“(…) A razão de publicar este texto é justamente um convite para que aqueles conhecedores do assunto possam me explicar [os argumentos no debate público]
Eu não tenho opinião alguma sobre como enfrentar a pandemia, para ser sincero. Saúde não é a minha área de formação. Contudo, política é; e estamos tentando determinar políticas públicas. Portanto, é meu dever procurar entender algo do que se passa.
Para tal entendimento, argumentos de autoridade são válidos. Contudo, são insuficientes. Creio ser sempre de bom alvitre manter uma confiança desconfiada em relação às autoridades. Faz sentido?
Agora, nunca pretendi ensinar padre a rezar missa. Todavia, é salutar para qualquer fiel manter um senso próprio de limite sobre a liturgia. Padres são autoridade, mas são humanos. Eles também erram.
Isso vale para qualquer autoridade; não só as eclesiásticas. Noutras palavras, como leigo, posso até não saber o que se deve fazer, mas posso argumentar sobre o que NÃO se deve fazer, caso a ação fuja do meu senso comum. Num regime democrático e republicano, isso se chama “freios-e-contrapesos”.
Se minha leiga opinião estiver equivocada, aí devo corrigir tal senso comum. É sobre isso que este texto se trata.
Consideremos aqui que as vacinas contra covide sejam de fato imunizantes. Essa discussão não me interessa. Eu, particularmente, sou vacinado, inclusive. Ademais, os dados parecem apontar para uma resposta positiva – ainda que possa haver graus diferentes de eficácia.
As perguntas que faço aqui são sobre dúvidas de outra natureza. Há argumentos no debate público corrente que fogem da minha capacidade de compreensão. A razão de publicar este texto é justamente um convite para que aqueles conhecedores do assunto possam me explicá-los.
As questões abaixo são as que me incomodam mais no momento. Deve haver outras; e imagino que as respostas devam suscitar novas. Se for necessário, publico uma continuação.
I. Argumenta-se que uma pessoa tendo contraído o coronavírus teria seguramente menos imunidade que aquela vacinada (independentemente da vacina, inclusive). Eu não entendo esse argumento. De aí, minha pergunta:
– O que faria a pessoa tendo contraído o coronavírus ter seguramente menos imunidade que outra vacinada contra covide?
II. Que a pessoa infectada por uma variante de um vírus pode não ter imunidade contra uma outra variante, isso me parece normal. Não há por que haver qualquer polêmica quanto a isso. Contudo, tal fato traz novas perguntas:
a. Por que as mutações do coronavírus não afetariam a capacidade de imunização das vacinas?
b. Se afetam, qual a vantagem que se tem em receber doses de reforço?
III. Uma “aprovação para uso em caráter emergencial” significa que se autoriza passar da Fase 2 diretamente para a Fase 4 de testes. De tal fato, surge mais uma pergunta:
– Qual a importância da Fase 3 para as vacinas autorizadas?
IV. Dados apontam que a faixa etária aprovada recentemente pela Anvisa para receber as vacinas em caráter emergencial tem uma resposta imunológica naturalmente eficaz contra o vírus. Sendo esse o caso, uma nova questão emerge:
– O que justifica a necessidade emergencial de vacinar tal faixa etária?
V. Afirma-se que uma pessoa vacinada pode tanto contrair quanto transmitir a doença.
– É fato isso, que uma pessoa vacinada pode tanto contrair quanto transmitir a doença?
VI. Se for fato, e considerando que as crianças já têm uma resposta imunológica naturalmente eficaz contra o vírus:
a. qual vantagem traria para uma política pública de enfrentamento à pandemia a vacinação infantil?
b. Havendo vantagem, como essa justifica a realização da vacinação em caráter emergencial?
VII. Sendo fato que as vacinas não impedem a transmissão e a infecção, é necessário perguntar-se:
– Quais os benefícios que passaportes vacinais trazem para uma política pública de enfrentamento à pandemia?
VIII. Por fim, o coronavírus me parece ter semelhanças com o influenza. Assim, diferentemente de outras doenças, mas da mesma forma que a gripe, o covide NÃO seria erradicável.
a. Se não será erradicado o covide, qual a necessidade real de se vacinar a todos, rápida e constantemente?
b. Tal necessidade atualmente justifica a emergência da vacinação?
c. Se tratando de uma política emergencial, é possível fazer cálculos de custo-benefício?
d. Sendo possível, eles podem ser separados por faixa etária e condições de saúde?
e. Tal custo-benefício das medidas emergenciais é igualmente vantajoso para todos os casos, incluindo-se aí inevitáveis efeitos colaterais (ainda que estatisticamente irrisórios)?
Estou totalmente aberto às hipóteses tanto de que todas as medidas propostas sejam boas, justas, e necessárias quanto que sejam absolutamente absurdas. Como já disse, não tenho opinião formada.
Para passar a defender abertamente as medidas ou atacá-las, seja no todo ou em parte, eu precisaria que as perguntas acima sejam respondidas. Se já foram, basta me apontar o caminho.
Se houver erros nas minhas premissas, essas também devem ser apontadas. Afinal, as perguntas que faço as têm como pressupostos.
Desde já agradeço pela atenção dos leitores e pelos esforços em me ajudar nesta empreitada.
Esse conteúdo é exclusivo para assinantes da Revista Esmeril.
Pelo o que estou acompanhando e também buscando respostas sobre essa crise e sobre como as pessoas estão cada dia mais se deixando escravizar e por falta de um maior interesse em buscar a verdade,no mínimo questionar e buscar outras opiniões que não somente a dos “especialista” da grande mídia, além e principalmente da Agenda 2030, Nova Ordem Mundial o Great Reset programado e em ação
Os questionamentos são válidos, e é preciso estar aberto a todas as respostas. Para aprendermos algo, é preciso confiar primeiro. As contradições surgem naturalmente. É a partir dessas que o desafio começa: como depurar a Verdade?
“Ademais, os dados parecem apontar para uma resposta positiva”
Hauhauahauhauahauahauhajahajua
Grande Paulo, terminei agora de ler
Segue a minha contribuição: https://rumble.com/vgrc5h-alerta-do-dr.-bhakdi-sobre-cogulos-teste-pcr-de-covid-19-abuso-de-poder-e-m.html
Só agora que vi. Perdão pelo atraso. Assisti o vídeo. Dois comentários.
1. A 1ª questão aqui é de evidência empírica. Aparentemente, com a vacinação, reduziu-se a quantidade de hospitalizações e óbitos decorrentes das cepas mais perigosas. Só disse isso. Nada mais.
2. A 2ª questão é sobre algo que o médico falou. Teria ele dito que vacinas para a gripe são inúteis? O José Anselmo levantara essa hipótese no comentário dele. O médico não deixa isso claro, mas se entendi bem só faltou confirmar isso. Estranho, não?
Nota do autor: a citação no fim do texto atribuída a Aristóteles foi uma inclusão posterior do revisor.
A estupidez alimentada pela desinformação parece não ter limites. A última vacina que recebi, obrigatoriamente, foi nos anos 60, preventiva de febre amarela. Do que lembro, todos os familiares recebiam as tais vacinas contra as gripes sazonais e acabavam (nem todos), gripados… Desde os anos 80 a multiplicação de vacinas indicadas para novas enfermidades tem sido ascendente, tanto quanto os recursos públicos empenhados para o combate aos virus, que persistem como as formigas, os mosquitos, ou o bicho de pé…
Milhares de médicos, virologistas, pesquisadores em todo o planeta têm apontado a estupidez da intensa propaganda e censura aplicada em todos os meios de informação aos que comprovam que políticas transnacionais insensatas obrigam os estados à submissão que conduz aos campos do totalitarismo, para contribuir com o genocídio programado… O mais, a gente sabe. Mas pensar, associar evidências documentadas, parece ser exercício de poucas cabeças.
Tá foda mesmo. Eu sempre fui um cara muito otimista, mas ultimamente não vejo luz no fim do túnel.
A atualização feita foi para incluir o penúltimo parágrafo – sobre as premissas.