ENTREVISTA | Ideologia de gênero: o que não te contaram e mais um pouco…

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Paula Marisa fala sobre as inconsistências e perversidades por trás de uma teoria polêmica e controversa

A entrevistada desta semana é a professora, influenciadora digital e colega colunista Paula Marisa, que esclarece algumas questões escondidas e silenciadas a respeito da ideologia de gênero. Autora de O mínimo sobre ideologia de gênero, desde que se envolveu com o assunto, há 9 anos, quando ainda trabalhava na rede pública de ensino, Paula sofreu diversas reviravoltas em sua vida pessoal simplesmente porque quis jogar luz sobre uma realidade encoberta por sombras e silencio.

Acompanhe abaixo a entrevista com a querida colega, e não deixe de ler seu livro, obra esclarecedora, didática e que desnuda diversas incoerências e perversidades relacionadas a uma teoria esdrúxula que nos é apresentada como a mais genuína ciência.


Revista Esmeril: Como surgiu seu interesse pelo estudo da ideologia de gênero, que acabou determinando parte importante da sua trajetória de vida?

Paula Marisa: Isso aconteceu meio por acaso. Eu estava acompanhando as discussões em Brasília sobre o novo PNE, e a discussão sobre a ideologia de gênero, naquele contexto, estava muito intensa. Na época, eu trabalhava com ensino fundamental na rede municipal, e um dia, quando cheguei na sala dos professores, havia um bilhete dizendo que haveria uma aula sobre ideologia de gênero para os alunos. Foi quando comecei a trabalhar essa questão no meu canal no YouTube, e logo em seguida passei a ser perseguida por autoridades da prefeitura – o então Secretário de Educação do município era o marido da Maria do Rosário, Elizier Pacheco. Essa perseguição acabou me motivando a questionar e combater ainda mais o que estava acontecendo, e meu canal fui trabalhando cada vez mais a questão da ideologia de gênero no meu canal.

Revista Esmeril: Seus estudos acabaram rendendo o livro O mínimo sobre ideologia de gênero, lançado ano passado pela O Mínimo. Fale um pouco sobre o processo de elaboração dessa obra.  

Paula Marisa: O livro atende a proposta da Coleção O Mínimo. Selecionei questões que considero mais relevantes em relação à ideologia de gênero para que as pessoas possam compreender e argumentar a respeito do assunto. Muitas vezes, as pessoas não entendem a maldade que existe por trás da ideologia de gênero – muitos acham que se trata apenas de um movimento que combate a violência contra homossexuais e mulheres, por exemplo; e sabemos que é algo totalmente diferente disso. Então, nos capítulos que organizei, falo sobre as origens ideológicas da teoria queer, os fatos que já aconteceram no esporte por causa da ideologia de gênero (são os casos mais flagrantes da incoerência dessa ideologia), e sobre algo de que a mídia praticamente não fala, que são os casos das pessoas que fizeram a transição de gênero e depois se arrependeram – são muitos os casos, aliás, o que ocasiona um alto nível de suicídio entre essas pessoas. E há casos “surreais” que relato no livro, como uma menina que era autista e foi diagnosticada como portadora de “disforia de gênero”, passou pela transição, amputou-se, perdeu seu útero e agora não poderá mais ter filhos por causa disso. São fatos muito tristes e que são silenciados para a sociedade, pois são eventos que a militância se esforça para esconder.

Revista Esmeril: Como você percebe essa insistência quase que obsessiva do foco nos menores de idade e, especialmente, nas crianças, com a ideologia de gênero? São leis e projetos de leis que avançam nesse sentido, desenhos animados, programas infantis voltados ao tema etc…

Paula Marisa: A esquerda faz algo que a direita não faz, ou não sabe fazer: eles investem nas crianças porque sabem que, depois de determinada idade, fica mais difícil de se incutir certas coisas nas mentes das pessoas – sobretudo de quem já é bem formado. Se observarmos o histórico das leis sobre educação no Brasil, por exemplo, verificamos que, cada vez mais, é diminuída a idade escolar obrigatória (há alguns anos, essa idade era de 7 anos; agora, é 4). Quem trabalha nos campos da educação e da psicologia sabe que a criança forma seus valores até os 6 anos. Portanto, se ela não tem contato com essa doutrinação, depois dos 6 anos fica mais difícil de que ela simplesmente aceite esses dogmas ideológicos. Ou seja, o que o Estado faz, na verdade, é sequestrar as crianças para que as famílias não consigam transmitir seus valores a elas. O resultado desse processo será observado a longo prazo, e é esse (e não este ou aquele pleito eleitoral) o foco da esquerda.

E há uma outra questão, mais séria, nesse processo: a doutrinação em prol da ideologia de gênero tem como um dos seus focos a normalização da pedofilia. Quando estudamos, por exemplo, uma das maiores referências teóricas do assunto, o livro Problemas de Gênero, de Judith Butler, verificamos que a autora fala abertamente que o tabu do incesto deve ser “superado”, e em várias passagens desse livro, ela fala sobre  necessidade de as crianças serem “inseridas na sociedade” – sempre de maneira indireta.

Revista Esmeril: Comente um pouco sobre as seguintes questões envolvendo a teoria/ideologia de gênero: I) Há em embasamento científico para essas teorias? II) Quais as consequências do procedimento de transição para a saúde física de quem passa por ele? III) O alto índice de suicídio entre pessoas trans está relacionado à suposta discriminação sofrida por elas? IV) A ideologia de gênero atenta contra a dignidade humana?

Paula Marisa: Sobre o “embasamento científico” da ideologia de gênero: isso acontece nas universidades. Como o ambiente acadêmico está tomado pelas ideologias radicais, os trabalhos que são produzidos ali têm esse verniz de seriedade, de “ciência”.  É desse ambiente que saem as teorias mais esdrúxulas propagadas pela mídia e reproduzidas nas salas de aula para os adolescentes e as crianças.  

Sobre as consequências para quem faz transição de gênero: são diversas as sequelas, mas esses dados são escondidos pelos laboratórios, autoridade médicas, empresas e ONGs que se dedicam a essa militância, e também pela grande mídia. Dos casos que ganham alguma publicidade, destacam-se as sequelas da depressão e de tendências suicidas. Também há problemas de saúde relacionados à injeção anormal de hormônios não naturais aos corpos masculinos ou femininos. Infelizmente, os estudos relacionados a essas questões também são silenciados, e acabamos tendo pouco acesso a essas informações.

Sobre  a questão do suicídio: as entidades da militância trans alegam que a tentativa de suicídio por parte das pessoas trans acontece por causa da discriminação, mas, aí, esbarramos numa à questão complicada: é proibido, dentro da atividade dos psicólogos e psiquiatras, tratar dessas questões de uma forma mais científica com seus pacientes. Isso impede que possamos comprovas quais as reais causas do adoecimento emocional dessas pessoas. Para além da discriminação social, todos os problemas emocionais envolvendo a condição da pessoa trans são escondidos e silenciados.

Sobre a última questão: na minha opinião, sim, essa ideologia atenta contra a dignidade humana. Imagine um adulto que convence uma criança de que ela pode ser mulher, homem, árvore, cachorro etc., desde que ela “sinta” que o é. Ou pessoas que, sentindo-se cavalos, por exemplo, saem na rua vestidas de cavalos, e se comportando como tal. Isso reflete problemas mentais, e não disforia de gênero – uma realidade que acaba sendo banalizada e desrespeitada nesse contexto. E as pessoas que são verdadeiras portadoras dessa condição (de disforia de gênero) deveriam ser tratadas com a dignidade que lhes é devida, podendo, por exemplo, optar por um tratamento para aceitação de seu corpo biológico – mas um tratamento desses simplesmente é proibido por lei aos médicos e terapeutas.


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