Destaque
O destaque da semana é um lançamento da Sétimo Selo: Sertanílias, romance de cavalaria, de Elomar Figueira Mello.
Cansado dos heróis pós-modernos, “cloacados” pelo cinema enlatado — feios, chatos, posudos e porristas —, Elomar vai em busca de Sertano: um vaqueiro culto que lê Virgílio, Flaubert e Herculano sem dicionários e habita com naturalidade mundos onde a física clássica e a quântica convivem com lendas e combates. Rico senhor de rebanhos incontáveis, garimpeiro de diamantes verdes e azuis, guerreiro treinado e temido, Sertano vive num território teocrático e inviolável, cercado por vaqueiros e pajens que não servem nem por salário nem por ideologia, mas por um pacto de honra e liberdade. Uma viagem pelos castelos medievais, que leva ao encontro de príncipes e princesas, que faz adentrar o mundo dos tropeiros, que leva ao futuro, no galope do cavalo “alado” do vaqueiro sertanejo.

Sertanílias, primeiro de uma série, inaugura um novo ciclo na obra de Elomar ao reviver, com autenticidade sertaneja e fôlego épico, o antigo romance de cavalaria — agora cravado de poeira, lírica e galope. O menestrel nordestino rompe fronteiras não apenas no conteúdo, mas também na forma: a obra é ao mesmo tempo romance, roteiro e tratado, atravessando estilos e disciplinas com uma linguagem que funde o erudito ao popular, o latim ao dialeto “sertanez”, a metafísica medieval à matemática moderna. Uma construção literária ousada que desafia gêneros, desconcerta convenções e instiga tanto o leitor quanto o pesquisador.
Nesta obra, Elomar não conta apenas uma história, mas funda um mundo, esculpido com lirismo, rigor e rebeldia: uma travessia por camadas do tempo, da linguagem e do ser; uma epopeia viva que ressoa com a força ancestral do conceito cunhado por ele do Sertão Profundo.
Outros lançamentos
Pela Vide, A fala e a escrita, de Louis Lavelle.
A palavra não é apenas um meio de comunicação, é um ato espiritual que conecta consciências, revela o invisível e eterniza o pensamento.
Nesta obra, Lavelle investiga profundamente a linguagem, mostrando como a fala, o silêncio e a escrita moldam nossa interioridade e dão forma à verdade.

Pela Auster, Diógenes, o Cão, de Aldo Dinucci.
Nos dias de hoje, em que somos constantemente seduzidos pelo consumismo, a filosofia cínica, escola que pregava a virtude e a rejeição do materialismo, conduz para o caminho oposto. Diante da cultura descartável da modernidade e de uma sociedade cada vez mais imediatista, o cinismo oferece certo olhar de independência, um chamado ao ser humano de volta a si mesmo e ao mundo natural que o cerca.

Como um bom filósofo cínico, Diógenes, o Cão, era irreverente, insolente e dissimulado. Nascido no século V a.C., escolheu viver uma vida simples, desprovida de bens materiais e fez de um barril sua morada — viveu o que pregava. Em Diógenes, o Cão, organizado e traduzido pelo Prof. Aldo Dinucci, encontramos seus discursos e ditos célebres, além de seu legado e influência. Tal coletânea se deve, principalmente, a Diógenes Laércio, filósofo alexandrino e biógrafo dos pensadores da Antiguidade. Neste livro, o leitor encontrará não apenas o bom humor de Diógenes, o Cão, mas uma reflexão sobre os anseios da vida.
Um lançamento essencial para leitores que desejam elevar sua vida intelectual e compreender o poder espiritual da palavra.