MURALHA DE LIVROS | 2 anos sem ele

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Destaque para lançamento do gigante que há 2 anos nos deixou

Esta edição da Muralha presta uma homenagem ao gigante que há dois anos viajou para a eternidade: Olavo de Carvalho. E o destaque da semana é seu mais novo livro, lançado no aniversário de sua morte.

E, por falar em gigantes, esta Muralha também traz novidades de Northrop Frye e Arnold Benett. Também: uma obra que apresenta o mínimo que o leitor deve saber sobre um dos pensadores mais influentes do século XX, sem o tom panfletário que costuma acompanhar as discussões em torno dele; um livro do (possivelmente) primeiro e único presidente libertário da História; um guia jurídico imprescindível para aqueles que precisam viver da terra em um país governado por saqueadores; uma importante obra sobre um dos mais belos elementos da Liturgia católica; e a pré-venda de um outro guia, este essencial para a formação de bons catequistas.

Acompanhe os lançamentos a seguir, e um excelente final de semana!

Destaques

O grande destaque da semana é um lançamento da Vide, A vingança de Aristóteles, de Olavo de Carvalho. O livro, lançado na última quarta-feira, quando se completaram dois anos da morte de Olavo de Carvalho, é um compêndio de apostilas, transcrições de aulas e cursos, artigos de jornal, introduções e capítulos de livros produzidos pelo autor ao longo de mais três décadas, e que versam todos sobre um único e mesmo tema: Aristóteles.

Olavo de Carvalho dedicou muitos anos de sua vida ao estudo da obra do Estagirita, bem como aos comentários e desdobramentos contemporâneos de suas teses, o que contribuiu para que ele desenvolvesse a sua própria filosofia assentada nas bases da filosofia aristotélica. Assim, este livro vem a ser tanto uma introdução a Aristóteles como à sua redescoberta na atualidade — a sua vingança —, o que se dá na obra do próprio Olavo e em outras tendências da ciência e da cultura indicadas por ele. E por isso é possível afirmar dele, como Olavo dissera outrora sobre o livro de Émile Boutroux, que “o Aristóteles que o leitor vai encontrar no presente volume não é um dado histórico de uma cultura extinta, exibido por um arqueólogo, mas um tesouro filosófico e científico revivificado por um intérprete capaz de pôr em ação os seus recursos inesgotáveis”.

Confira um trecho da introdução escrita por Jason Medeiros, organizador da obra:

“Se toda a história do pensamento ocidental não é nada além de um conjunto de notas de rodapé a Platão e Aristóteles, como o Prof. Olavo de Carvalho (1947–2022) afirma reiteradas vezes,2 isso em alguma medida também o inclui e ajuda a esclarecer pontos relevantes da sua própria filosofia.
De fato, a história do pensamento ocidental parece ser marcada por ideias contrastantes, mas complementares, que nos remetem a Platão e Aristóteles, por exemplo: o dualismo e o monismo; o racionalismo e o empirismo; o idealismo e o realismo; o mecanicismo e o indeterminismo; o revolucionarismo e o conservadorismo; etc.”

O segundo destaque da semana é O caminho crítico, de Northrop Frye, publicado pela Sétimo Selo.

Na obra, Frye estuda o contexto social da crítica literária, investigando a relação existente entre literatura, crítica literária e sociedade, na tentativa de entender como certos princípios incorporados na sociedade moldam sua cultura e produção literária. Pondo-se na região mais ampla da história das ideias, o aclamado crítico percorre a história da filosofia e da literatura ocidentais em busca de trilhar o próprio caminho crítico: uma teoria da crítica que possa explicar o grande fenômeno da experiência literária, sem todavia negligenciar seu contexto social, mas recusando os erros e exageros da dita crítica sociológica, e que seja ainda capaz de indicar o lugar que a literatura ocupa na civilização como um todo.

Leia a seguir um trecho da obra:

“A expressão ‘o caminho crítico’ é, tal como a compreendo, um termo usado na administração de empresas que comecei a ouvir reiteradamente durante as preparações para a Exposição Mundial de 1967, realizada em Montreal. Ficou associada em minha mente às frases finais da Crítica da razão pura, de Kant, onde se diz que o dogmatismo e o ceticismo estão esgotados como posições filosóficas defensáveis, e que ‘apenas o caminho crítico encontra-se aberto’.
E também ficou associada a um ponto de virada em meu próprio desenvolvimento. Cerca de 25 anos atrás, quando ainda estava na meia-idade, eu me perdi na selva escura das profecias de Blake, e olhei em volta à procura de algum caminho que me tirasse dali.”

Outros lançamentos

Pela Auster, Como aproveitar a vida ao máximo, de Arnold Benett.

Neste livro, Arnold Bennett oferece conselhos práticos e simples para alcançarmos esse objetivo, conduzindo-nos por uma reflexão profunda, desde a compreensão de nós mesmos até a nossa interação consciente na sociedade. Afinal, a vida é passageira. Nossos dias neste universo estão contados e tudo pode mudar ou desaparecer em um instante. Ter essa consciência é algo positivo, mas muitas vezes isso nos leva à busca inconsequente por prazer, o que gera fracassos, preocupações exacerbadas e atritos.

Na verdade, aproveitar a vida significa tirar o melhor dela: ser bem-sucedido no trabalho, no amor, na educação dos filhos e ser útil em sua comunidade. Como aproveitar a vida ao máximo nos lembra de verdades essenciais para uma existência equilibrada e satisfatória, cujos elementos fundamentais são a responsabilidade, o autocontrole, o respeito e a educação.

Pela O Mínimo, a Professora Marize Schons nos apresenta O mínimo sobre Marx.

Karl Marx ainda é pertinente nas discussões acadêmicas não tanto por prescrever a revolução, e nem mesmo por suas propostas econômicas, mas por ter proposto uma teoria social que leva em conta as transformações históricas e o conflito inerente às relações humanas.

O desafio de trazer o mínimo sobre Marx não significa reduzir sua obra a poucas páginas. A intenção do trabalho da autora é que esta obra seja um ponto de partida para os estudos daqueles que, seja qual for sua posição política, queiram ampliar sua visão sobre um autor que, muitas vezes fica limitado aos debates militantes.

Pela LVM, O fim da inflação, de Javier Milei.

Neste livro, o primeiro presidente libertário da Argentina apresenta uma análise ousada e assertiva das causas fundamentais da inflação, argumentando que as políticas estatais intervencionistas são as principais culpadas deste fenômeno.

Com uma linguagem direta e acessível, o autor divide a obra em duas partes: na primeira explica os conceitos básicos de teoria monetária e de formação dos preços, e na segunda ele propõe soluções radicais e inovadoras para acabar com a inflação, defendendo a importância da liberdade individual, a redução do papel do Estado na economia e o regresso a princípios econômicos liberais, como o fim do Banco central.

Apoiando-se na perspectiva libertária de fundo austríaco, O Fim da Inflação provoca o establishment a considerar novas ideias para resolver um dos problemas mais persistentes da economia contemporânea a inflação e a miséria gerada por ela.

Nesta semana também tivemos o lançamento em nossa livraria de Como salvar minha fazenda, de André Bedin Pirajá, um livro fundamental para quem quer ou precisa viver da terra em meio à volta do terrorismo rural lulopetista e ao cada vez mais crescente ativismo judicial contra o agro. Trata-se de um imprescindível manual de consulta jurídica para todos aqueles que atuam no campo, onde o leitor poderá aprender e tirar dúvidas sobre tópicos como: exercício da atividade rural; planejamento sucessório bem feito; contratos de arrendamento, parceria e compra e venda futura; defesa da propriedade rural de desapropriação e outros riscos; aquisição de imóveis rurais; modelos de promessa de compra e venda e de escritura pública.

Aproveite para saber mais sobre esta obra e o trabalho de André Pirajá na entrevista que o autor concedeu à Esmeril.

Pela Benedictus, Canto Gregoriano: teoria e prática na Liturgia, de Clayton Júnior Dias.

Sobre esta importante publicação, sobre a qual em breve traremos uma entrevista com o autor, deixo aqui as palavras do Professor Giovani Conti:

“Abre-se hoje – graças a essa publicação – a possibilidade de percorrer a ‘estrada principal’ que em momento algum deve esquecer a autêntica natureza do canto gregoriano: ser a forma mais elevada de oração cantada; uma estrada na qual convergem o estudo da matéria paleográfica e musical, o interesse histórico, antropológico, bíblico, teológico, litúrgico. A confirmação de tudo isso será encontrada ao percorrer as numerosas páginas deste volume, que, estamos certos, constitui uma chave crucial na conservação e na prática de um repertório que – único entre todos – é por sua natureza, tradição e, ao mesmo tempo, modernidade. Leia para crer!”

Pré-venda

Começou nesta semana uma pré-venda da Cristo e Livros:  Deixai vir a mim as criancinhas: catecismo de iniciação à vida eucarística segundo os escritos do Monsenhor Álvaro Negromonte, organizado pelo Padre Carlos Magnot T. Ribeiro, da Diocese de Petrópolis.

A obra é um guia completo para catequistas. Sua abordagem abrangente tem o potencial de fortalecer a educação religiosa, o que faz deste livro um importante instrumento para a formação das crianças, promovendo não apenas a compreensão da doutrina, mas, também, facilitando o trabalho dos catequistas. Sua abordagem abrangente e aprofunda tem o potencial de fortalecer a educação religiosa, promovendo uma sólida base espiritual nas comunidades.

A livro pode ser adquirido no site da Cristo e Livros, e o envio será feito a partir de 21 de fevereiro.


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