DOSE DE FÉ | Adelaide

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Rainha, prisioneira, exilada e imperatriz, Santa Adelaide, na miséria ou na abundância, jamais deixou sua fidelidade a Cristo

Hoje é dia de Santa Adelaide, imperatriz.

Filha da princesa Berta da Suécia e do rei Rodolfo II de Borgonha, nascida em 931, Adelaide ficou órfã de pai aos 6 anos, e aos 15 se casou com Lotário II da Itália. Três anos mais tarde, seu marido morreu defendendo o trono, e a rainha Adelaide foi logo feita prisioneira pelo usurpador rei Berenjário. Com a ajuda de amigos, conseguiu escapar da prisão e pediu asilo na Alemanha, onde foi acolhida pelo Imperador Oto, que a desposou.

Com a morte de Oto, seu filho Oto II assumiu o trono. Orientado pela mãe, o novo imperador governou com justiça e caridade, até que se casou com a princesa grega Teofânia, que conseguiu indispô-lo com Adelaide. A justificativa da princesa era de que sua mãe desperdiçava dinheiro demais com suas obras de caridade.

Expulsa do Império por seu próprio filho, Adelaide buscou abrigo em Roma, dirigindo-se ao Papa; e depois foi viver em Borgonha, que era governada por seu irmão. Durante esse tempo, tanto Adelaide quanto seu filho Oto foram orientados espiritualmente por Santo Odilo de Cluny, que conseguiu restabelecer a razão do jovem. Adelaide foi então readmitida na Alemanha. Pouco depois da reconciliação com a mãe, Oto II morreu, e a perseguição de Teofânia recomeçou. No entanto, como ela era odiada pelo povo e pelos nobres, acabou sendo assassinada por membros da corte. Adelaide, enfim, sagrou-se como Imperatriz por direito, administrando o reino com justiça e piedade cristã. Perdoou sua algoz Teofânia e criou amorosamente suas filhas segundo o melhor espírito cristão.

Em seus últimos anos de vida, Santa Adelaide viveu recolhida no Convento Beneditino de Seltz, em Estrasburgo. Faleceu em 999, aos 86 anos.

Com seus altos e baixos, suas tristezas e alegrias, a vida de Santa Adelaide nos faz pensar em São Paulo em sua Carta aos Filipenses:

Sei viver modestamente, e sei também como haver-me na abundância; estou acostumado com toda e qualquer situação: viver saciado e passar fome; ter abundância e sofrer necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece.” (Fl: 4, 12 – 13)

Peçamos todos os dias a Deus pelos dons da fortaleza, da sabedoria e da caridade para que, assim como São Paulo e Santa Adelaide, suportemos com fidelidade a Cristo todas as vicissitudes de nossas vidas.

Santa Adelaide, rogai por nós!

 

A jornada de Adelaide

 

Na Idade Média, lá por sua metade,

viveu uma rainha, viúva, herdeira,

princesa, mãe, esposa e prisioneira,

Adelaide, bastião da caridade.

 

Ou na miséria ou na prosperidade,

fiel a Cristo foi a vida inteira,

e de última, sagrada foi primeira,

de Deus imperatriz por Sua vontade.

 

A seus algozes concedeu perdão

e com justiça e amor a Deus reinou

a imperatriz de espírito cristão

 

que por Cristo viveu e terminou,

em oração, feliz, sua jornada,

sendo acolhida na Eternal Morada.


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