VITOR MARCOLIN | O Hamas quer rapaz

Vitor Marcolin
Vitor Marcolin
Ganhador do Prêmio de Incentivo à Publicação Literária -- Antologia 200 Anos de Independência (2022). Nesta coluna, caro leitor, você encontrará contos, crônicas, resenhas e ensaios sobre as minhas leituras da vida e de alguns livros. Escrevo sobre literatura, crítica literária, história e filosofia. Decidi, a fim de me diferenciar das outras colunas que pululam pelos rincões da Internet, ser sincero a ponto de escrever com o coração na mão. Acredito que a responsabilidade do Eu Substancial diante de Deus seja o norte do escritor sincero. Fiz desta realidade uma meta de vida. Convido-o a me acompanhar, sigamos juntos.

Tratamento diferenciado

Um colega de redação, jornalista com décadas de experiência acumuladas, falava sobre o famigerado grupo terrorista islâmico. E eu só de ouvidos. O colega havia escrito uma contundente crítica contra os terroristas, e publicado o artigo na revista na qual trabalhamos (não é a Esmeril, mas é da mesma coragem) — crítica louvável, e eu explico. Não posso afirmar, convictamente, se as coisas são assim, assadas, cozidas, fritas ou passadas na manteiga; mas posso afirmar como a comida me parece: se é palatável ou insípida. Quis dizer que a forma como a grande mídia explica o modus operandi dos assassinos de bebês, velhinhos e moças recém-defloradas é podre.

Não importa o quão imoral e cruel seja o comportamento do Hamas e de todos os outros grupos terroristas da estirpe de Caim, como Boko Haram, Al-Qaeda, Talibã, Farc ou Estado Islâmico, desde que representem uma formidável ameaça ao Ocidente podem gozar da complacência humanitária dos iluminados influenciadores da opinião pública. Como eu disse, é insosso, não presta.

No artigo do colega, ele dissera o que a grande mídia caga-se de medo de dizer: a verdade. O Hamas insulta, rouba, agride, espanca, estupra e mata. Sem esboçar um pingo de remorso, aqueles canalhas lançam bombas sobre civis como se estes fossem baratas desorientadas saídas de qualquer boca-de-lobo de uma rua incógnita. Mas são inimigos dos Estados Unidos e da União Europeia, e isto basta para se livrarem da condenação curta e grossa da mídia.

Na Faixa de Gaza — que está para Israel o que a Favela de Paraisópolis está para o bairro paulistano do Morumbi —, os terroristas, cuja crueldade beira o inimaginável, destroem qualquer possibilidade de infraestrutura, de oferta de serviços e de ordem pública. E quem paga é o civil, refém do ódio insano que o radical islâmico nutre contra os judeus, os cristãos e quaisquer outros que se neguem a tomar o partido da religião-porrada. Os civis, aliás, recebem a conta-gotas das mãos do Hamas as provisões que as malvadas potências ocidentais enviam em abundância para a Faixa de Gaza.

Tenho de sair agora, e acho que não terei tempo para justificar o título da coluna de hoje. Por que “rapaz”? Acho que o colega jornalista falava algo como “o Hamas não quer a paz” e, com inteligência e bom humor, tentava fazer trocadilhos. Mas não porque zombava. Não. É que o assunto é pesado, e alguns temas exigem tratamento diferenciado. Enfim.

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