Destaque para obra que se vale da ética aristotélica para orientar a formação dos filhos
“Aristóteles para pais e filhos” é o mote do destaque da Muralha desta semana, com uma obra que se apoia da filosofia aristotélica como guia para os pais na criação e a formação pessoal dos filhos. Nessa mesma esteira está o lançamento do 26º volume da editora O Mínimo, voltada para a catequese familiar.
Por falar em Aristóteles, vem pelas mãos de André Assi Barreto um interessante e não convencional guia introdutório à filosofia.
Em um lançamento da Vide Editorial, o fenômeno mundial conhecido como “Nova direita” é avaliado por analistas políticos conservadores e libertário latino-americanos.
Ainda: uma coletâneas de ensaios em que Louis Lavelle se debruça sobre o tema as santidade; um importante lançamento sobre a Primavera que logo chegará após o longo inverno que se faz sentir pelos cristãos; e um interessante estudo sobre as inúmeras irregularidades processuais do julgamento mais importante da História.
Confira os lançamentos abaixo, e um excelente sábado!
Destaque
O destaque da semana é um lançamento da Auster, Se o filho de Aristóteles tivesse um iPod, de Connor Gallagher. Neste livro, que trata da “sabedoria antiga para pais modernos, Gallagher parte da Ética a Nicômano, de Aristóteles para revelar uma filosofia vibrante e esclarecedora não menos poderosa e profunda do que quando foi escrita pela primeira vez. O autor magistralmente tece Aristóteles, estudos científicos, cultura pop e histórias de pais juntos, e compõe uma leitura divertida, rica e informativa, e um guia indispensável para qualquer pai que queira passar adiante segredos de uma vida feliz para seus filhos.
Confira abaixo um trecho da introdução escrita pelo próprio Gallagher:
“Escrevi este livro pela mesma razão que motiva você a lê-lo: eu amo meus filhos.
Contudo, como pai, precisei encarar uma verdade difícil: meus filhos merecem mais do que só ser amados. Os Beatles não tinham razão quando cantavam “all you need is love”. A maioria dos mais ama seus filhos – essa é a parte mais fácil. Porém, basta o amor de um pai para torna-lo bom? De forma alguma. As crianças merecem mais que isso; é preciso ajudá-las em seu desenvolvimento, ajudá-las a construir boas amizades, e em última instância, pô-las no caminho da felicidade (eudaimonia).
Meu livro não trata de educação doméstica – não me considero qualificado o bastante para discuti-la. Não sei se bater nos filhos é bom ou ruim, ou se jogos eletrônicos fazem mal ou não. Em vez disso, usarei da filosofia para ajudar você a ver como seu filho pode ser virtuoso, como ele pode ter bons amigos e a descobrir o que o fará feliz de verdade.”
Outros lançamentos
Pela Vide, Nova direita: uma alternativa em curso. Organizado pelo colunista e palestrante internacional André Barrientos Cárdenas, o volume reúne em oito capítulos artigos de nove analistas políticos, de tendências conservadoras e libertárias, sobre o surgimento e as manifestações da chamada “Nova direita”, com o intuito de evidenciar este fenômeno mundial, tentando vislumbrar maneiras de enfrentar os desafios culturais oferecidos por uma esquerda cada vez mais radicalizada, e oferecer uma opção diante do despertar político das novas gerações. O cristianismo e os movimentos pró-vida, os movimentos antiprogressistas e antiglobalistas, a importância dos think tanks na luta política, entre outros, figuram entre os assuntos analisados nos textos.
Pela O Mínimo, O mínimo sobre a catequese no lar, do casal Aline Rocha Taddei Brodbeck e Rafael Vitola Brodbeck. Neste guia, os autores evidenciam a primazia e o dever da educação completa dos filhos por parte da família, muito antes do Estado, das instituições de ensino ou mesmo da Igreja. O objetivo do livro é auxiliar as famílias nessa tarefa, capacitando-as a compreender e vivenciar o essencial da catequese em seu próprio lar.
Pela Armada, O que a filosofia não é e o que fizeram dela no Brasil, de André Assi Barreto. Fugindo dos clichês, o autor diz, primeiro, o que a Filosofia não é – e o que fizeram dela no Brasil – para só depois responder ao que os livros de introdução à filosofia, em geral, se propõem: o que a Filosofia é. Não há piedade para os “divulgadores da Filosofia”, chamados pelo autor de “filósofos de palco” e de “coaches da Filosofia” e outros lugares-comuns também são atacados. Com bom humor e profundidade mesmo em ares introdutórios, André oferta ao público leigo e interessado em Filosofia uma curiosa abertura a esse universo e para aqueles que já o frequentam, se capacitarem a defender a Filosofia contra as principais falsidades que recaem sobre ela.
Pela Benedictus, Primavera cristã: combateremos à sombra, de Giovanni da Salara. Livro de tônica otimista, mas que não deixa de denunciar os males que ameaçam nossa vida neste mundo (que é passageiro) e no Outro (que não passará), o volume marca o encerramento da Coleção Inverno – composta dos títulos Inverno árabe, Inverno comunista, Inverno ateu, Inverno moral, Inverno intelectual e Inverno global –, em que o autor expõe e analisa os principais fenômenos que ocasionam a profunda crise do mundo cristão.
Neste lançamento, no entanto, Salara apoia-se na passagem do Evangelho segundo a qual após a tempestade virá a bonança (cf. Mt 10, 16-23), e aposta que, após o frio e demais rigores invernais, chegará, de fato, a brandura da estação primaveril. Trata-se de um livro propício para tempos de provação como são estes iniciados em 2023, e que se farão cada vez mais intensamente nos próximos anos, para que todos os cristãos conscientes se preparem para “combater à sombra” até que venha a Primavera do Reinado de Maria antes do fim deste mundo.
Pela Cedro, Quatro Santos, de Louis Lavelle. O livro composto de ensaios que Lavelle escreveu nos últimos anos de sua vida, e sua publicação ocorreu no ano mesmo de seu falecimento. É o único livro em que o grande metafísico se debruçou sobre o tema da santidade, fazendo uma longa meditação sobre este chamado feito por Deus a cada um de nós — o de “sermos santos, como Ele é santo” —, não da maneira superficial como geralmente o compreendemos, como se fora um mandamento exterior a nós, mas, ao contrário, como uma exigência inscrita no próprio núcleo do nosso ser. E mostra-nos, em seguida, com a densa claridade que caracteriza seus textos, as faces de São Francisco de Assis, Santa Teresa d’Ávila, São João da Cruz e São Francisco de Sales. Dizia ele que “é missão da filosofia dar ao homem o sentimento de sua existência e de sua autonomia, e elevar seu pensamento e sua alma para o absoluto, princípio de toda inteligibilidade e de todo mistério”. Nestas páginas, o filósofo nos convida à realização de nossa verdadeira essência individual, ou seja, de nossa própria santidade.
Pela Castela, O tribunal que condenou Jesus Cristo, dos Padres Augistin Lémann e Joseph Lémann. Este livro, que recebeu aprovação do Papa Pio IX em 1877, traz uma exposição do que foi o sinédrio, quem eram os seus membros (nomes e dados históricos) e o processo infame pelo qual Jesus Cristo foi condenado à morte. É conhecido de todos que foi um julgamento iníquo, mas é necessário saber em que medida o foi – contam-se não menos de 27 irregularidades processuais no tribunal que sentenciou a maior iniquidade de todos os tempos, e das quais apenas uma, segundo a lei judaica então vigente, bastaria para o anular.
Os autores, judeus convertidos, empregaram toda a sua erudição e o seu conhecimento de Sagrada Escritura, de história e do Talmude para provar que as normas de procedimento tradicionais, que deveriam ser vigiadas segundo este mesmo código dos judeus, foram violadas ao longo do iníquo processo contra Jesus.