DOSE DE FÉ | Justino

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Importante autor da Patrística e um dos primeiros filósofos cristãos, São Justino foi condenado à morte após derrotar colegas pagãos em disputas

Hoje é dia de São Justino, filósofo e mártir.

Nascido na região da Samaria, Justino viveu no século II e cresceu nutrindo-se de filosofia. Estudou os mestres gregos, aprofundando-se sobretudo nos pensamentos estoico, pitagórico, aristotélico e neoplatônico, sempre buscando a Verdade.

Adulto, insatisfeito com as respostas dadas pelas várias correntes filosóficas, retirou-se ao deserto, em uma região à beira-mar, para meditar. Lá conheceu um ancião que nenhuma filosofia seria capaz de satisfazer o espirito humano, pois a razão sozinha insuficiente para garantir a plena posse da verdade sem o auxílio de Deus. Foi assim que Justino conheceu Cristo e a Verdade, convertendo-se aos 30 anos, por volta do ano 130.

Mais tarde, Justino mudou-se para Roma, onde fundou uma escola filosófica, na qual propagava o cristianismo para os alunos pagãos. Nessa época ele escreveu sua Apologias, em que se vale de sua habilidade dialética em defesa dos cristãos perseguidos, e seu Diálogo com Trifão, em que o filósofo expõe o embate entre as filosofias gregas e o cristianismo, e entre o judaísmo e o cristianismo.  

Em sua escola, Justino começou a promover disputas contra outros filósofos pagãos. Um deles, chamado Crescêncio, denunciou-o às autoridades romanas. Foi julgado e condenado à decapitação junto com outros seis companheiros. Era o ano de 165.

São Justino foi um dos primeiros intelectuais que se valeu de sua bagagem filosófica para conjugar fé e razão na defesa de Cristo nos tempos de uma Igreja ainda incipiente e ameaçada de extinção pelas forças temporais.

São Justino, rogai por nós!

 

Epitáfio a São Justino

 

Por metade da vida São Justino

sempre estudou em busca da Verdade,

que só encontrou, qual fato cristalino,

na razão junto à fé e à piedade.

Assim, com novo espírito, e genuíno,

razão e fé pregou à sociedade,

e por Cristo morrer foi seu destino:

pelo martírio alçou a Eternidade.


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