SANQUIXOTENE DE LA PANÇA | “Cesse tudo o que a Musa antígua canta / Que outro valor mais alto se alevanta”

Paulo Sanchotene
Paulo Sanchotene
Paulo Roberto Tellechea Sanchotene é mestre em Direito pela UFRGS e possui um M.A. em Política pela Catholic University of America. Escreveu e apresentou trabalhos no Brasil e no exterior, sobre os pensamentos de Eric Voegelin, Russell Kirk, e Platão, sobre a história política americana, e sobre direito internacional. É casado e pai de dois filhos. Atualmente, mora no interior do Rio Grande do Sul, na fronteira entre a civilização e a Argentina, onde administra a estância da família (Santo Antônio da Askatasuna).

“Das coisas sem importância, o futebol é a mais importante de todas.” (São João Paulo II)

Foto: Maxi Franzoi/AGIF


Quando um valor mais alto se levanta, até a Musa deve deferir. Esta semana, não adianta, é obrigatório falar de futebol. Estou EMBRIAGADO de xadenfróide. Já ouvistes falar da ¿“Maldição de Sasha”? Pois é por causa dela que assim estou. Ademais, hoje jogam a Seleção e o Imortal. ¿Como, então, falar de outro tema?


Terça-feira, 42 de Quaresma de 524

Ontem e hoje, jogam-se as semifinais do Campeonato Gaúcho. O Brasil também joga hoje, depois de ter vencido uma partida [¡Aleluia!] no sábado. Então, resolvi dar uma trégua aos temas políticos correntes em nossa amada Banânia para falar da coisa mais importante dentre todas as coisas irrelevantes que existem: o querido jogo de ludopédio.


Começando pelo princípio, a palavra do dia é “xadenfróide”; do alemão Schadenfreude e significa “alegria decorrente de miséria alheia”. No futebol, isso é algo belo, justo, e moral.

O meu caso de xadenfróide vem da “Maldição de Sasha”, que segue firme e forte no Rio Grande do Sul.

Tal maldição tem origem na final do Estadual de 2016. Nesse dia, do hexacampeonato estadual do Inter, o atacante colorado Eduardo Sasha celebrou seu gol dançando valsa.

Tratava-se de uma provocação ao Grêmio, que sequer estava em campo. Sasha dançava pelos 15 anos sem títulos que, há época, o Imortal teria. ¿O problema? Era mentira.

É certo que as conquistas do Imortal foram escassas entre 2002 e 2015, mas elas aconteceram. Foram 3 estaduais (2006/07/10) e 1 Segundona nacional (2005). Portanto, em 2016, o Grêmio estava há seis anos na fila. Bastante tempo, mas bem menos que 15.

Pois bem. Ao final daquele ano, o Grêmio era o campeão da Copa do Brasil, e o Inter estava rebaixado à Série B nacional. Em 2017, o Grêmio ganhou a Copa Libertadores. Desde 2018, o Grêmio vence sempre o estadual. Já o Colorado, nada.

Em 2024, o prezado rival contratou como nunca. Os discursos eram de que o clube buscaria vencer todos os torneios da temporada; e a seca de 7 anos terminaria já agora, no Gauchão.

Eh… Não. Ontem, o Juventude bateu o Colorado nos pênaltis. Considerando todas as competições, foi a 5ª eliminação seguida do co-irmão no Beira-Rio. É o 3º ano seguido que o Inter não chega à final do estadual.

Nenhuma mentira acaba impune. Se a tal maldição perdurar por 15 anos, não seria injusto. Oxalá seja assim. Obrigado, Sasha.

P.S.: ¡Até o GLOBO RURAL tocou flauta!
https://twitter.com/Globo_Rural/status/1772460363411243316


Toda moeda tem dois lados. Aproveito ontem e hoje para rir bastante porque não sei se estarei rindo amanhã. Futebol é traiçoeiro, mas é por isso mesmo que é bom.

Hoje, é a vez do Grêmio. O Imortal busca o heptacampeonato. Seria o 2º de sua história. O 1º foi entre 1962 e 1968. O recorde de títulos consecutivos é colorado: 8 (1969-1976).

Até aqui, o hexa veio num misto de dominações e surpresas. O Grêmio sequer era favorito em 2020 e 2022, por exemplo. Este ano, novamente, tem sido tudo complicado. Ainda assim, chegamos para decidir as semifinais em casa podendo empatar contra o Caxias.

Se classificarmos, decidiremos o torneio contra o Juventude – como em 1996, 2001, e 2007; três títulos gremistas. O Caxias, porém, é o atual vice-campeão gaúcho e tem histórico de complicar contra o Grêmio. Inclusive, foi campeão estadual sobre a gente em 2000.

A eliminação colorada até parece meio título, mas faltam 3 partidas para a conquista de verdade. Não está nada ganho. Nunca nada é ganho para o Grêmio. Que o exemplo de ontem nos ajude a relembrarmos disso.


¿E o Brasil?

Ah… Tinha me esquecido, e a coluna ficou longa demais já.

Buenas, para resumir, foram um baita resultado e uma bela atuação. Contudo, é começo de trabalho. Vejamos como o time se comporta contra a Espanha.

A história nos ensina a jamais nos empolgarmos (ou desesperarmos) logo de cara. Haverá altos e baixos. É preciso aguardar.


Até a próxima semana. ¡FELIZ PÁSCOA!

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