SANQUIXOTENE DE LA PANÇA | A “Direita Média” Perdeu

Paulo Sanchotene
Paulo Sanchotene
Paulo Roberto Tellechea Sanchotene é mestre em Direito pela UFRGS e possui um M.A. em Política pela Catholic University of America. Escreveu e apresentou trabalhos no Brasil e no exterior, sobre os pensamentos de Eric Voegelin, Russell Kirk, e Platão, sobre a história política americana, e sobre direito internacional. É casado e pai de dois filhos. Atualmente, mora no interior do Rio Grande do Sul, na fronteira entre a civilização e a Argentina, onde administra a estância da família (Santo Antônio da Askatasuna).

Oxalá! Mas acho difícil, ministra…


Me pedem para voltar a falar de política. Pois começo o ano falando da “Direita Média”. Essa é a que mais perdeu com os erros cometidos desde novembro de 2022, é quem mais importa, mas é a que menos se entende ou se dá bola. No fim, toda a Direita sofre com isso.


Terça-Feira, 7 de Quaresma de 524

Passados ano e pico dos eventos, é possível diagnosticar que a maior prejudicada com as quarteladas e com o Oito de Janeiro foi a ‘Direita Média’. Isso é uma péssima notícia. Afinal, a ‘Direita Média’ é justamente quem deveria estar à frente dessa coalizão de forças políticas a qual se dá o nome de ‘Direita’.

Por ‘Direita Média’ entendam-se aqueles sem muitas posições definidas, porém que tendem a votar na Direita. A ‘Direita Média’ compõe a vasta maioria do eleitorado da Direita. Contudo, por suas próprias características, essa não se organiza por si. A ‘Direita Média’ não é uma corrente política, mas a representação maior do movimento como um todo.

As pessoas que compõem a ‘Direita Média’ não se apegam muito às diferenças internas. Elas apenas se interessam por pedaços do que as diversas correntes disputantes do eleitorado direitista apresentam como “da mais suma importância”. Ademais, toleram outros tantos posicionamentos dessas mesmas correntes para os quais elas não têm interesse algum.

Para que a ‘Direita Média’ tenha representação política, é necessário que as forças da Direita ajam em conjunto. É preciso que a lideranças políticas formem acordos e alianças de maneira que a coligação tenha a maior equivalência possível com esses anseios difusos da ‘Direita Média’.

Posso estar redondamente enganado (a imagem de capa mostra uma posição contrária), mas, desde aqui de onde estou, não enxergo nada acontecendo nesse sentido atualmente. Vejo a Direita estando à mercê de uma disputa fratricida entre correntes organizadas que desejam assumir a liderança do movimento às custas das demais.

Isso só ajuda àqueles que querem ver a Direita relegada novamente à irrelevância política.

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