MURALHA DE LIVROS | Olavo de Carvalho, Black November e Natal à vista

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Esta edição da Muralha chega com um anúncio importante: começou na última quarta-feira, e vai até o dia 30 deste mês, nosso Black November, com promoções que chegam a mais de 70% de desconto. Acesse a Livraria da Bruna Torlay e aproveite nossas ofertas!

Entre as novidades da semana, mais um lançamento do grande filósofo e professor que nos deixou há quase dois anos; um novo selo com obras de análise política suscinta e objetiva, e que já chega com dois importantes e necessários lançamentos; e uma obra sobre a história da reação conservadora diante do aparelhamento do direito pela esquerda. Ainda, duas belas obras infantis para, já em clima de Natal, aquecer o coração dos pequeninos.

Confira os lançamentos abaixo, e um excelente final de semana!

Destaques

O primeiro destaque é um lançamento da Vide, A felicidade geral da nação, de Olavo de Carvalho. Sexto volume da coleção O Que Restou do Imbecil, o livro reúne os textos que Olavo publicou na imprensa em 2003, primeiro ano do governo Lula no poder, em que tiveram início as articulações que, pouco tempo depois, estourariam nos escândalos de corrupção e, na década seguinte, na operação investigativa que levaria um ex-presidente para a prisão. Em seus artigos, o filósofo mostrava as relações entre o comunismo ascendente e o narcotráfico, e a intenção do governo de legalizar as drogas — para a “felicidade geral da nação”. Lembrava sempre que, “para saber o que é o comunismo, é preciso olhá-lo sobretudo como conjunto de ações concretas, que vão desde a formação dos primeiros grupos militantes até à tomada do poder e à instauração da nova sociedade”.

Aquele foi também o ano em que estourou a Guerra do Iraque, e vemos aqui esboçada a atuação das fundações multibilionárias e da revolução islâmica, a atacar os EUA e Israel. Vinte anos depois, vale a pena ver registrada a nossa própria história, a fim de que, compreendendo como as coisas se passaram, compreendamos o estado de coisas atual e o que ainda nos reserva o porvir, lembrando a divisa do autor segundo a qual “muitas coisas que eu escrevi vão ser úteis depois da minha morte”.

Confira a seguir um trecho do artigo, em que Olavo alertava os brasileiros para que não se iludissem com as medidas liberais de Lula – que tão somente seguia o primeiro passo do modus operandi de toda tomada total do poder por parte dos comunistas e revolucionários em geral:

“A classe dos idiotas empresariais, com seus consultores pomposos pagos para ludibriá-los, não consegue conceber a estratégia comunista senão como ruptura ostensiva com o capitalismo internacional e socialização imediata dos meios de produção. Se não veem no horizonte uma coisa nem a outra, acreditam-se a salvo do perigo. Ora, se houve algo que nenhum regime comunista estreante jamais fez foi qualquer dessas duas coisas. Na Rússia, a socialização dos meios de produção só veio 12 anos depois da tomada do poder. Na China, 9 anos. Nesse ínterim, os investidores estrangeiros e seus sócios locais se encheram de dinheiro, acreditando que tudo tinha entrado no rumo da mais linda prosperidade capitalista.

Nenhum governante comunista, quer chegue ao poder por via revolucionária ou eleitoral, é louco de começar por mudanças econômicas radicais que podem pôr tudo a perder. A primeira fase da transição consiste justamente em deixar a economia como está, enquanto se consolida a estrutura do partido e se faz dele a espinha dorsal do Estado. O novo governo já tratou disso, ao anunciar que o PT, em vez dos ministros nomeados, preencherá as vagas na burocracia ministerial. O alcance dessa medida é incalculável, pois coloca o PT no coração do aparato estatal, uma posição que nenhum partido ocupa nas nações democráticas, e faz dele o análogo estrutural do Partido Comunista na ex-URSS ou do Partido Nazista na Alemanha de Hitler. O partido terá aí o poder absoluto, por cima da hierarquia funcional, instituindo o sistema de dupla lealdade, no qual uma carteirinha de militante valerá mais que o cargo nominal. A partidarização da burocracia é o capítulo primeiro e essencial das revoluções, sejam fascistas, nazistas ou comunistas.”

Outro destaque é a estreia da coleção Inteligência Expressa, da Editora PHVox. Apresenta esse novo projeto editorial Paulo Henrique Araújo, editor e fundador do grupo PHVox:

“No mundo atual, repleto de microssegmentação e escassez de tempo, aprofundar-se em tópicos específicos pode ser um desafio para muitos leitores. Nesse contexto, a Editora PHVox orgulhosamente apresenta a coleção Inteligência Expressa, uma lufada de ar fresco no universo da informação.

Esta série oferece uma abordagem direta e assertiva a temas cruciais, como geopolítica, ideologias, movimentos políticos, conflitos históricos e muito mais. Aqui, você terá acesso aos insights de autores renomados em suas respectivas áreas, entregando de forma expressa tudo o que você precisa saber sobre o tópico em questão.”

O primeiro volume da Inteligência Expressa é O Clero do Partido – da KGB à fundação do PT, de Cristian Derosa, que em poucas páginas expõe o histórico de infiltração da esquerda na estrutura eclesiástica da Igreja Católica. Neste contexto, o Derosa mostra como, no Brasil, o Partido dos Trabalhadores surgiu sob influência da hierarquia católica, com o apoio do clero progressista na CNBB. A natureza histórica da Igreja atraiu forças revolucionárias, incluindo toda a infiltração comunista no século XX.

Confira a seguir um trecho da introdução do livro:

“O Brasil, governado há décadas pela estrutura política e social do movimento revolucionário representado pelo Foro de São Paulo, tem no Partido dos Trabalhadores um produto final de um longo desenvolvimento ocorrido no seio da Igreja Católica. Esse processo, que teve em suas fases finais a construção das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), culminou na construção daquilo que o historiador Luís Mir chamou de ‘partido de Deus’, como chamou o PT ao inseri-lo dentro do mesmo processo que originou, em diversos países latinos e europeus, o leque de programas políticos da chamada Democracia Cristã. Essa doutrina política, iniciada no século XIX e abrigada na Doutrina Social da Igreja ao longo do século seguinte, foi profundamente influenciada pelo personalismo de Emmanuel Monier, que foi adaptado para o cristianismo e para a doutrina da Igreja pelo Papa São João Paulo II. Posteriormente, aliada com o modernismo teológico e a doutrina marxista, a Teologia da Libertação apareceu como grande novidade para os países emergentes de tradição católica, sobre os quais pesava o interesse político do bloco soviético. Por coincidência, a Igreja também depositava nessa região a expectativa da manutenção do catolicismo em um mundo cada vez mais secularizado.”

A estreia da Inteligência Expressa conta ainda com um segundo volume, Nazismo: direita ou esquerda?, de Flávio Gordon.  Com acesso a vastas fontes, incluindo diários de colaboradores próximos de Hitler, como Speer e Goebbels, o autor explora estudos e fatos para esclarecer a questão sobre a posição político-ideológica do Nazismo, tão controversa e tão debatida na mídia e nas redes sociais nos últimos tempos.

Confira abaixo um trecho do livro:

“Era justamente o discurso antibolchevique que Hitler julgava interessante proclamar em público, a fim de inflamar o ânimo dos seguidores. Já a sua dívida intelectual para com o socialismo marxista só costumava ser confessada em privado, a amigos e aliados íntimos. ‘Aprendi muito com o marxismo, e não tenho medo de admiti-lo’, ele confessou a Rauschning em certa ocasião. Como escreve o historiador britânico George Watson: ‘Hoje está claro, para além de qualquer dúvida razoável, que Hitler e seus associados viam-se como socialistas, e que outros, incluindo social-democratas, também assim os consideravam. O título nacional-socialismo era tudo menos hipócrita. Até 1945, as evidências eram mais privadas que públicas, o que talvez seja em si mesmo significativo’”.

E temos mais um destaque nesta semana, um lançamento da E.D.A., A ascensão do movimento jurídico conservador, deSteven M. Teles.

A partir dos anos 70, os conservadores aprenderam que vitória eleitoral não se convertia facilmente na reversão de importantes conquistas progressistas, especialmente no direito. Como resultado, os esforços de mobilização do conservadorismo se direcionaram para faculdades de direito, redes profissionais, grupos de interesse público e judicial — áreas tradicionalmente controladas pelos esquerdistas. A partir de documentos internos, assim como de entrevistas com personalidades conservadoras-chave, Steven Teles examina este por vezes irregular, e ainda somente parcialmente bem sucedido, desafio conservador à dominação progressista do direito e das instituições legais americanas.

Ao contrário dos relatos que retratam os conservadores como diabolicamente habilidosos, a obra revela os formidáveis desafios que os conservadores enfrentaram ao competir com o progressismo legal. Steven Teles explora como a mobilização conservadora foi moldada pela profissão jurídica, pelo legado do movimento progressista e pelas dificuldades de combinar oportunidades estratégicas com respostas organizacionais eficazes. Ele explica como fundações e grupos que promovem ideias conservadoras construíram uma rede desenhada para desalojar o liberalismo jurídico das instituições de elite americanas. E ele retrata a realidade, não de uma grande estratégia magistralmente perseguida, mas de indivíduos e empreendedores políticos aprendendo por meio de tentativas e erros.

Para os pequenos: Natal à vista!

Pela Texugo, A história de São Nicolau, de Ulisses Trevisan e Daniel Araújo. O livro conta revela para as crianças a história do grande santo que originou a lenda do Papai Noel, São Nicolau de Mira, eminente Bispo do século IV, conhecido por sua imensa caridade para com os necessitados – sobretudo por, em segredo, dar presentes aos pequenos de Deus.

Padroeiro de inúmeros países da Europa e da Ásia, São Nicolau foi aclamado pelos fiéis como protetor das crianças. Para celebrar sua memória, o verdadeiro presente do Natal, a Texugo oferece às famílias a história ilustrada de São Nicolau, em cuja vida resplandece um profundo amor a Deus.

Pela João e Maria, A lenda do pinheirinho, um conto do folclore português recontado por Lorena Miranda Cutlak e ilustrado por Juliana Iasi. A história remonta à origem da Árvore de Natal, quando do nascimento de Jesus. Na história, todos os seres se enchem de alegria e oferecem presentas ao Menino Deus recém-nascido, menos um pobre e humilde pinheirinho, que, no entanto, recebe dos Anjos do Céu uma recompensa por seu amor a Deus.

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