputação e assassinatos físicos engendrados pelos asseclas do estado subterrâneo ? Como subsistir em sã consciência no ambiente das negociatas econômicas e políticas, internacionalizado para implantar os elementos de subversão e destruição cultural dos fundamentos religiosos e morais, valores e ética que emolduram as virtudes que tantos pensadores católicos ou não coincidiram em apontar como caminho para a evolução da alma humana?

Platão: Temperança, Justiça, Fortaleza e Prudência.

Paulo, (Corintos, 1. 13): Fé, esperança e amor.

São Tomaz de Aquino: “das quatro virtudes cardeais, a Prudência é a que deve reger as outras três, Temperança, Coragem e Justiça”.

Apoteose de Santo Tomás de Aquino | FASBAM

Na Ordem DeMolay, que dizem ser o “caminho da vida dos maçons”, encontramos a crença em Deus, o Amor filial, cortesia, companheirismo, fidelidade, pureza e patriotismo.

Seria virtuoso um mundo sem fronteiras, mas isto parece que só terá existência com a implantação das torres de 5G e o chip microscópico implantado através de vacinas e outras técnicas (secretas), ativadas para lograr o controle mental e submissão total dos povos em futuro próximo. É o que parece. Ondas eletromagnéticas e minúsculos drones guiados para a exata localização individual por GPS, são cogitados como armas para os executores de assassinatos à distância. Isso já está sendo praticado, segundo notícias recentes.

Os humanos, hoje embevecidos, hipnotizados, dependentes dessa comunicação virtual que proporciona prazeres, lágrimas, estresse, informação em tempo real, confusão mental… Temem que possa ser paralisada a qualquer instante impedindo as vítimas de saber que o plano com a arma biológica é de fato reduzir radicalmente a população do planeta. Temem ficar sem saber o que fazer, porque toda notícia é gerada e disponibilizada na “nuvem”. A resistência para salvar os vacinados dos efeitos nocivos é que já surgem estudos que indicam o efeito de tratamentos alternativos, como o chá de agulhas de pinheiro e até uma injeção com propriedades para fortalecer e limpar o organismo das sujeiras vacinais.

Enquanto isso as pessoas estão empenhadas em manter a saúde, usando máscaras, consumindo o álcool gel e lotando ônibus e metrôs, (incoerente, incongruente…?) Pelo visto as barreiras sanitárias para a frequência em empresas e transportes aéreos, com a exigência do tal passaporte sanitário terão vida prolongada, impedindo acesso a certas empresas e fronteiras internacionais sem o teste negativo.

Créditos da Imagem | CNAPP

No plano político os EUA que costumavam ser o farol das liberdades, se distanciam a cada dia dos propósitos determinados pelos “Pais Fundadores”, se distancia dos fundamentos cristãos e da livre iniciativa, se distancia do respeito aos valores, virtudes acima citadas, colecionando problemas que afetam o relacionamento oficial entre as nações. O progressismo comunista intenta celebrar o funeral da democracia norte americana.

E no Brasil? O que se pode dizer sem bola de cristal é que os mesmos riscos existem. Os Catilina estão em plena atividade e com poder de decisão que atinge o jornalista e o político esclarecido, até o Presidente, impedindo a vida profissional e as liberdades consideradas “antidemocráticas”, num ambiente em que prevalece a “novilíngua” prenunciado na novela “1984” de George Orwell. Como não podemos dar nome aos bois temos de escolher conscientemente os caminhos a seguir neste cipoal.

As corporações de alta tecnologia estão se preparando. Os governantes dos EUA, China, Coréia do Sul, Índia, Japão, Israel… Estão afiando as armas. Embora as testemunhas dos magnicídios tenham sido devidamente eliminadas, os “lobos solitários”, que nem o Adelio Bispo, estão disponíveis para cumprir ordens emanadas e financiadas por mentes sombrias, comprometidas com a corrupção privilegiada por banqueiros, narcotraficantes, e outros criminosos viciados em conspirações, atuando nas instituições dos estados nacionais. A tal justiça progressista (comunista) sem moral e sem compostura está a postos para acobertar o que interesse aos que deveriam ser investigados.

O crime organizado floresce como erva daninha por baixo da lavoura denominada estado, fundado para defender o bem comum, mas tomado de assalto pelas corporações que o dominam e fomentam sua destruição e têm, passo a passo na história, eliminado as pedras do caminho, pedras da vontade de estadistas ou de nações que contrariam seus interesses na rota do poder total.

Somente a força da fé pode encaminhar os atos virtuosos para vencer os Catalina que abusam da nossa paciência nesta guerra total pela manutenção da vida.

Referências

David Talbot, Irmãos: a história por trás do assassinato dos Kennedy Editora Benvirá, 2013;

Yoram Peri, The assassination of Yitzhak Rabin, Editora ‏ : ‎ Stanford University Press; 1ª edição 1 agosto 2000;

K. Ragothaman, The assassinations of Indira and Rajiv Gandhi, Editora ‏ : ‎ Stanford University Press; 1ª edição 1 agosto 2000;

Janvier T. Chando, El asesinato de Anwar el Sadat, Editora ‏ ‎ Tisi Books, 2019;

Garry Allen e Larry Abraham, Politica ideologia e conspirações, Faro Editorial, 2017;

Cristina Martín Jiménez, Os Donos do Mundo, Vide Editorial, 2020.


O hábito de tudo tolerar pode ser a causa de muitos erros e de muitos perigos

— Cícero

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