MURALHA DE LIVROS | Da nossa língua ao trava-línguas

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Destaque

O destaque desta semana é um lançamento da Kírion, Em bom português… reflexões sobre a nossa língua, volume organizado pelo Professor Fernando Pestana.

O livro reúne artigos de 12 especialistas que exploram a riqueza, a beleza e os desafios do idioma que nos une. Com uma abordagem que vai além da rigidez gramatical, a obra mergulha nos caminhos que tornam a língua viva, dinâmica e encantadora.

Dos debates sobre a evolução do idioma às reflexões sobre expressões cotidianas, como o uso de “gratidão” em vez de “obrigado” ou a polêmica em torno de “todos, todas e todes”, este livro é um convite para pensar a língua como um reflexo da nossa individualidade, das nossas relações e até dos nossos sentimentos mais profundos.

Com textos leves, mas profundos, os autores nos guiam por um universo onde a gramática, a tradição vernacular e as potencialidades expressivas se encontram.

Outros lançamentos

Pela Edições Livre, um volume que reúne dois clássicos de Rui Barbosa: O dever do advogado e Oração aos moços.

O dever do advogado (1911) reflete sobre a ética e a moral na advocacia, destacando a importância da integridade, da justiça e do compromisso com a verdade. Escrito com linguagem marcante, o texto apresenta o papel fundamental do advogado na defesa dos direitos e na construção de uma sociedade justa.

No mesmo tom, Oração aos Moços (1921) é um discurso proferido por Rui Barbosa aos formandos da Faculdade de Direito de São Paulo. Com eloquência e profundidade, o autor oferece conselhos sobre a responsabilidade, a moralidade e os desafios da vida pública, inspirando jovens a buscarem a virtude e a excelência em suas trajetórias.

Pela Axia, Bitcoin: tudo dividido por 21 milhões, de Knut Svanholm.

Segundo Jeff Booth, que assina o prefácio,

“Estamos todos acorrentados à seta implacável do tempo. Nascemos, vivemos e envelhecemos. Pelo menos é isso que esperamos que aconteça. Depois morremos.
Nenhum de nós, humanos, é milionário em termos de horas, mas sacrificamos o nosso bem mais valioso e escasso apenas para nos mantermos vivos na roda do hamster mais um dia. Na tentativa de poupar tempo, Satoshi deparou-se com a descoberta de um novo elemento, sem peso e absolutamente escasso. O travão para todo e qualquer ladrão de tempo. Elemento zero. Bitcoin.
O limite de quantidade do Bitcoin é o objetivo imóvel que nos permite a todos tornarmo-nos uma força imparável. Porque a verdade é que o sistema somos nós. Cada uma das nossas ações de escolha, por sua vez, muda o nosso mundo. É assim que as ideias que outrora não conseguíamos entender se tornam realidade. Uma pessoa de cada vez.”

Se você quer entender por que o Bitcoin é mais do que um ativo digital — e sim um divisor de águas na história da humanidade — esta leitura é essencial.

Estreando o selo CA Edições, A Hidra Feminista, de Ana Carolina Campagnolo.

Quem conhece o mito da Hidra de Lerna deve se lembrar cortadas, se regeneravam, o monstro também podia matar apenas com o veneno que exalava de seu corpo. Não à toa, Ana Campagnolo encontrou nessa besta mitológica o símbolo perfeito do movimento feminista: variados eixos de atuação que, mesmo combatidos, se reconfiguram, e aquela retórica venenosa de que falava Margaret Thatcher, capaz de entorpecer ao primeiro contato. As cabeças da hidra feminista são muitas, mas aqui ficamos conhecendo de perto – da parte de quem está há um bom tempo no combate – as quatro principais, que são os quatro eixos de atuação das feministas: o universitário, o militante, o midiático e o parlamentar.

Ana conta tudo que pôde reunir a respeito dessa ameaça quadrifurcada e nos ensina a enxergar e a combater os movimentos essa máquina ideológica sub-reptícia e teimosamente resistente. O livro é um convite ao leitor para que compreenda o adversário e se prepare para uma empreitada hercúlea: resistir ao avanço de uma ideologia que ameaça os valores essenciais da sociedade e a ordem social como um todo.

E pela Texugo, Tesouro Poético da Infância: Trava-Línguas.

Os trava-línguas são um verdadeiro tesouro da infância. Esses jogos de palavras, passados de geração em geração, desafiam a fala, estimulam a criatividade e garantem boas risadas.

A coleção Tesouro Poético da Infância resgata essa tradição com um repertório de trava-línguas ilustrados por Flavio Soares. Além da diversão, esse livro contribui para o desenvolvimento da linguagem, da dicção e do prazer pela leitura.

Perfeito para ler em família, na escola ou em qualquer lugar onde a brincadeira e a aprendizagem caminham juntas.


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