O Czar Nicolau II e sua família foram executados pelos bolcheviques
Há 103 anos, em solo russo, a humanidade testemunhava as primeiras manifestações reais da aplicação do Comunismo no mundo. Com efeito, a Rússia fora a primeira nação a viver os horrores do sistema político responsável pela morte de mais de 100 milhões de pessoas no transcurso da História. O Comunismo, esse regime amoral, antirreligioso e assassino; que apregoa com arrogância a completa destruição de toda e qualquer forma de transcendência sob o projeto da instituição do “Estado Forte“, o “Estado Todo-Poderoso” como a única referência para toda a complexidade da condição humana. Uma quantidade mínima de honestidade do leitor da história do século XX basta para que ele faça a constatação da validade da profecia de Nossa Senhora em Fátima: “A Rússia espalhará os seus erros pelo Mundo“.
De fato, por onde quer que as tentativas do estabelecimento do Comunismo passassem, um rastro de morte e destruição permanecia como memória das ameaças objetivas à vida, à liberdade e à dignidade humana representadas pelo deus-Estado. Os símbolos da Liberdade, as instituições “retrógradas” como a Monarquia e a Igreja, representavam uma dificuldade objetiva ao projeto revolucionário. Na madrugada de 15 para 16 de julho de 1918, em Ekaterimburgo, localizado na porção oriental dos Montes Urais, no vasto Império dos Romanov, um plano para eliminar um desses empecilhos ao Comunismo fora posto em execução. Victor Serge, entusiasta dos movimentos revolucionários, escreve o seguinte sobre a morte da Família Imperial:
“Um operário da fábrica de Verkh-Issetsk, Piotr Zakharovitch Ermakov, foi encarregado, com uma equipe de homens confiáveis, de proceder à execução. Na noite de 15 para 16 de julho, por volta da meia-noite, Nicolau II, a Czarina, a Czarevicht Alexis, as quatro jovens grã-duquesas, o Dr. Botkin, a governanta e o preceptor do ex-herdeiro do Trono, dez pessoas ao todo, foram chamadas a se reunir em um cômodo do andar térreo. Esperavam que se tratasse de uma nova transferência. Enfileiraram-se diante de homens armados, um dos quais leu para eles, em nome do soviete (conselho) regional, a sentença de morte que nem tiveram tempo suficiente para compreender. — “Então não vamos ser transferidos?” — disse Nicolau II, surpreso. Não teve tempo para se recuperar da surpresa. Em poucos instantes, os Romanov não passavam de um monte de cadáveres tombados contra uma parede arrebentada de balas. Um caminhão transportou os despojos, envoltos em cobertores, para uma mina abandonada, a oito verstas (cerca de nove quilômetros) da cidade. Lá, suas roupas foram cuidadosamente revistadas; as das grã-duquesas continham grande número de brilhantes; os cadáveres foram queimados e as cinzas, enterradas um um pântano próximo dali.
(…)
Sverdlov curvando-se sobre Lênin, disse-lhe algumas palavras em voz baixa. — “O camarada Sverdlov pede a palavra para uma comunicação” –, anunciou Lênin. Sverdlov disse, com voz inalterável: — “Acabo de saber que Nicolau foi fuzilado em Ekaterimburgo, por ordem do soviete regional. Nicolau pretendia fugir. Os tchecoslovacos se aproximavam. O Bureau Pan-Russo dos Sovietes aprova.
Silêncio.
Lênin disse: — “Passemos ao exame detalhado do projeto”.

No dia 15 de agosto de 2000, a Igreja Ortodoxa Russa anunciou a canonização da Família Imperial por sua “humildade, paciência e mansidão”.

Com informações do portal History UOL e do jornal Folha de Londrina.
“O Partido é a mente, a honra e a consciência da nossa época”.
Lênin.
“Meu Deus, como tudo isto é triste e doloroso!”.
Nicolau II.
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