SANQUIXOTENE DE LA PANÇA | Zagallo de Reis [tem 13 letras]

Paulo Sanchotene
Paulo Sanchotene
Paulo Roberto Tellechea Sanchotene é mestre em Direito pela UFRGS e possui um M.A. em Política pela Catholic University of America. Escreveu e apresentou trabalhos no Brasil e no exterior, sobre os pensamentos de Eric Voegelin, Russell Kirk, e Platão, sobre a história política americana, e sobre direito internacional. É casado e pai de dois filhos. Atualmente, mora no interior do Rio Grande do Sul, na fronteira entre a civilização e a Argentina, onde administra a estância da família (Santo Antônio da Askatasuna).

A “estrela solitária te conduz”


Revelou-se no sábado, 06.01, que os Reis Magos e os presentes, em verdade, eram quatro. A coluna de hoje conta essa história.


A história dos Reis Magos é bastante conhecida. Essa se desenvolveu a partir dos relatos feitos em Mateus 2:1-12.

¹ E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém,
² Dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo.

⁵ E eles lhe disseram: Em Belém de Judéia; porque assim está escrito pelo profeta:
⁶ E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo Israel.

¹⁰ E, vendo eles a estrela, regoziram-se muito com grande alegria.
¹¹ E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra.

Com o tempo, a história foi ganhando corpo. Novos detalhes surgiram. Definiram-se os reis magos, por exemplo. Eles seriam três, como os presentes; e são conhecidos pelos nomes de Melquior, Gaspar, e Baltasar.

No entanto, faz-se agora necessário atualizar o relato. A famosa história, em verdade, ocorreu como a descrevo abaixo.


“E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe…”

Então, o primeiro a aproximar-se foi o velho entre eles que, ajoelhado, apresentou-se:

– Sou Melchior da Pérsia e trago ouro como presente; simbolizando realeza.

Seguido foi por um homem de meia-idade e de pele escura, que, prostrado, falou:

Sou Baltasar da Arábia e trago mirra; símbolo de humanidade.

Logo, juntou-se o jovem que, assumindo a posição dos outros, disse:

Sou Gaspar da Pérsia e trago incenso; representando divindade.

A história, todavia, não encerra aqui. Havia um quarto rei mago no grupo que trazia consigo um quarto presente.

O último rei, de pele escura como a de Baltazar, emulando os demais, entregou à Santa Família seu regalo informando:

– Sou Edison do Brasil e deixo-vos este Lobo; representação de lealdade, comunidade, liderança, e glória.


Foi assim que aos seis de janeiro de 2024, Dia de Reis, Cristo recebeu de Pelé em Seu Reino a Mario Jorge Lobo Zagallo [09.08.1931 – 06.01.2024].

Amém.


P.S.: Após a conclusão da coluna, eis que falece um outro gigante: Franz Anton Beckenbauer [11.09.1945 – 07.01.2024].

Beckenbauer, zagueiro do Bayern de Munique e da seleção alemã, capitão da Alemanha campeã do mundo em 1974, foi a segunda pessoa a conquistar o mundial de seleções como jogador e como treinador (foi técnico da Alemanha no título de 1990).

A primeira foi Zagallo.

[Aliás, Zagallo, atacante do Botafogo, foi campeão mundial quatro vezes com o Brasil: em 1958 e 1962, como jogador; em 1970, como técnico; e em 1994, como assistente técnico.]

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