MURALHA DE LIVROS | A 93ª, com 9 lançamentos!

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Esta 93ª edição da Muralha traz 9 lançamentos, com nomes célebres como Octavio de Faria, Plínio Corrêa de Oliveira, Ricardo Vélez Rodríguez e Santo Afonso Maria de Ligório.

Ainda, um interessante manual de leitura de Daniel Lopez, inspirado na clássica Jornada do Herói, de Campbell; o diário de um exorcista americano; mais dois lançamentos da notável editora Livros Vivos no mês da volta às aulas; e uma obra para os pequeninos, ilustrada pela talentosa Gisele Daminelli.

Confira os lançamentos a seguir, e um excelente final de semana!

Destaques

O grande lançamento desta semana é da Sétimo Selo, Os loucos, romance de Octavio de Faria.
Sexto volume da série Tragédia Burguesa, a história tem como foco o triângulo amoroso composto por Lisa Maria, Paulo Torres e o já conhecido “vilão” Pedro Borges. Apesar de tão diferentes entre si, cada um dos integrantes do trio carrega consigo as mesmas marcas de egoísmo, de inclinação pelas paixões mesquinhas, que define a maior parte dos personagens desse monumental panorama de costumes da burguesia carioca dos anos 30, pintado por Octavio de Faria.
Confira a seguir um trecho da obra, uma das memoráveis digressões do narrador ocativano:

“Nesse mundo de paixão, tudo é loucura. E não há porque se perder em distinções sutis entre loucura de espírito e loucura da carne, loucura da ambição de poder e loucura de sentimentos. O vento mau que sopra de repente arrasa tudo. E tudo se passa, então, como em um bailado de fúrias soltas pelo espaço. Para que classificar? Para que raciocinar tanto?”

Destaque também para A liberdade da Igreja no Estado Comunista, de Plínio Corrêa de Oliveira, lançamento da PHVox. O volume é composto de um artigo do autor para o nº 152 da revista O Catolicismo, de agosto de 1963, sobre a perseguição à Igreja Católica nos países sob governos comunistas.

Consta na edição, ainda, uma polêmica travada entre o Dr. Plínio e Zbigniew Czajkowski, jornalista polonês que confronta o conteúdo do artigo,  além de outros textos que refletiram outras repercussões daquela publicação.

Leia a seguir um trecho da obra:

“Se em determinado país que vive sob governo e regime comunistas, os detentores do poder, longe de proibir o culto e a pregação, permitem uma e outra coisa, pode – ou até deve – a Igreja aceitar essa liberdade de ação, para distribuir aos fiéis os Sacramentos e o pão da palavra de Deus?

Apresentada a questão pura e simplesmente nestes termos, a resposta é necessariamente afirmativa: a Igreja o pode e deve fazer. E, neste sentido, Ela pode e deve coexistir com o comunismo. Pois, sob qualquer pretexto que seja, Ela não pode recusar-se a cumprir sua missão.

É preciso advertir, entretanto, que essa formulação do problema é simplista. Ela faz supor implicitamente que à liberdade de doutrinação da Igreja o governo comunista não imporia a menor restrição. Porém, nada leva a crer que um tal governo concedesse à Igreja uma liberdade plena de doutrinação. Pois isto implicaria em permitir que Ela pregasse toda a doutrina dos Papas sobre a moral, o direito, e mais especialmente sobre a família e a propriedade privada, o que por sua vez importaria em fazer de cada católico um adversário nato do regime, de sorte que, na medida em que a Igreja dilatasse sua ação, estaria matando o regime. Em consequência, na medida em que este tolerasse a liberdade da Igreja, estaria praticando o suicídio, máxime em países em que a influência d’Ela sobre a população é muito grande.”

Outros lançamentos

Pela E.D.A., Castilhismo: uma filosofia da República, de Ricardo Vélez Rodríguez.

Nas palavras de Antonio Paim, que assina a introdução, a obra constitui um estudo em que o Vélez Rodríguez revela que “o castilhismo não corresponde a uma transposição mecânica da doutrina política de Comte. Júlio de Castilhos terminou a Faculdade de Direito de São Paulo muito jovem, em 1881, quando tinha apenas 21 anos de idade, formando seu espírito segundo os cânones positivistas. Começa na década anterior a difusão da sociologia de Comte, antes conhecido, sobretudo, como matemático na Real Academia Militar. Segundo aquela sociologia, a evolução social era determinada e previsível. Preparar o advento do estado positivo, etapa final da humanidade, seria obra de uns quantos apóstolos, mestres de uma nova Igreja, profundos conhecedores da ciência. Nessa obra, a família tem igualmente lugar de destaque, sobretudo as mulheres. O novo sistema político será uma ditadura republicana.”

Pela Vide, A jornada do leitor: como tornar-se um leitor estratégico, de Daniel Lopez.

A jornada que o autor propõe foi inspirada no conceito da “jornada do herói”, popularizado pelo livro O herói de mil faces, de Joseph Campbell. A “leitura estratégica”, para Daniel, é a prática de um leitor maduro, capaz de selecionar o que vai ler com intenção, munido das ferramentas necessárias para decifrar os jogos de poder e livrar a mente de suas operações de maneira eficaz. É nesse espírito que ele convida o leitor a ingressar nessa jornada, a sair da sua zona de conforto e se juntar a ele numa empolgante aventura pelo mundo da leitura.

Pela Ecclesiae, Diário de um exorcista americano, de Stephen Rossetti.

A partir dos muitos casos de possessões que acompanhou, Monsenhor Stephen Rossetti narra nestas páginas sua experiência como exorcista, mostrando sem exageros ou vernizes como é enfrentar diariamente as investidas de Satanás e seus sequazes. Dos espantosos relatos, emergem de forma consistente duas vívidas lições: os demônios podem assediar-nos de modos muito diversos — e devemos saber discerni-los para nos proteger —, mas o poder de Cristo e de sua Igreja triunfa infalivelmente sobre eles.

O leitor encontrará neste diário uma esclarecedora perspectiva sobre o mundo espiritual e sobre as lutas enfrentadas pelos possessos e por aqueles que os auxiliam. Com as explicações do autor, poderemos saber o que é — e o que não é — a possessão demoníaca, bem como conhecer as táticas de Satanás e suas mentiras comuns, a hierarquia dos demônios e o quão grandes são o desejo desses seres infernais pela nossa condenação eterna e o ódio que têm ao Senhor e à sua Criação.

Pelo Centro Dom Bosco, Regra de vida: um guia para católicos, de Santo Afonso Maria de Ligório.

O que um católico, em meio à desordem moderna, deve fazer para conservar-se na graça de Deus, o que e como rezar, quais virtudes buscar e quais vícios evitar? Nesta Regra de Vida, Santo Afonso mostra-nos, de modo claro e simples, com que meios devemos orientar a nossa vida para o fim último que nos espera, que são, na verdade, os mesmos empregados pelos católicos de todas as épocas.

Pela Livros Vivos, dois lançamentos. Em Histórias das Cruzadas, Janet Harvey Kelman apresenta histórias de heróis que viveram há centenas de anos, e que vislumbraram um belo sonho e viveram e morreram para torná-lo realidade, os cruzados. Já em Visitas ao ar livre, Edith Marlon Patch e Harrison Estell Howe, junto com os personagens Nan e Don, apresentam animais e plantas de toda vasta extensão do território dos Estados Unidos ao longo de todas as estações do ano.

Pela Texugo, o segundo volume da coleção Meu Primeiro Livro: Meios de Transporte, de Ulisses Trevisan. Ilustrado por Gisele Daminelli, o volume apresenta aos pequeninos os mais diversos meios de transporte que o menino Francisco vê enquanto viaja com seus familiares.

O livro é adequado para leitura compartilhada para crianças de 1 a 3 anos, a leitura independe para as acima dos 3.  


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