DOSE DE FÉ | Catarina Tekakwitha

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Índia da tribo Mohawk, do Canadá, Santa Catarina Tekakwitha foi a primeira santa pele-vermelha da Igreja

Entre os inúmeros santos de hoje, foi escolhida para esta Dose de Fé Santa Catarina Tekakwitha, que nasceu em um Domingo de Páscoa.

Índia da tribo canadense dos Mohawks, Catarina nasceu em 23 de abril de 1656, na cidade de Port Orange. Seu nome indígena era Tekakwitha, que significa “aquela que coloca as coisas nos lugares”. Seu pai, chefe da tribo, era pagão, mas sua mãe que era uma índia cristã catequizada pelos jesuítas, criou-a para viver a piedade cristã. No entanto, morreu sem conseguir batizá-la.

Aos 4 anos, uma epidemia de varíola levou seus pais e quase a matou. Quase cega e com o rosto desfigurado, a pequena foi viver em outra tribo, da qual era chefe seu tio. Apesar do acolhimento, era maltratada pelos tios pagãos, que não aceitavam sua opção pelo cristianismo.

Mesmo com as hostilidades domésticas e sua quase cegueira, trabalhava como tecedeira, e aproveitava esse tempo para catequizar crianças e idosos durante o trabalho, contando-lhe histórias sobre Jesus.

Em 1675, soube que os jesuítas estavam na região. Como sua situação em casa já estava insustentável, a jovem fugiu para a Missão de São Francisco Xavier em Sault, perto de Montreal. Foi acolhida e batizada, recebendo o nome cristão pelo qual sua mãe a chamava: Catarina.

Em seus poucos anos de vida seguintes, Catarina, que fez voto de castidade perpétuo, consagrou-se a uma vida de profunda intimidade com Deus. Retirava-se por longos períodos para a floresta, onde se punha em oração junto a uma árvore onde havia traçado uma cruz. Em sua vida de serviço, era solícita e diligente com os doentes e necessitados, trabalhando sempre com muita alegria. Quis fundar um convento para moças indígenas, o que não lhe foi permitido devido à sua saúde frágil.

Durante a Quaresma de 1680, alguém perguntou-lhe o que ofereceria a Jesus, e assim ela respondeu: “Eu entreguei minha alma a Jesus no Santíssimo Sacramento, e meu corpo a Jesus na Cruz”. Pouco tempo depois, em 17 de abril, uma Quarta-Feira Santa, a jovem Catarina, aos 24 nos, entregou sua alma a Deus. Pouco antes de ela morrer, seu rosto, desfigurado pela varíola, tornou-se belo e perfeito, milagre que foi testemunhado pelos jesuítas e diversas outras pessoas. Esse prodígio fez com que ela fosse conhecida por todas as tribos canadenses, e muitos índios pagãos acabaram se convertendo ao ouvir sua história.

Catarina Tekatwitha, que ficou conhecida entre as tribos canadenses como “Lírio dos Mohawks”, foi beatificada por São João Paulo II em 2002, quando foi nomeada Padroeira da 17ª Jornada Mundial da Juventude, que aconteceu naquele ano no Canadá. Em 2012, foi canonizada por Bento XVI. Foi a primeira indígena pele vermelha a ser reconhecida como santa.

Santa Catarina Tekatwitha, rogai por nós!

 

O rosto iluminado

 

Quando a índia Catarina Tekakwitha

estava perto de seu desenlace

para Outro Mundo, fez-se a sua face

de deformada, em cândida e bonita.

 

Toda pureza que ela desde criança

portava na alma, ali se revelou

no castigado rosto, que se ornou

do amor de Deus, e pela vizinhança,

 

e muito além, por todas as nações

e tribos, da boa-nova então se ouviu,

e os índios converteram-se aos milhões,

 

e quando Catarina aquilo viu,

já no Alto Céu, seu rosto imaculado

de intenso amor tornou-se iluminado.  


Esse conteúdo é exclusivo para assinantes da Revista Esmeril.

Esmeril Editora e Cultura. Todos os direitos reservados. 2023

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Abertos

Últimos do Autor