HOJE NA HISTÓRIA | Nasce Albert Einstein

Vitor Marcolin
Vitor Marcolin
Ganhador do Prêmio de Incentivo à Publicação Literária -- Antologia 200 Anos de Independência (2022). Nesta coluna, caro leitor, você encontrará contos, crônicas, resenhas e ensaios sobre as minhas leituras da vida e de alguns livros. Escrevo sobre literatura, crítica literária, história e filosofia. Decidi, a fim de me diferenciar das outras colunas que pululam pelos rincões da Internet, ser sincero a ponto de escrever com o coração na mão. Acredito que a responsabilidade do Eu Substancial diante de Deus seja o norte do escritor sincero. Fiz desta realidade uma meta de vida. Convido-o a me acompanhar, sigamos juntos.

Um eclipse solar observado no Ceará ajudou a comprovar sua teoria

No dia 14 de março de 1879 em Ulm, uma cidade localizada no Sul da Alemanha, nasceu Albert Einstein. Com os seus trabalhos publicados entre 1905 e 1916, Einstein apresentou ao mundo uma nova perspectiva da realidade: o conceito de espaço-tempo. Inaugura-se o Estado Moderno e o homem passa a dispor de um sem-número de teorias acerca do funcionamento de todas as coisas.

Isaac Newton, gigante do movimento de matematização da realidade, propusera uma descrição matemática do mais ordinário fenômeno observável: a gravidade. Para Newton, a força de atração entre dois corpos estava intimamente relacionada com a massa, a distância entre eles e uma constante. No entanto, o homem de ciência — cujo grosso do trabalho consistiu em especulação esotérica — não conseguiu descrever fisicamente o fenômeno, senão abstratamente, matematicamente.

A gravidade era uma força da natureza cuja dinâmica podia ser expressa por uma fórmula matemática, mas não havia uma definição física satisfatória do fenômeno até que Einstein, 188 anos depois da morte de Newton, apresentasse, na Teoria da Relatividade Geral, sua própria concepção. Einstein disse que a dinâmica da gravidade consistia numa relação medular entre a massa de um corpo qualquer e o “tecido” do espaço-tempo.

Espaço-tempo é um conceito que ilustra imperfeitamente uma realidade física que comporta um número maior de “dimensões” do que as nossas convencionais altura, largura e profundidade. O espaço e o tempo “fundem-se” numa espécie de tecido que, em função da massa dos corpos, pode ser curvado. A melhor definição de gravidade, portanto, é: a massa curva o espaço à sua volta e este a empurra.

Imaginemos uma cama elástica sobre a qual seja colocada uma bola de boliche. Esta tenderá a repousar no centro do tecido sobre o qual, em função do seu “peso”, fez uma curva. Se colocarmos uma bola mais leve, digamos, uma bola de golfe sobre a mesma cama elástica, esta bolinha descreverá círculos em torno da bola de boliche até finalmente estabilizar naquele ponto de maior curvatura. Eis aí como a gravidade acontece.

Se tomarmos o modelo heliocêntrico como referência diremos que o Sol curva o espaço à sua volta e este espaço curvado “empurra” a Terra e os demais planetas para o Astro-Rei. Newton não imaginara que fosse assim. A Terra curva o espaço à sua volta, daí que a maçã, as bolas de canhão, o pão com manteiga e todas as coisas sejam “empurradas” para ela.

Albert Einstein com Carlos Chagas e outros colegas cientistas no Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 1925

Einstein disse que a melhor forma de provar a sua teoria seria medir o coeficiente de deflexão da luz das estrelas próximas ao Sol. Os cientistas só poderiam fazer isto durante um eclipse solar total. Einstein publicara esta teoria em 1916, o próximo eclipse solar com as condições ideais para a sua comprovação aconteceria três anos depois. Em 1919, uma equipe de astrônomos saiu a campo para observar o eclipse que provaria a Teoria da Relatividade Geral.

A fim de maximizar as chances de sucesso, a equipe dividiu-se em dois grupos: um foi para a ilha de Príncipe (África) e o outro para a cidade cearense de Sobral. A astrofotografia apenas engatinhava naquele início de século, mas, ainda assim, os instrumentos possibilitaram o registro das estrelas em chapas fotográficas. Após os registros, os astrônomos mediram a deflexão das estrelas próximas ao Sol e compararam os resultados com as posições conhecidas. O resultado, apesar de já previsto por Einstein, foi surpreendente: a massa solar deformara o espaço-tempo fazendo com que a luz emitida pelas estrelas fosse curvada!

Einstein fora laureado com o prêmio Nobel de Física de 1921, mas não pela Teoria da Relatividade. Ele recebeu o prêmio relativo à correta explicação do efeito fotoelétrico: a emissão de elétrons por um material, geralmente metal, quando exposto a certa frequência de radiação eletromagnética. O domínio desse fenômeno físico fora de fundamental importância para o desenvolvimento da televisão e do controle remoto, por exemplo.


Com informações dos livros Isaacson, Walter, Einstein: sua vida, seu universo, Cia das Letras Editora; Kaku, Michio, Hiperespaço, Uma Odisséia Científica Através de Universos Paralelos, Empenamentos do Tempo e a 10ª Dimensão, Rocco Editora; Hawking, Stephen, O universo numa casca de noz, Nova Fronteira Editora; Hawking, Stephen e Mlodinow, Leonard, O grande projeto, Nova Fronteira Editora; Lourenço, Adauto, Como tudo começou, Fiel Editora; Smith, Wolfgang, A sabedoria da antiga cosmologia, Vide Editorial Editora.


“O problema concebido pela minha mente foi respondido pelo luminoso céu do Brasil”.

Albert Einstein

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