SANQUIXOTENE DE LA PANÇA | Inteligência Artificial

Paulo Sanchotene
Paulo Sanchotene
Paulo Roberto Tellechea Sanchotene é mestre em Direito pela UFRGS e possui um M.A. em Política pela Catholic University of America. Escreveu e apresentou trabalhos no Brasil e no exterior, sobre os pensamentos de Eric Voegelin, Russell Kirk, e Platão, sobre a história política americana, e sobre direito internacional. É casado e pai de dois filhos. Atualmente, mora no interior do Rio Grande do Sul, na fronteira entre a civilização e a Argentina, onde administra a estância da família (Santo Antônio da Askatasuna).

O Exterminador do Futuro


Os avanços recentes nas inteligências artificiais têm exacerbado sentimentos e opiniões. Porém, não há nada novo. Ao menos, isso ajuda a iluminar a verdadeira questão…


Num grupo de Zap, recebo a seguinte notícia: Criador do ChatGPT teme que a humanidade seja destruída por uma inteligência artificial avançada. O título fala por si.

Nada de novo no mundo da ficção-científica. Esse medo é antigo.

A matéria traz à tona o que chamo de “temor tecnocrata”. Tal temor é igualzinho ao “sonho tecnocrata”. A raiz de ambos é a mesma.

A diferença entre o temor e o sonho é que nesse tudo é perfeito; naquele dá tudo errado. Porém, em ambos, a humanidade é governada por I.A. (Inteligência Artificial).

Contudo, te afirmo: fica seguro. Ambos são impossíveis. Não ocorrerá nenhum dos dois. Ao menos, não na dimensão que os tecnocratas imaginam. 

Mas, então, se são ilusão, por que esse medo e esse sonho?

Caro leitor, obrigado pela pergunta.

Nós passamos os últimos séculos querendo ser iguais a máquinas. Só que, em ser máquina, as máquinas são melhores que nós.

Com avanço da tecnologia, estamos percebendo isso cada vez mais. Alguns vêem nisso a panacéia; outros, o inferno. Ambos estão errados.

No fundo, em essência, nada mudou. Nisso, o nosso tempo não é diferente daquele de quem viveu noutras épocas.

O desafio de hoje segue o mesmo de outrora: sermos mais humanos.

Temos que abandonar essa inclinação a sermos máquinas. Só que ser humano é mais difícil que ser máquina. Esse é o verdadeiro dilema.

Claro, ainda há outro problema que não mencionei.

A principal reação à tentativa de nos tornarmos máquina tem sido querer transformar-nos em qualquer coisa. Nesse caso, o remédio é igual ou até pior que a doença.

Mutatis mutandis, a solução para esse problema é idêntica à outra [ao menos isso!]: recuperar a humanidade perdida.

Nesse ponto, ser liberal ou conservador, ser de Direita ou de Esquerda, isso pouco importa. O que interessa mesmo é o objetivo. Se for comum, o meio se ajeita.

Afinal, ser humano é justamente descobrir o que é ser humano.

2 COMENTÁRIOS

    • Obrigado, Rubens. É por aí. Inclusive no plural (Quem somos? De onde viemos? Para onde iremos?); além das questões sobre o Bom, o Belo, o Justo, e o Verdadeiro.

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