MURALHA DE LIVROS | A fada menina e as crianças lápis de cor

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Destaque para a estreia de João Filho na literatura infantil

Uma fada menina e uma caixa de lápis de cor metamorfoseados em crianças são os heróis do destaque desta Muralha, junto com uma monumental obra sobre os grandes heróis do Antigo Testamento.

Também, um peculiar manifesto de uma importante voz do anarquismo libertário do século XX; uma obra divertida sobre a vida privada e o esgoto pessoal dos principais tiranos da história; um livro que, em tempos que parecem anteceder o fim do mundo, nos convida a viver o verdadeiro Apocalipse; e o mínimo que todo cristão deve saber sobre seu direito à defesa.

Ainda, enquanto o maior evento católico voltado aos jovens transforma-se em ocasião de uma torrente de sacrilégios e impiedades cometidos por religiosos revolucionários, a pré-venda de obras de um gigante que dedicou sua vocação à catequização da juventude.

Acompanhe as dicas a seguir. Um ótimo sábado e um excelente agosto!

Destaques

Os Coloridos da Fada Tarsila chega como principal destaque da semana. A obra marca a entrada de João Filho, consagrado poeta baiano, autor de Rezas e Ao sul do labirinto, entre outros importantes volumes de nossa poesia contemporânea, no universo da literatura infantil.

Nesta peculiar aventura, a fada Tarsila conta com a ajuda de seus amigos, os “Coloridos” (lápis de cor antropomorfizados) para combater o terrível Monstro Borracha e seu exército de Borrachinhas, que pretendem descolorir o mundo inteiro.

Confira abaixo um trecho dessa historieta ideal para ser lida com, para e pelos pequenos (filhos, netos, sobrinhos, afilhados, alunos etc.):

“Num belo sábado de sol, eles espiam por uma brechinha da caixa e veem tanta luz lá fora, as cores e as coisas se divertindo – de relance, dois pardais passam em perseguição um do outro, são namorados aéreos, uma folha de amendoeira faz uma coreografia nas ondas leves do vento, um cão latindo se corresponde com outro nas distâncias das ruas, passos ligeiros e gritos vindos de algum lugar, enfim, o dia, o dia em sua e seus chamados pra vida.

Os lápis, ávidos de liberdade, buscam ouvir, sentir, olhar o máximo que podem pela brechinha da caixa. Inicia-se um empurra-empurra, primeiro individualmente em direções opostas, depois, talvez pelo excesso de vontade, eles sincronizam seus movimentos – pra lá e pra cá –, fazem um esforço tremendo, transpiram cada um sua própria cor (a fadinha na expectativa), forçam pra cima, mais uma vez – sobem e descem –, dão pulinhos, dão pulões – um, dois e… –, prendem a respiração, com todo o vigor de que são capazes, e com a ajuda dos encantamentos da Fada Tarsila, eles – bum! – pulam pra fora da caixa!”

Destaque também para História Santa: Catena Aurea do Antigo Testamento, do monge beneditino e exegeta francês Dom Jean de Monléon, publicada pela Ecclesiae. Trata-se de uma coleção de explicações sobre o Antigo Testamento — como que uma Catena Aurea da Velha Aliança. O autor narra e comenta, capítulo após capítulo, os acontecimentos da História da Salvação, mesclando esclarecimentos históricos com reflexões sobre os profundos significados místicos de cada passagem.

Buscou-se reconstituir a vida moral das grandes figuras do Pentateuco, mostrando suas reações diante das provações e dificuldades; realçando o que foi verdadeiramente grande e heroico na conduta deles, o que tornou meritória sua fidelidade em cada circunstância, o que os faz brilhar como estátuas luminosas na noite negra do paganismo. Sondando o coração daqueles homens com os olhos de São João Crisóstomo, de Santo Efrém, de Santo Ambrósio, de Santo Agostinho e dos maiores gênios do cristianismo, os comentários valem-se sobretudo da sabedoria dos Padres da Igreja, resgatando a interpretação tradicional das Escrituras — em detrimento da exegese literal e científica que pretendia reinar sozinha à época do autor.

Neste primeiro tomo, encontram-se os dois primeiros volumes da coleção: 1) Os Patriarcas, sobre as narrativas do Gênesis, onde redescobrimos os acontecimentos das vidas de Abraão, Isaac, Jacó e José; e 2) Moisés, sobre os livros do Êxodo e dos Números.

Confira abaixo um trecho da obra:

Moisés jamais buscou sua própria glória, nem sua vantagem pessoal: ele trabalhou em todos os momentos e exclusivamente para o seu Senhor, a ponto de São Paulo o chamar o servo de Deus, como se esse título definisse a essência mesma de sua personalidade.
O que perfaz o valor inestimável da história de sua vida é que, escrita sob o carisma da inspiração, ela é contemplada inteiramente pelo Espírito Santo, não sendo deformada nem pela vaidade literária, nem pela preocupação secreta de esboçar seu próprio retrato para os séculos vindouros.
Sua alma nos é mostrada despida: podemos ver suas nascentes, estudar suas atitudes, seus movimentos e suas reações sob uma luz de verdade integral, sem que aí se mescle erro algum. Não é exagero dizer que Moisés é, juntamente com Davi, o homem que melhor conhecemos em seu fundo. Seguindo-o passo a passo em sua carreira tão movimentada, veremos que o segredo de sua força, assim como de seu sucesso, se deve buscar não nas qualidades excepcionais de que era dotado, mas na prática heroica das virtudes que o Evangelho iluminaria, e cuja importância de primeiro plano ele já havia compreendido: uma humildade a toda a prova, uma doçura que nada era capaz de azedar, uma obediência sem reserva à vontade divina; acima de tudo, um diálogo contínuo com Deus, no segredo de seu coração.
E compreenderemos de quem devemos nos tornar alunos se quisermos, nós também, escapar da tirania do faraó, atravessar sãos e salvos o deserto da vida presente, e morrer contemplando com nossos olhos a verdadeira Terra Prometida, aquela que Deus reserva como privilégio para o verdadeiro Israel, para o povo dos eleitos: o reino dos céus.”

Outros lançamentos

Pela Avis Rara, o Manifesto romântico, de Ayn Rand. A obra corta a névoa do sentimentalismo e do pensamento vago que cerca o tema da arte. Pela primeira vez, é dada uma definição precisa à arte e uma análise cuidadosa de sua natureza. Com a honestidade intransigente que os milhões de leitores de Ayn Rand esperam, a autora apresenta um caso devastador contra a arte naturalista e abstrata — e explica a força que a leva a escrever e os objetivos que ela se esforça para alcançar. Manifesto Romântico toma seu lugar como um livro-chave no imponente edifício intelectual erguido por uma das escritoras e pensadoras mais notáveis de nossa época.

Também pela Avis Rara, A dura vida dos ditadores, de Simone Guida. O livro revela fatos, crimes e segredos dos tiranos mais perversos da história, expondo curiosidades, esquisitices e manias de diversos ditadores, como eles acabaram seus dias e muito mais. Com linguagem direta, esta é uma obra que analisa (e satiriza) os maiores ditadores de nossa história, descrevendo seus passos, atos de poder ditatorial, o ambiente em que foram moldados, a fim de oferecer uma visão ampla sobre como surgem as ditaduras e, também, como podem ser combatidas.

Pela Vide, 90 segundos para o Apocalipse, de Daniel Lopez. A obra expõe detalhes sobre o processo do Grande Reset e o estabelecimento da Nova Ordem Mundial – num conjunto de eventos que, se analisados à luz do que é narrado e descrito no Apocalipse (ou Livro das Revelações), mostra-nos que já vivemos no fim dos tempos, que antecede de o fim do mundo. Nesse contexto, o autor convida-nos a viver o verdadeiro Apocalipse: da Revelação que traz a Verdade, e que liberta das ciladas retóricas, da tristeza e do sofrimento.

E para os cristãos que não quiserem se submeter ao Dragão do fim dos tempos, e ainda tiverem dúvidas sobre a licitude moral das armas, recomendamos O mínimo sobre armas e cristianismo, de Bene Barbosa. Afinal, matar sempre é pecado? Cristãos não podem mesmo usar armas para se defender? Hoje, mais do que nunca, insiste-se na ideia de que o cristianismo deve ser totalmente pacifista. Mas será que isso é realmente verdade?

A história, as Escrituras e inúmeros exemplos mostram que cristãos não só podem como devem proteger suas vidas e convicções. A autodefesa é um aspecto legítimo e coerente com a fé cristã. Se o clero católico, pastores evangélicos, líderes cristãos e o próprio Vaticano têm pessoas armadas para sua defesa, o mínimo que se espera é que todo cristão tenha esse mesmo direito. É sobre isso que trata este 28º volume da O Mínimo.

Pré-vendas

Pela Molokai, a pré-venda de dois livros deTihámer Tóth (1889 – 1939), sacerdote húngaro e Bispo de Veszprém que dedicou sua vocação à catequese dos jovens. O primeiro título é O jovem de caráter, obra que reflete a percepção de Tóth, em sua época, do crescimento de imoralidades legitimadas pelo distanciamento do homem em relação a Deus, e em que se concentram seus esforços intelectuais no intuito de religar sobretudo os jovens ao cristianismo, mostrando que o alicerce da vida virtuosa está na Verdade, e não no relativismo que já avançava a passos largos pelo mundo nas primeiras décadas do século XX.

A outra obra é A boa educação, em que Tóth mostra que as personalidades bem formadas revelam-se muito mais no ser que no portar-se. Portanto, para triunfar na delicada obra de educar, é necessário ter em vista: conceber a finalidade do ato; conhecer o caráter e as possibilidades da pessoa a ser formada; descobrir e empregar os melhores meios para obter o resultado desejado; dar o exemplo daquilo que se ordena ou que se aconselha. Trata-se, de fato, de uma obra constituída de aconselhamentos para o dia a dia: do modo como se portar na mesa à importância de nutrir boas relações de amizade. O autor demonstra o valor da conduta (mais do que mera etiqueta) para o crescimento espiritual. Bem-educado, para Tóth, é aquele que, desprendido do próprio ego, busca o bem-ser independente do gosto pessoal pela retidão. É aquele que sabe amar e ama. Ama os seus e ama a Deus. E por amar, faz de si o melhor.

A pré-venda está sendo realizada no site da Molokai, com desconto de 29, e os exemplares podem ser adquiridos juntos ou separadamente.


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