DOSE DE FÉ | Jonas e Barachiso

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Mártires da Pérsia no século IV, os Santos Jonas e Barachiso sofreram um dos martírios mais violentos de que se tem registro

Hoje é dia dos Santos Jonas e Barachiso, mártires.

Pouco se sabe sobre a vida desses dois fiéis do século IV, antes de seu martírio em 327, cujo registro foi feito pelo comandante da cavalaria do imperador Sapor, da Pérsia (atual Irã).

Eram tempos de intensa perseguição anticristã promovida por Sapor, e estes dois irmãos persas, nascidos em Beth-Asa, costumavam visitar os prisioneiros cristãos em Hubahan. Em uma desses visitas, foram detidos e levados a julgamento.

Separados, os irmãos foram submetidos a diversas torturas e um jogo de mentiras para que abjurassem de sua fé. Barachiso foi trancafiado em uma masmorra enquanto Jonas foi levado ao açoitamento. Depois de açoitado, foi colocado em um lago gelado por muito tempo, mas sobreviveu a essa provação.

Quando Barachiso foi chamado, o juiz contou detalhadamente as torturas a que Jonas havia sido submetido, e informou-lhe que o irmão havia renunciado a Cristo e oferecido sacrifícios ao imperador e aos deuses persas. Barachiso não acreditou, e fez um discurso tão fervoroso em defesa da fé cristã, que o juiz, receoso de que as palavras do prisioneiro pudessem ocasionar conversões entre a assistência, interrompeu o julgamento, para retomá-lo apenas à noite e a portas fechadas.

À noite, os carrascos queimaram os braços de Barachiso com ferros em brasa, e depois derramaram chumbo derretido em suas narinas e seus olhos. Como sobrevivesse, ele foi levado de volta à masmorra, onde permaneceu o restante da noite pendurado por apenas um dos pés.

No dia seguinte, foi a vez de Jonas escutar as mentiras sobre a renúncia de Barachiso à fé, e ele, assim como o irmão, não acreditou e permaneceu firme em sua fidelidade a Cristo. Teve então as mãos, os pés e a língua cortados, e o couro cabeludo arrancado, e depois foi jogado em piche fervente. Seus algozes ainda esquartejaram seu cadáver e o jogaram em uma cisterna. Barachiso, por sua vez, foi espancado com ferros pontiagudos e, depois, seus algozes jogaram piche fervente em sua boca.

O martírio de Jonas e Barachiso é um dos mais violentos de que se tem registro. No entanto, a fidelidade desses dois heróis cristãos persas constitui modelo de amor incondicional a Cristo, mesmo nas circunstâncias mais extremas. Seu testemunho de fé, inclusive, ocasionou inúmeras conversões na antiga Pérsia.

São Jonas e São Barachiso, rogai por nós!

 

Epitáfio aos irmãos Jonas e Barachiso

 

O mole piche de cruéis algozes

calou de dois fiéis irmãos as vozes,

 

porém selou bem firme sua memória,

eternizada na cristiana história.

 

Tais foram os heróis persas cristãos

São Jonas e São Barachiso, irmãos

 

que após sofrerem bárbaras torturas,

alívio eterno gozam nas Alturas.


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