CULTURA | Governo Brasileiro quer o coração de D. Pedro I

Vitor Marcolin
Vitor Marcolin
Ganhador do Prêmio de Incentivo à Publicação Literária -- Antologia 200 Anos de Independência (2022). Nesta coluna, caro leitor, você encontrará contos, crônicas, resenhas e ensaios sobre as minhas leituras da vida e de alguns livros. Escrevo sobre literatura, crítica literária, história e filosofia. Decidi, a fim de me diferenciar das outras colunas que pululam pelos rincões da Internet, ser sincero a ponto de escrever com o coração na mão. Acredito que a responsabilidade do Eu Substancial diante de Deus seja o norte do escritor sincero. Fiz desta realidade uma meta de vida. Convido-o a me acompanhar, sigamos juntos.

O embaixador do Brasil disse que o coração do Imperador deverá vir para os festejos do bicentenário da Independência

Os restos mortais de D. Pedro I estão na cripta imperial do Parque da Independência, complexo arquitetônico que inclui o Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga — localizado no bairro paulistano homônimo. No entanto, seu coração está em Portugal. O nosso primeiro Imperador, que nascera em d’além-mar, antes de morrer havia expressado o desejo de que seu coração permanecesse na terra que o vira nascer, e o seu corpo fosse para o Brasil.

D. Pedro I nascera no Palácio de Queluz, em Portugal, num quarto ornamentado com motivos literários: o quarto Dom Quixote. Aos nove anos acompanhou a Corte quando da transferência para o Brasil. As crônicas biográficas do primeiro Imperador brasileiro são amplamente conhecidas: seu caráter impetuoso; seu romance com a Marquesa de Santos; seu casamento com a Princesa austríaca Leopoldina, a primeira Imperatriz do Brasil; e os seus muitos filhos, dentre os quais Pedro II, o herdeiro que manteria a coroa imperial brasileira na cabeça por quase 50 anos.

O Dio do Fico e o brado de “Independência ou Morte!” às margens do riacho do Ipiranga são, sem dúvida, os eventos mais importantes protagonizados pelo Imperador. É natural que pitadas de fantasia fossem acrescentadas à narrativa história a fim de conformá-la melhor ao imaginário cívico; isto acontece em todas as narrativas construídas em prol de uma tradição patriótica. Um fato curioso sobre a vida do nosso primeiro Monarca é que ele morreu no mesmo quarto do palácio de Queluz onde nascera: o quarto Dom Quixote.

Agora, para a celebração do bicentenário da Independência que ocorrerá em setembro deste ano, o Governo Brasileiro quer trazer o coração de D. Pedro I (preservado em formol numa urna na Igreja da Lapa, na cidade do Porto) como parte dos festejos cívicos. George Prata, o embaixador do Brasil em Portugal, informou sobre a possibilidade de o coração do nosso primeiro Monarca ser exposto durante o próximo 7 de setembro.

Segundo o embaixador, que também é um dos coordenadores do programa de comemoração, a importância ímpar atribuída à imagem de D. Pedro I foi a deixa para que entre os governos brasileiro e português fosse estabelecido um diálogo sobre o “empréstimo” do coração do Imperador. Contudo, o Brasil ainda não fez um pedido formal a Portugal, mas os representantes legais do governo lusitano já estão cientes das intenções dos representantes brasileiros.


Com informações do Portal G1 e do livro REZZUTTI, Paulo, D. Pedro, A história não contada, Leya Editora, São Paulo, SP, 2015.


“Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro promover a liberdade do Brasil. Independência ou Morte!”

D. Pedro I

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