O país vizinho foi uma das províncias do vasto Império do Brasil
Numa certa ocasião, eu tivera a oportunidade de mostrar ao meu professor de História do Ensino Médio uma das moedas antigas de minha coleção particular. Tratava-se de uma pequenina moeda de bronze de 20 Réis com o busto do Imperador D. Pedro II cunhado numa das faces e o brasão imperial na outra. O ano da cunhagem era 1869. O professor, fazendo cara de espanto e depois de examiná-la longamente, disse: “Uau!, uma moeda do Império Português!”.
A ignorância, a pobreza cultural no Brasil são vícios distribuídos igualitariamente, democraticamente; permeiam todas as classes, desqualificam o professor e atravancam a esperança do aluno. Caso análogo ocorreu quando, numa conversa com um colega sobre o Uruguai, o rapaz desacreditou que o país fora parte integrante do território brasileiro até que lhe fosse mostrado o artigo na Wikipédia.
O país vizinho, fronteiriço ao Rio Grande do Sul, já fora uma das províncias do Império do Brasil, a Província Cisplatina. Isto até o dia 27 de agosto de 1828, quando o Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata assinaram o Tratado do Rio de Janeiro, o documento que estabeleceria a independência da República Oriental do Uruguai.
A região do Rio da Prata sempre fora objeto de interesse das coroas Portuguesa e Espanhola. O local é estratégico, talvez o mais estratégico da costa leste da América do Sul: com saída para o Atlântico, o estuário do Rio da Prata é ponto de confluência dos rios Paraná e Uruguai e dos seus afluentes, os rios Lujan, Matanza, Samborombón e Salado do Sul. Através do canal do Prata pode-se chegar a pontos importantes no interior do continente. Dominar o estuário é necessariamente dominar extensas porções de terra da Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil.
A conquista da autonomia do pequeno Uruguai, portanto, não poderia ser fruto de uma mera condescendência diplomática dos Bragança. Não. No dia seguinte à assinatura do Tratado do Rio de Janeiro, era celebrado o Tratado de Montevidéu, o acordo que pôs termo à Guerra da Cisplatina, o Uruguai conquistara sua independência.
Com informações do Portal History UOL
“Se me caí, es porque estaba caminando. Y caminar vale la pena, aunque te caigas”.
Eduardo Galeano, escritor uruguaio
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