DOSE DE FÉ | Marino e Astércio

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Mártires do século III, São Marino de Cesareia e Santo Astércio constituem modelos de desprezo pelo mundo e fidelidade a Cristo

Hoje é dia de São Marino de Cesareia e Santo Astércio, mártires.

Marino era oficial do exército da Cesareia da Palestina no século III, durante o reinado de Galiano, quando houve relativa tolerância com os cristãos, mas não por parte de todos os magistrados. Ia ser promovido a centurião, mas foi denunciado como cristão por outro pretendente ao cargo. Chamado à presença do juiz Aqueu, confirmou sua fé. O magistrado mandou prendê-lo e lhe deu algumas horas para reconsiderar sua opção.

Na prisão, foi visitado pelo bispo local, Teotecno, que lhe apresentou uma espada e a Bíblia, pedindo para que escolhesse uma das duas. Marino escolheu a Bíblia.

De volta ao tribunal, reafirmou a sua fé e imediatamente foi condenado à morte por decapitação. Um senador cristão, Astércio, apiedado de seu irmão na fé, recolheu seu corpo a fim de lhe dar uma sepultura digna, e foi martirizado logo em seguida.

Os santos Marino e Astércio constituem exemplos de coragem e fidelidade a Cristo diante do autoritarismo dos poderes temporais. Que eles nos sejam inspiração.

São Marino de Cesareia e Santo Astércio, rogai por nós!

 

Marino e Astércio

 

Quando ia ser promovido

ao cargo de centurião,

denunciaram Marino

por ele ser um cristão.

 

Ele então foi convocado

por um juiz chamado Aqueu,

e sua profissão de fé

no Fórum fortaleceu.

 

Imediatamente o juiz

mandou-o encarcerar,

e umas horas a ele deu

pra que pudesse pensar:

 

“Tu queres mesmo morrer

como estúpido cristão,

quando podes ter prestígio,

riquezas e posição?

 

Vá pensar nas tuas escolhas,

deixa tudo ponderado,

e responde finalmente

quando fores convocado!”

 

O Bispo, naquela tarde,

foi se encontrar com Marino

na cadeia, e lhe pediu

que escolhesse seu destino:

 

“Meu filho, comigo trago

uma Bíblia e uma espada:

a qual das duas está

tua vida destinada?

 

Pondera com caridade

e decide com amor;

estejam contigo as bênçãos

de Jesus, Nosso Senhor.”

 

Marino escolheu de pronto

a Bíblia, e quando outra vez

foi chamado por Aqueu,

respondeu com altivez:

 

“A meu Senhor e meu Deus

não posso renunciar,

ainda que a própria vida

isso venha me custar.

 

Reafirmo o que já disse:

eu sou um fiel cristão,

e a morte não temo; faz

o que quiseres então!”

 

O arrogante Aqueu ficou

deveras contrariado,

e Marino, a um gesto seu,

foi logo decapitado.

 

Assistindo à cena havia

um cristão que se chamava

Astércio, um bom senador,

que por Marino rezava,

 

e logo após o martírio,

o seu corpo recolheu,

e uma digna sepultura

ao irmão ofereceu,

 

já sabendo que, por isso,

qual seria a sua sorte,

e em seguida mesmo foi

julgado à pena de morte,

 

e enfim, para os Altos Céus

sua santa alma rumou,

e lá, co’a do irmão Marino,

sorridente se encontrou.


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