DOSE DE FÉ | Serapião

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Cavaleiro e missionário, por toda sua vida lutou por Cristo e pelos cristãos

Hoje é dia de São Serapião. Nascido em Londres, em 1179, de família nobre, Serapião foi um cavaleiro de inúmeras batalhas, tendo participado de várias cruzadas – entre elas, a do rei Ricardo Coração de Leão.

Ao lado do duque Leopoldo, rei da Áustria, lutou na Espanha junto ao exército de Afonso III contra os mouros. Três anos após a morte do rei espanhol, em 1217 Serapião voltou a Jerusalém, e de lá seguiu para o Egito, sempre em novas cruzadas.

De volta à Espanha, em 1220, conheceu São Pedro Nolasco, encontro que mudaria sua vida. Serapião acabou deixando a armadura e vestindo o hábito e, junto com Pedro Nolasco e Raimundo Nonato (também santo), fundou a Ordem de Nossa Senhora das Mercês, ou dos Mercedários, responsável por arrecadar esmolas a fim de pagar o resgate de cristãos cativos dos mouros.

Serapião teve sucesso em resgatar inúmeros cristãos em seus anos como mercedário, sendo o último em 1240, em Argel, na África, resgate pelo qual ofereceu a si próprio. Os irmãos da Ordem não conseguiram regatá-lo a tempo, e em 14 de novembro daquele ano Serapião foi martirizado, tendo todas as suas articulações quebradas e depois sendo jogado de cabeça para baixo do alto de uma casa – por esse martírio, é venerado como protetor das articulações. São Serapião, rogai por nós!

 

Canção de Serapião

 

Canto hoje uma bela história,

do nobre Serapião,

um cavaleiro bretão

que combateu moura escória

ao lado do Coração

de Leão na Terra Santa.

Combatente sem igual,

em luta assaz desigual,

mas com valentia tanta,

nos mouros sentou o pau.

 

O Saladino safado

deixado pra trás ficou,

e Serapião se engajou

combatendo lado a lado,

na Espanha, pronde viajou,

c’o rei Afonso Terceiro,

da Virgem grão trovador,

e lutando sem temor,

como lhe era costumeiro,

varreu o árabe terror.

 

Lutou muito mais ainda

no Egito, em Jerusalém

e outras terras mais além,

esta luta que só finda

quando Deus nos diz: “Amém”.

De volta à Espanha, um dia,

conheceu Pedro Nolasco,

e em terra do povo basco,

tramaram, junto a Maria,

pros pagãos, novo fiasco.

 

A armadura aposentada,

com Nolasco e com Nonato,

nosso herói intimorato,

não mais usando da espada,

mas de igualmente nobre ato,

passou a cristãos salvar

com a ajuda, desta vez,

da Senhora das Mercês,

empenhado, sem parar,

dia a dia, mês e mês.

 

Em Argel, numa missão,

faltava salvar mais um,

e já não tendo nenhum

vintém, deu Serapião

a si por aqueloutro um.

Não deu tempo de salvá-lo,

não o conseguiu ninguém,

não lhe chegou o vintém,

e um mouro pôs-se a quebrá-lo,

e, enfim, Deus lhe disse: “Amém”.


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