DOSE DE FÉ | Santa Rosa Filipa Duchesne

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Apóstola da América, Santa Rosa Filipa Duchesne dedicou mais de três décadas de sua vida à catequização dos indígenas no Sul dos Estados Unidos

Hoje é dia de Santa Rosa Filipa (ou Filipina) Duchesne, virgem.

Nascida em Grenoble, na França, em 1769, Rosa Filipa recebeu seu nome em homenagem a Santa Rosa de Lima e ao Apóstolo São Filipe. Desde criança aprendeu a caridade com a mãe, que a levava em suas visitas aos pobres. Ela mesma passou a doar aos necessitados parte do dinheiro que ganhava dos pais, assim como distribuía seus brinquedos às crianças pobres.

Estudou com as Irmãs Visitandinas, no colégio Santa Maria d’en Haut, e aos 12 anos revelou para os pais seu desejo de seguir a vida religiosa. Isso não lhes agradou, e a pequena foi retirada do colégio, passando a receber educação de tutores particulares.

O afastamento da pequena Rosa do colégio religioso não arrefeceu seu espírito e, aos 18 anos, ela pediu permissão para tornar-se religiosa, mas seu pai negou. No entanto, quando ela visitou o Convento das Visitandinas com uma tia, ficou por lá e não quis sair mais. Seu pai, enfim, consentiu com sua opção.

No auge da Revolução Francesa, quando o Convento foi invadido pelos revolucionários e as freiras expulsas, Rosa teve que voltar para a casa dos pais, onde viveu como religiosa.

Findo o terror revolucionário, em 1801 Rosa comprou o Convento de Santa Maria d’en Haut e mudou-se para lá com algumas crianças sob os seus cuidados. Convidou algumas Irmãs Visitandinas para regressarem e auxiliarem-na, mas o projeto fracassou.

Por esse tempo, Rosa conheceu Santa Madalena Sofia Barat, que havia fundado a Sociedade das Religiosas do Sagrado Coração, em Amiens, e a procurou. A Madre Barat aceitou sua proposição e, em 13 de dezembro de 1804, Rosa uniu-se à congregação, com outras três religiosas. Em 1805, aos 26 anos de idade, depois de um breve período de noviciado, Rosa Filipina Duchesne pronunciou seus votos religiosos. O Convento de Santa Marta d’en Haut, integrado às religiosas do Sagrado Coração, voltou a ser uma instituição de ensino, desta vez funcionando como internato, que aos poucos, foi recebendo muitas meninas.

Em 1817, Monsenhor Guilherme Valentim Dubourg, Bispo da Luisiana, nos Estados Unidos, em visita à França, pediu religiosas para educar as meninas e os índios de sua diocese, e a Madre Rosa Filipa foi eleita, com quatro companheiras, para realizar esta missão. Ela fundou a primeira casa da Congregação fora da França, em São Carlos, em uma cabana de troncos.

No decurso de um ano, com muitos esforços e sacrifícios, Madre Rosa Filipa já havia aberto diversas escolas ao longo do Vale do Mississipi, e em 1820 abriu um noviciado, que recebeu a primeira religiosa do Sagrado Coração norte-americana.

O apostolado de Santa Rosa Filipa durou quase 30 anos, durante os quais ela enfrentou dificuldades em lidar com a língua inglesa (que nunca conseguiu aprender muito bem), cansaço físico extremo, críticas e incompreensão por parte de muitas pessoas. No entanto, nunca desanimou.

Aos 72 anos, Madre Rosa Filipa foi eleita Superiora da Congregação na América, e isso deu-lhe a oportunidade de trabalhar na evangelização dos índios Patawatomi em Sugar Creek, no Kansas. Como ela tivesse ainda mais dificuldade de aprender o idioma indígena local, passava a maior parte do tempo rezando, e foi justamente assim que evangelizou aqueles indígenas, que a apelidaram de “a mulher que sempre reza”.

Por motivos de fragilidade de saúde, o apostolado de Madre Rosa Filipa junto aos Patawatomi durou apenas um ano. Em 1842, ela retornou a São Carlos, onde permaneceu por mais 10 anos. Em 18 de novembro de 1852, Santa Rosa Filipa Duchense morreu aos 83 anos.

Beatificada em 1940 pelo Venerável Pio XII, e canonizada em 1988 por São João Paulo II, Santa Rosa Filipa Duchesne constitui modelo de Santa Missionária do Novo Mundo, onde aperfeiçoou seu caminhos de santidade ao abdicar do conforto europeu para se dedicar à conquista de um multidão de almas ao Senhor. Nem as intempéries naturais, nem sua saúde frágil, ou sua dificuldade em aprender novos idiomas a impediram de persistir em tal apostolado. Que esta Santa Madre Missionária, que catequizou tantos indígenas pelo poder de seu exemplo como “a mulher que sempre reza” inspire-nos a imitá-la.

Santa Rosa Filipa Duchesne, rogai por nós!

 

A Santa Rosa Filipa Duchesne

Foi batizada com nome
de santa, Apóstolo e flor,
e desde o seu nascimento
foi dileta do Senhor.
Viva Rosa Filipina,
santa desde pequenina.

Aprendeu com a mamã
o valor da caridade,
servindo aos pobres e a Deus
com notável piedade.
Viva Rosa Filipina,
santa desde pequenina.

Ainda criança quis
com Nosso Senhor noivar,
mas seus pais do santo intento
tentaram-na distanciar.
Viva Rosa Filipina,
santa desde pequenina.

Ela obedeceu aos pais,
porém, tão logo houve ensejo,
instalou-se num convento
para firmar seu desejo.
Viva Rosa Filipina,
santa desde pequenina.

Quando os revolucionários
tomaram de assalto a França,
ela teve que voltar
à casa onde foi criança.
Viva Rosa Filipina,
santa desde pequenina.

Mas tão logo a desgraçada
Revolução terminou,
o convento onde morara
decidida ela comprou.
Viva Rosa Filipina,
santa desde pequenina.

Conheceu por esse tempo,
em propícia ocasião,
uma Madre que a levou
à sua Congregação.
Viva Rosa Filipina,
santa desde pequenina.

Seu noivado com Jesus
finalmente aconteceu,
quando ela os votos sagrados
a Ele, enfim, remeteu.
Viva Rosa Filipina,
santa desde pequenina.

Seu Noivo quis que ela fosse
em inédita missão,
e à América então levasse
Seu Sagrado Coração.
Viva Rosa Filipina,
santa desde pequenina.

Assim, ela foi, confiante,
sem medos ou apreensões,
a Boa Nova levar
às indígenas nações.
Viva Rosa Filipina,
santa desde pequenina.

Os dialetos locais
não conseguiu aprender,
mas logrou com seu exemplo
muitos índios converter.
Viva Rosa Filipina,
santa desde pequenina.

Ao verem-na penitente
e a rezar a toda hora,
os índios a apelidaram
“a mulher que sempre ora”.
Viva Rosa Filipina,
santa desde pequenina.

E entre os índios e as noviças,
com Cristo sempre ao seu lado,
incansável trabalhou
em seu santo apostolado.
Viva Rosa Filipina,
santa desde pequenina.

E após muitos santos frutos
do Kansas à Louisiana,
descansou enfim com Cristo
a “Apóstola americana”.
Viva Rosa Filipina,
santa desde pequenina.

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