Destaque para obra indicada por Olavo de Carvalho
Esta edição da Muralha, composta por tijolos, começa com a feiura concebida por mentes comunista e termina com a beleza de conto infantil. Entre elas, um dos historiadores mais importantes do Brasil e um dos santos mais importantes da Patrística.
Confira os lançamentos a seguir, e um excelente final de semana!
Destaques
O grande destaque desta semana é uma obra há muito esperada, indicada pelo Professor Olavo de Carvalho: A cidade comunista ideal, publicada pela Vide.
Escrito a doze mãos por um grupo de arquitetos soviéticos composto por A. Baburov, Alexei Gutnov, G. Djumenton, I. Lezava, S. Kharitonova e S. Sadovskij, o livro foi iniciado no final dos anos 1950 pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Moscou e ampliado em 1968, e oferece ao leitor uma análise sobre o planejamento urbano sob a ótica do regime soviético. 1968.
Os autores detalham o projeto de uma cidade “ideal”, traçando ruas, praças e espaços públicos que refletem a lógica comunista de distribuição e controle social. O livro oferece uma visão do que seria a configuração perfeita de uma cidade onde os ideais do Partido Comunista ditam a organização física e social.
A obra traz uma reflexão importante para os dias de hoje: ao observar o planejamento de nossas cidades, em um Ocidente supostamente livre de influências comunistas, será que ainda há vestígios dessas ideias em nossa arquitetura e urbanismo?
Confira a seguir um esboço traçado pelos autores, que ilustra como seriam (e são) as cidades planejadas segundo a mentalidade comunista – desprovidas de beleza e alma:
Outro destaque é um lançamento da Edições Livre: Capítulos de história colonial: 1500 – 1800, de Capistrano de Abreu.
Um dos marcos da historiografia brasileira, a obra, que já se tornou um referencial para o estudo do período colonial, continua a desvendar os complexos processos de formação da nação brasileira.
O autor, um dos grandes historiadores brasileiros, traça um panorama completo dos primeiros séculos da história do do nosso país, desde a chegada dos portugueses até a consolidação do território nacional. A obra é dividida em onze capítulos que exploram temas como a diversidade indígena, os conflitos pela posse da terra, o sistema de capitanias hereditárias e a descoberta das minas.
Confira a seguir um trecho do livro:
“Ao começar o século XVI, Portugal labutava na transição da Idade Média para a era moderna. Coexistiam em seu seio duas sociedades completas, com sua hierarquia, sua legislação e seus tribunais; mas a sociedade não civil não professava mais a superioridade transcendente nem se sujeitava à dependência absoluta da Igreja, despida agora de muitas históricas prerrogativas, obrigada a reduzir muitas de suas pretensões.
O Estado reconhecia e acatava as leias da Igreja, executava as sentenças de seus tribunais, declarava-se incompetente em quaisquer litígios debatidos entre clérigos, só punia um eclesiástico se, depois de degradado, era-lhe entregue por seus superiores ordinários, respeitava o direito de asilo nos templos e mosteiros para os criminosos cujas penaseram de sangue, abstinha-se de cobrar impostos do clero.
[…]
Apesar de tudo, ocorriam frequentes atritos entre a Igreja e o Estado, aquela disposta a abrir o menos possível mão de suas atribuições antigas, este conquistando ou assumindo sempre novas faculdades, para arcar com os problemas crescentes, legados onerosos do regime medieval, exigências inadiáveis de uma situação transformada pelo comércio fortalecido pelas comunicações amiudadas, pela indústria renascente, pela renovação intelectual, pela circulação metálica em luta contra a economia naturalista, rasgando horizontes mundiais.”
Outros lançamentos
Pela Ecclesiae, Sobre o Espírito Santo, se São Basílio de Cesareia.
A obra é obra decisiva para a compreensão da igualdade entre o Espírito Santo, o Pai e o Filho. Fundamental entre os Concílios de Niceia e Constantinopla, este tratado é uma leitura obrigatória para estudiosos e fiéis que desejam fortalecer sua fé com base na Tradição e nas Escrituras.
Nas palavras de Bento XVI,
“Com zelo e coragem, Basílio soube opor-se aos hereges, que negavam que Jesus Cristo fosse Deus como o Pai. Analogamente, contra aqueles que não aceitavam a divindade do Espírito Santo, ele afirmou que também o Espírito é Deus e “deve ser com o Pai e com o Filho igualmente numerado e glorificado”. Por isso, Basílio é um dos grandes Padres que formularam a doutrina sobre a Trindade: o único Deus, precisamente porque é Amor, é um Deus em três Pessoas, que formam a unidade mais profunda que existe, a unidade divina.”
Pela Texugo, um clássico de Hans Christian Andersen recontado por Luiza Moraes e ilustrado por Kenji Okagawa: A rainha da neve.
Na história, trolls malvados fazem um espelho que distorce as imagens. O espelho se quebra, e pequenas farpas atravessam os olhos e o coração de Caio, amigo de Bela. Ele então se torna uma criança cruel, e é atraído pela malvada Rainha da Neve, para seu palácio gelado. Bela embarca, então, em uma longa e perigosa jornada, enfrentando desafios e provações, na esperança de salvar seu amigo.
A história gira em torno da luta entre o bem e o mal, as trevas da razão fria e o calor do coração humano, no drama vivido pelas crianças protagonistas.
Confira abaixo uma das ilustrações que dão especial beleza à edição da Texugo: