MURALHA DE LIVROS | Os erros da Rússia

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Destaque para obra que revela as bases e os perigos do eurasianismo

O título desta edição da Muralha remete ao seu destaque, um livro que esmiúça o mínimo sobre a perversa e sedutora corrente filosófico-ideológica que, da Rússia, vem conquistando uma multidão de incautos mundo afora.

Entre outros lançamentos, o 5º e último volume de uma das mais importantes histórias da filosofia já traduzidas para o português e o 2º volume de uma importante coleção da História do Brasil para as crianças; a semana em que o STF começa a “liberar geral” o porte de drogas, uma obra que desenvolve uma reflexão crítica acerca da problemática das drogas diante do ordenamento jurídico brasileiro; dois importantes livros para o estudo e o desenvolvimento espiritual; e uma divertida história da Consessa de Ségur para os pequenos.

Acompanhe os lançamentos a seguir, e um excelente final de semana!

Destaque

O principal destaque desta edição é o novo livro de Cristian Derosa, O mínimo sobre o eurasianismo.

O livro apresenta as bases da corrente ideológica concebida década de 1920, e reciclada por Alexandr Dugin e Edward Limonov nos anos 90, para substituir o comunismo soviético. Nesse volume, o leitor entenderá o mínimo sobre essa corrente de pensamento que move as ações políticas de Vladimir Putin, e que, sendo algo elaborado para a destruição do Ocidente como ainda o conhecemos, tem seduzido um sem-número se pessoas dos mais diversos espectros políticos, e sobretudo inúmeros conservadores incautos pelo Ocidente.

Leia a seguir um trecho da introdução do livro:

“Preocupada com o vácuo ideológico provocado pelo cansaço e abandono do marxismo materialista como ideologia oficial, o Kremlin precisava de u tipo de despertar para a juventude, que renovasse as energias revolucionárias de outrora. Uma das respostas para esse problema foi dada pelo método de Dugin, que conseguiu unir a crítica orientalista de René Guénon, o combate de Julius Evola a mundo moderno e os métodos caóticos de Aleister Crowley, alguns dos mestres aos quais o russo deve sua formação político-filosófica […]. Com uma moldura neoplatônica, típica dos espiritualistas alternativos do século XX, Dugin vem ganhando adeptos entre a juventude, mas também o apreço dos mais ambiciosos ideólogos de políticos europeus, reativando antigas células neonazistas que viviam no ostracismo. Tradicionalistas católicos, ansiosos com o assédio materialista do mundo moderno, também enfileiram-se entre seus admiradores. Até mesmo o prelado Carlo Viganó, conservador crítico do Para Francisco e das inovações trazidas pelo clero progressista, palestrou ao lado do ideólogo russo em um evento em defesa das políticas de Putin, o que foi compreendido por muitos como um apoio velado ou, no mínimo, um atestado de ignorância sobre quem estava ao seu lado. Padres e bispos tradicionalistas, muitos sedevacantistas ou cismáticos, começaram a flertar com o pensamento de Dugin, muito embora a maioria não cite o ideólogo. Ao mesmo tempo, a esquerda ortodoxa também flerta abertamente com as ideias russas, vendo-as como uma porta entreaberta para a retomada das velhas pautas anti-imperialistas e antiamericanas.

Todos os que sentem em si a fagulha revolucionária, de uma revolta metafísica, podem ser, rapidamente, iluminados pelo sol negro que paira sobre a política conservadora europeia, norte-americana e até brasileira.”

Outros lançamentos

Pela Vide, o quinto volume de Uma história da filosofia: filosofia russa, positivismo e existencialismo, de Frederick Copleston.

Aclamada como a melhor história da filosofia disponível em língua inglesa, a obra de Frederick Copleston, inédita no Brasil, é uma narrativa ao mesmo tempo objetiva e abrangente do itinerário filosófico no Ocidente. O autor apresenta a evolução do pensamento filosófico segundo os seus protagonistas, partindo do contexto histórico de cada um deles. Influências, convergências e divergências, tudo é apresentado com a necessária clareza para um leitor que Copleston supunha iniciante. Sua obra é, portanto, ao mesmo tempo um vislumbre de toda a tradição filosófica e uma via de acesso a ela.

Este quinto e último volume da versão brasileira da coleção reúne os ensaios do autor referentes ao desenvolvimento do pensamento filosófico russo (Volume 10: Russian Philosophy) e à filosofia contemporânea, em suas vertentes positivista e existencialista (Volume 11: Logical Positivism and Existentialism). Concebidos como ensaios à parte, foram posteriormente adicionados a esta história da filosofia pelos editores de Copleston, porque mantêm o mesmo caráter explicativo e analítico que o autor havia adotado nos volumes anteriores.

Pela E.D.A., Drogas, políticas públicas e contradições, de Alexandre Meinberg Ceroy.

Neste volume, o autor desenvolve uma reflexão crítica acerca da problemática das drogas diante do ordenamento jurídico brasileiro. Ceroy, magistrado do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, inicialmente insere o leitor no universo das substâncias entorpecentes, descrevendo seus efeitos físicos e psiquiátricos, bem como as consequências sociais advindas de seu consumo. Essa perspectiva já é, por si só, uma abordagem inovadora, na medida em que evita a reprodução de discursos ideológicos e a repetição de perigosos lugares comuns amplamente aceitos e, não obstante, carentes de absoluta demonstração. Registro que tal inserção perpassa toda a obra, demonstrando o esforço do autor em pesquisar todos os aspectos a respeito do assunto que aborda.

Pela Ecclesiae, mais um volume dos Cadernos de Estudo Bíblico: Os livros de Tobias, Judite e Ester.

O livro conduz o leitor por um profundo estudo dos livros de Tobias, Judite e Ester, usando como guia o próprio texto bíblico e as diretrizes da Igreja Católica para sua interpretação. Cada página traz várias observações e oferece novos esclarecimentos e comentários dos renomados professores Scott Hahn e Curtis Mitch, especialistas em estudo bíblico, além de algumas interpretações feitas pelos Padres da Igreja, há muito consagradas. Essas notas de estudo ajudam a tornar explícito aquilo que os autores dos livros frequentemente tomam por pressuposto, além de fornecerem também preciosas informações históricas, culturais, geográficas e teológicas pertinentes ao Velho Testamento.
No estudo ainda se incluem quadros, ensaios sobre determinados tópicos e estudos específicos sobre determinadas palavras; há em cada página uma seção de referências facilmente utilizável e, para cada capítulo, são propostas algumas questões para aprofundar o entendimento pessoal da santa Palavra de Deus. Há ainda um ensaio introdutório que abarca questões de autenticidade, data, destinatários e temas dos livros de Tobias, Judite e Ester, além de esquemas de suas estruturas.

Pela Cristo Rei, História de uma alma, o mais famoso livro de Santa Teresa de Lisieux. Obra cuja leitura foi responsável por inúmeras conversões desde sua publicação, é mais que uma biografia de Santa Teresinha, mas uma porta de entrada pela qual a santa nos apresenta sua Pequena Via – um caminho de amor, de confiança e de abandono, que nos faz viver como filhos de Deus.

A edição ainda conta com: uma cronologia da vida de Santa Teresinha; meditações para todos os dias do ano, com o tema “Via da Infância Espiritual na Escola de Santa Teresinha”, do Monsenhor Ascânio Brandão; pensamentos de Santa Teresinha para cada dia do ano, do Monsenhor Ascânio Brandão; cenas da vida de Santa Teresinha.

Pela Kírion, História do Brasil para crianças: século XVII, de Mônica Siqueira.

Mais do que um mero conjunto de livros, a Coleção História do Brasil para Crianças se propõe a ser um verdadeiro guia para o aprendizado e a reflexão sobre a história do nosso país.
Neste segundo volume, focado no século XVII, os jovens leitores são conduzidos por uma fascinante jornada pelos eventos que moldaram o Brasil durante esse período crucial. De forma acessível e cativante, o livro oferece um olhar detalhado sobre os principais acontecimentos, personagens e aspectos culturais que marcaram essa época da história nacional.
Os capítulos deste livro abordam desde a expansão territorial do Brasil colonial, as missões jesuíticas e a influência dos bandeirantes nas fronteiras, até os conflitos e alianças entre colonos, indígenas e africanos. Cada tópico é apresentado de maneira cuidadosamente elaborada para garantir tanto a precisão histórica quanto a compreensão adequada ao público infantil.
Ideal para famílias homeschoolers e para pais que buscam enriquecer a educação histórica de seus filhos, este volume não só complementa o conteúdo tradicional das escolas, mas também oferece uma visão crítica e inclusiva dos eventos históricos.

Pela Texugo, Sofia e os lobos, da Condessa de Ségur.

Protagonista de um ciclo histórias pedagógicas de Ségur, Sofia neste volume está com quatro anos de idade e agora pode acompanhar a mãe em suas longas caminhadas. Mas a menina precisa tomar cuidado com os perigos da floresta para que este passeio não acabe em confusão. Será que ela vai se comportar ou este será mais um de seus desastres?


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