LEIA NESTA EDIÇÃO丨29

Bruna Torlay
Bruna Torlay
Estudiosa de filosofia e escritora, frequenta menos o noticiário que as obras de Platão.

Em 1922, centenário da independência, o governo brasileiro organiza uma exposição na então capital do país, o Rio de Janeiro, com o objetivo de sublinhar que o Brasil acompanhava o mundo moderno. Paralelamente, um grupo de artistas impressionados com as vanguardas que descobriram na Europa promove em São Paulo uma Semana de arte moderna, marcada por intervenções artísticas repletas de escândalo. O tempo passou e decidiu-se pensar que aqueles artistas foram marcantes na história brasileira. O tempo passou mais e viu-se que sua relevância artística não era grande coisa. Mas o mito paira: qual o legado da Semana de 1922 para a cultura (ou incultura) brasileira? É isso que vamos pensar agora, 100 anos depois, na edição de fevereiro da Revista Esmeril. 

Vida e Legado confronta a visão estética de Monteiro Lobato às propostas das vedetes da Semana de arte moderna, enquanto em Perfil, o antropólogo Flávio Gordon avalia que aspectos dos agitadores de 22 permanecem firmes e fortes no Brasil cem anos depois.

Leônidas Pellegrini Entrevista o poeta João Filho, e o Padre Bernardo Maria explica, na seção Alta Cultura, porque o intento dos modernistas de 1922 fracassou.

A seção Patrimônio e Memória traz à tona uma reflexão ampla sobre a atitude modernista, confrontada à realidade da arte através da história, e o colunista Antonio Fernando Borges se pergunta, esse mês, O que há de errado com… as vanguardas poéticas.

A separação entre a língua mãe de todos os falantes (e escritores) do português será uma consequência da recusa à tradição propalada pelos propositores da Semana de Arte Moderna? É a hipótese explorada em Acerto de Vista.

Divirta-se com o diálogo ocorrido a muitos quilômetros do eixo Rio-São Paulo, mas sobre o egocentrismo e rivalidade pela primazia e vanguardismo de ambas as metrópoles em Conversar é pensar junto, e no embalo avalie o Ensaio de José Anselmo Santos sobre uma certa Semana da Infâmia.

Descubra o acontecimento mais relevante ocorrido na cidade de São Paulo em 1922 na seção Viver Bem — não, não foi a Semana de arte moderna…

Como A Beleza Importa, Diogo Cruxen põe a Semana de 1922 num macroscópio, e a Crônica revela num momento de azar todo um espírito que manchou no passado a tinta fresca do Teatro Municipal.

Por último, você encontra em Palco nossa tradicional trilha sonora da edição, desta vez uma homenagem ao brilhante legado de Villa-Lobos, que compareceu à Semana de Arte Moderna mais por acidente, mas as Bachianas Brasileiras e outras maravilhas, trouxe ao mundo por talento genuíno e apreciável.

Neste 22 do mês 02 do ano 2022, deixamos com você uma breve revisão da Semana mais infame da vida artística brasileira, apontando sempre, é claro, as brechas de beleza que surgiram na ocasião.

Boa leitura e boa sorte!

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