Importante autor da Patrística e um dos primeiros filósofos cristãos, São Justino foi condenado à morte após derrotar colegas pagãos em disputas
Hoje é dia de São Justino, filósofo e mártir.
Nascido na região da Samaria, Justino viveu no século II e cresceu nutrindo-se de filosofia. Estudou os mestres gregos, aprofundando-se sobretudo nos pensamentos estoico, pitagórico, aristotélico e neoplatônico, sempre buscando a Verdade.
Adulto, insatisfeito com as respostas dadas pelas várias correntes filosóficas, retirou-se ao deserto, em uma região à beira-mar, para meditar. Lá conheceu um ancião que nenhuma filosofia seria capaz de satisfazer o espirito humano, pois a razão sozinha insuficiente para garantir a plena posse da verdade sem o auxílio de Deus. Foi assim que Justino conheceu Cristo e a Verdade, convertendo-se aos 30 anos, por volta do ano 130.
Mais tarde, Justino mudou-se para Roma, onde fundou uma escola filosófica, na qual propagava o cristianismo para os alunos pagãos. Nessa época ele escreveu sua Apologias, em que se vale de sua habilidade dialética em defesa dos cristãos perseguidos, e seu Diálogo com Trifão, em que o filósofo expõe o embate entre as filosofias gregas e o cristianismo, e entre o judaísmo e o cristianismo.
Em sua escola, Justino começou a promover disputas contra outros filósofos pagãos. Um deles, chamado Crescêncio, denunciou-o às autoridades romanas. Foi julgado e condenado à decapitação junto com outros seis companheiros. Era o ano de 165.
São Justino foi um dos primeiros intelectuais que se valeu de sua bagagem filosófica para conjugar fé e razão na defesa de Cristo nos tempos de uma Igreja ainda incipiente e ameaçada de extinção pelas forças temporais.
São Justino, rogai por nós!
Epitáfio a São Justino
Por metade da vida São Justino
sempre estudou em busca da Verdade,
que só encontrou, qual fato cristalino,
na razão junto à fé e à piedade.
Assim, com novo espírito, e genuíno,
razão e fé pregou à sociedade,
e por Cristo morrer foi seu destino:
pelo martírio alçou a Eternidade.
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