Paulo SanchotenePaulo Roberto Tellechea Sanchotene é mestre em Direito pela UFRGS e possui um M.A. em Política pela Catholic University of America. Escreveu e apresentou trabalhos no Brasil e no exterior, sobre os pensamentos de Eric Voegelin, Russell Kirk, e Platão, sobre a história política americana, e sobre direito internacional. É casado e pai de dois filhos. Atualmente, mora no interior do Rio Grande do Sul, na fronteira entre a civilização e a Argentina, onde administra a estância da família (Santo Antônio da Askatasuna).
Há que ser muito fanático por futebol pra associar a crise moral, política e cultural por que passamos, com a porra do futebol.
Penso existamente o contrário. Jesus ensinou-nos: “buscai primeiro o reino de Deus, a sua justiça e as demais coisas vos serão acrescentadas”.
Temos que enfrentar a crise cultural com livros, papel, lápis, com arte, com filosofia, e não com bola. Não é o “complexo de vira-latas”. Que nos faz perder um bosta de campeonato, é, ao contrário, um profundo complexo de superioridade, é o fato de acreditarmos em idiotices como “camisa pesada”, que talento supera disciplina, e de termos essa cultura de confiarmos atividades que exigem competências a amiguinhos, como sempre fez Tite e que Parreira tentou fazer em 1994 com Romário.
Futebol não vai nos redimir, tampouco mudar nossa sociedade para melhor. Ao contrário, uma sociedade mais culta, mais forte economicamente é que pode organizar um futebol melhor.
Muito bom e acertivo o seu comentário Paulo. Parabéns.
Quanto ao teu primeiro parágrafo, lamento por enxergares assim. Contudo, depois, te engajas no debate trazendo bons argumentos. Sinceramente, não sei se te xingo ou te agradeço!
Eu não vejo a mínima contradição entre “livros, papel, lápis, arte, filosofia” e “bola”. Para mim, estão interligados. É impossível negar o ímpeto humano ao jogo, à brincadeira, à encenação. A diferença está em como encaramos estas atividades, e a chave para isso tu mesmo deste.
Na relação entre futebol e cultura, quem carrega quem não me parece muito importante. São recortes de uma mesma sociedade. Carecemos de paradigmas de excelência. O futebol provém um. Quando nem o futebol faz isso, temos um problema.
A exaltação infundada é tão grave quanto o “Complexo de Vira-Lata”. Não basta achar-se bom. Tem que saber porquê. Esse é justamente o ponto.
Me decidi! Muito obrigado pelos comentários.
Um abraço.