Abril é mês de TRIBUTO por aqui, e na falta de gênios políticos à altura de alguma homenagem, resolvemos apelar ao seu arquétipo: Ulisses, ou Odisseu das muitas artimanhas, o arquiteto do cavalo de Tróia e rei de Ítaca condenado a navegar por uma década sem rumo e desolado através do mar que o separou de casa. O homem, o gênio político, o canalha, o herói; também o demiurgo de Ulisses, Homero, primeiro dos poetas em renome e importância; eis o tema da presente edição.
Vida e Legado começa a história do princípio, e em se tratando de aventuras, no princípio era Homero, que nos desperta sempre a dúvida: Como um cego conseguiu compor o maior poema épico de todos os tempos?
O Perfil, claro, é de Ulisses, o herói homérico que conquistou todas as ilhas do mundo de tanto ter buscado retornar à sua, e modelo de herói por um motivo crucial: a sua sabedoria advém da obediência ao divino.
Esmeril entrevista a professora de mitologia Vanessa Almeida, que nos presenteia com uma extensa e ilustrativa conversa sobre o lugar de Ulisses na literatura grega, e o lugar da Odisseia na cultura ocidental.
Para sanar quaisquer dúvidas sobre o alcance do assunto aqui explorado, verificamos os sentidos dos termos “odisseia” e “homérico” na seção As palavras que usamos, passando em seguida a um lindo Ensaio sobre a saga de Ulisses – o arquetípico e um muito concreto.
De todos os episódios da Odisseia, escolhemos o favorito dos pintores e o entregamos a você, leitor, como Uma imagem para guardar. Se os gregos permanecem inesquecíveis, só com uma dose de Humor, por outro lado, é possível analisar o assassinato impiedoso dos heróis em nossa ressequida imaginação.
O significado da estratégia do cavalo de Tróia na história militar é o centro da entrevista com o Coronel Márcio Amaro, em Política e Sociedade, enquanto Alta Cultura explica a razão de ser da perenidade homérica.
Governança e estratégia recorre a Ulisses e Penélope como imagens associadas à querela mau-resolvida entre revolucionários e reacionários na recente história política do Brasil.
Prepare a pipoca e ligue a TV ao consultar a lista de peças clássicas, estranhas, alusivas ou curiosas selecionadas em Sétima Arte, uma seleta de evidências sobre o extenso interesse devotado ao Ulisses de Homero, o homem de mil ardis em vida que inspirou outros quinhentos na arte.
Conversar é pensar junto propõe uma reflexão profunda sobre nossa relação com as origens, tendo em Ulisses um gancho associado a versos de outra ponta do mundo, mas em sentido incrivelmente semelhante àqueles que formam sua saga.
O Conto, por último, marca a constante que permeia o número inteiro: o traço de Ulisses presente à nossa alma, à toda alma, à própria alma.
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