Judeu convertido pela intercessão de Nossa Senhora, Santo Ângelo de Licata combateu a heresia dos cátaros no século XIII, na Sicília, e foi martirizado por um daqueles hereges
Hoje é dia de Santo Ângelo de Licata, sacerdote e mártir.
Nascido em Jerusalém, em 1185, Ângelo era de família judaica. Um dia, quando criança, foi visitado por Nossa Senhora em um sonho, e Ela o avisou que em breve ele teria um irmão. O fato parecia impossível, pois seus pais já eram idosos. No entanto, aconteceu, e veio ao mundo João, este já nascido em uma família cristã, toda convertida.
Aos 18 anos, Ângelo ingressou na Ordem do Carmo, na Palestina, e aos 27, em 1213, foi ordenado sacerdote. Em 1219 foi enviado a Roma junto com outros monges para obter do Papa Honório III a aprovação da Regra do Carmelo. Depois disso, foi designado para atuar na Sicília, no combate à heresia dos cátaros.
O trabalho do Padre Ângelo foi bastante prolífico. Por meio da pregação e de diversos milagres que operou (tinha os dons da profecia e da cura), ele de fato conseguiu milhares de conversões na região de Licata, onde atuou. Uma dessas conversões, inclusive, ocasionou seu martírio. Havia naquela cidade um cavaleiro cátaro chamado Berengário, que vivia em uma união adúltera com uma jovem. Ângelo conseguiu converter a moça, que se afastou de Berengário. Para vingar-se, ele ordenou que o padre fosse assassinado. Assim, no dia 5 de maio de 1220, após sua última pregação na igreja de São Tiago de Licata, Santo Ângelo foi morto a facadas por assassinos a mando do cavaleiro. Segundo a Tradição, ele teria sido avisado por São João Batista sobre seu martírio.
Santo Ângelo foi colocado na lista de mártires pelo próprio Papa Honório III, logo após sua morte, e foi canonizado em 1456, por Pio II. Além de Licata, diversas cidades da Sicília o têm como Padroeiro.
Santo Ângelo de Licata, rogai por nós!
A última prece do Padre Ângelo
Na igreja de Santiago de Licata,
Padre Ângelo seguia sua missão
de trabalhar por toda a conversão
de hereges, dos quais Deus mandou-o à cata.
No entanto, entre os infiéis um sociopata
havia, de impiedoso coração,
que ao chamado de Cristo disse “Não!”,
e em sua impiedade cruel e ingrata,
mandou assassinar o pobre padre,
que após sua pregação, cinco estocadas
recebeu, e uma a uma perdoadas
já foram, enquanto ele à Santa Madre
e Seu Divino Filho confiava
sua alma, na final prece que orava.
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