DOSE DE FÉ | Paulo Miki e companheiros

São Paulo Miki foi o primeiro sacerdote japonês ordenado em seu país, e foi martirizado junto com outros 25 companheiros 

Hoje é dia de São Paulo Miki e companheiros, mártires do Japão.

A evangelização do Japão começou por obra do jesuíta São Francisco Xavier, a partir de 1549. Neste cenário de evangelização nasce Paulo Miki, em 1564, na província de Harima. De família cristã, Paulo estudou no Colégio Jesuíta de Anziquiama, onde pôde conhecer mais profundamente a fé cristã. Por isso, resolveu ingressar na Ordem Jesuíta, e foi o primeiro japonês a ser ordenado sacerdote no país. Com sua capacidade intelectual e seus dons espirituais, fez-se um grande pregador, que converteu, desde seu noviciado, um sem-número de compatriotas.

O catolicismo era bem visto e aceito pelos governantes japoneses, mas, a partir de 1587, o imperador Go-Yōzei, influenciado por intrigas diversas, proibiu o cristianismo no país e ordenou a perseguição a todos os cristãos. Assim, em 1597, Paulo Miki, junto com outros 25 católicos, foram presos a mando do senhor feudal Toyotomi Hideyoshi. São Paulo Miki encabeçava a lista dos prisioneiros justamente por ser japonês de alta linhagem e sacerdote. Junto dele havia franciscanos, jesuítas e leigos, sendo três deles uma criança – São Luis Ibakari, de 11 anos – e dois adolescentes – Santo Antonio Deynan, de 13 anos, e Santo Tomás Kasaki, de 14 anos, coroinhas.

O martírio dos 26 companheiros foi cruel. Eles tiveram suas orelhas arrancadas e suas faces tingidas com o próprio sangue, sendo depois levados por um longo percurso, de cidade em cidade, de Osaka até Nagasaki, por 800 quilômetros, como forma de intimidação contra os cristãos e todos aqueles que desejassem se converter. No dia 6 de fevereiro de 1597, em Nagasaki, foram todos crucificados e, enquanto entoavam hinos de louvor a Deus, foram mortos com golpes de lanças.

Os milagres

Por muitos e muitos dias, os corpos dos 26 mártires, deixados expostos nas cruzes, permaneceram incorruptos, até que o corpo do franciscano São Pedro Batista passou a jorrar sangue em abundância, fenômeno que atraiu e converteu muitas pessoas. Ao mesmo tempo, em outro lugar longe dali, Frei Pedro era visto celebrando uma missa, assistido por seu acólito, o jovem Santo Antonio Deynan. Este milagre era a confirmação de Deus sobre a santidade dos 26 mártires.

São Paulo Miki e seus companheiros foram beatificados em 1627, por Urbano VIII, e canonizados em 1862, por Pio IX. Constituem testemunho heroico de coragem, amor e fidelidade a toda prova a Nossa Senhor.

São Paulo Miki e companheiros, rogai por nós!

As 26 cruzes

Quando o Maligno chega no Japão,

o imperador se põe a perseguir

todo fiel católico cristão

que com sua fé insiste em prosseguir,

e então, sua satânica legião

o padre Paulo Miki faz sentir,

junto com seus amigos, a aflição

aos santos reservada, e após fruir

das mais cruéis torturas toda a dor,

os companheiros são crucificados,

e unindo-se à Paixão de seu Senhor,

à Sua Glória todos são chamados,

deixando cá na terra as suas cruzes,

partindo em direção de Eternas Luzes.

O milagre de São Pedro Batista

Quando São Pedro Batista

foi morto crucificado,

seu corpo permaneceu

muito tempo imaculado,

até que um dia passou

a jorrar sangue sagrado,

e tanto sangue, que o povo

testemunhou abismado.

Ao mesmo tempo era visto,

em um lugar afastado,

celebrando a santa missa,

com seu acólito amado,

Antonio, que também fora

com ele martirizado,

e assim, com este milagre,

qual santo foi confirmado!

Haicais aos santinhos do Japão

Antonio, Tomás

e Luís, Nosso Senhor quis

levar à Sua paz.

Foram companheiros

valentes, ante inclementes

cruéis carniceiros.

Negar recusaram

a Cristo, e então, depois disto,

Sua Cruz abraçaram.

Na cruz supliciados,

meninos a cantar hinos,

morreram gloriados.

Para o Céu partiram,

e quando foram chegando,

Jesus Cristo viram.

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